ASSÉDIO MORAL NAS EMPRESAS (em 1000 palavras)...
em 14 de Setembro de 2015
QUANDO O ÚNICO LUGAR QUE SOBRA É O "LUGAR DO LOUCO"...
Por Elias Celso Galvêas
A indepedência em relação ao domínio parental é uma conquista importantíssima, gradativa, saudável, naturalmente esperada e almejada por todo filho, por pais conscienciosos e mentalmente saudáveis, assim como por toda a sociedade que, em algum momento, começará a demandar do jovem uma postura adulta perante a vida. Em linhas gerais, o crescimento pode, sim, ser um processo natural e saudável... porém, muitas vezes, ele é um parto cansativo, prolongado, e extremamente doloroso para ambos os lados.
É bastante notável a incapacidade que alguns pais possuem em confiar, em delegar poderes, autonomia, e de enxergar que o filho finalmente cresceu, e se transformou em um adulto igual a seus pais, com os mesmos direitos, deveres, e poderes. Acredito, como educador, que, como toda relação humana é especular, só existe crescimento quando são concedido aos filhos a autonomia e a confiança necessárias para embasar e fundamentar o seu crescimento: chega uma hora em que é preciso, portanto, que comece-a ser conferido aos filhos um certo distanciamento em relação aos pais, a fim de que as crianças possam começar a cultivar um espaço próprio Em que exercerão, na prática, dentro e fora do âmbito familiar, a liberdade e a autonomia que lhes foram conferidas pela confiança que seus pais depositaram neles.
Portanto, chega uma hora (geralmente a pré-adolescência, por volta dos 11 ou 12 anos) que simplesmente não dá mais para o filho ficar numa redoma de autoproteção parental, agindo como o eterno "filhinho da mamãe" ou a "queridinha do papai". O ideal é que o adolescente, candidato à vida adulta, tenha uma certa ajuda dos pais para enxergar o quanto cresceu, o quanto mudou e está a mudar, que não é mais criança, e que seus pais não são mais tão necessários como outrora foram, ou seja, os filhos precisam aprender, desde cedo, a agir responsavelmente como adultos autônomos, em um mundo adulto. Pais que possuem uma relação aberta e saudável com seus filhos não costumam ter dificuldades em guiá-los nesse sentido, nessa fase tão delicada na vida de todos, que é a adolescência.
Por outro lado, existem certos pais que relutam em aceitar o crescimento dos filhos, e simplesmente não aceitam perder a importância que outrora tiveram na vida deles. Esses pais costumam ter a dificuldade em aceitar os filhos como iguais, como adultos, como seres independentes e autônomos nos quais, inevitavelmente, querendo ou não, por bem ou por mal, irão inevitavelmente se transformar. A esses filhos são negadas a autonomia e a liberdade necessárias ao seu crescimento como pessoa. Prendendo-os arbitrariamente a uma relação de dominação e de superproteção repressoras, esses pais acabam negando a seus filhos as responsabilidades e as novas possibilidades da vida adulta, e, sem perceber o mal que fazem a seus filhos, atrasam e retardam seu desenvolvimento, seu crescimento como pessoa, sufocando o jovem com suas inseguranças, neuras, problemas e demandas, negando-lhes a autonomia e a confiança de que tanto precisam para crescerem e serem adultos autônomos e responsáveis.
Esse tipo de relacionamento entre pais e filhos é extremamente destrutivo. Muitas vezes, esses mesmos pais, para amenizar a própria culpa inconsciente em relação ao que fazem, tentam desesperadamente colocar o jovem no lugar do "maluco", do problemático, da "ovelha-negra" responsável por todos as tristezas desabores da família. E com a insistência nessa forma doentia de se relacionar com os filhos, fazem, com o tempo, a família afundar, elegendo o adolescente, vítima de sua tirania disfarçada, como o responsável de todo sofrimento familiar. Daí, elegem o próprio filho/filha como "LIXEIRA" da família, onde todo o "LIXO PSICOLÓGICO" produzido pela mesma será depositado. E não é preciso ser um brilhante psicólogo para perceber que uma família que elege um de seus membros como "BODE-ESPIATORIO" (de sua própria incomptencia de viver) encontra-se extramamente DOENTE e desestruturada.
É muito triste constatar que certos pais criam seus filhos para si mesmos, projetando seus medos, suas neuras e inseguranças, desde cedo, nas crianças. Fazem de seus filhos a continuação de seus "PROJETOS FRUSTRADOS", apostando todas as suas fichas nele! Esses pais ignoram que os filhos precisam ter estrutura psicológica própria e autonomia para enfrentarem o mundo-cão de hoje, que exige, fundamentalmente, que tenhamos uma boa cabeça, enfim, uma boa estrutura mental, emocional e psicológica. Pais que agem dessa forma com seus filhos precisam de muita ajuda, precisam de tratamento psicológico a fim de entenderem por que motivo não desejam que seus filhos cresçam. Será que estão temendo antes da hora uma "Síndrome do NINHO VAZIO"?!
Infelizmente, nesse tipo de relacionamento com os pais, tudo o que um filho poderá herdar no futuro serão dificuldades de relacionamento com os outros, muita dor de cabeça, além de inúmeros distúrbios e doenças mentais no futuro. Afinal, a vida não irá parar só porque não se teve uma relação satisfatória com os pais, só porque eles não souberam como criar seus filhos adequadamente. A vida continuará sendo a vida: exigente, seletiva e cruel. Resta-nos, apenas, aprender com os erros do passado, com os erros de nossos pais, a fim de jamais repití-los no futuro. E, se for o caso, perdoar: perdoar de coração nossos pais pelas suas falhas e fraquezas ao tentar nos criar. Eles fizeram, com certeza, o melhor que puderam...
Um feliz 2015 para todos!
Prof. Elias Celso Galvêas
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