PROFESSOR - UM FACILITADOR DO CONHECIMENTO
Por: Elias G.
05 de Janeiro de 2015

PROFESSOR - UM FACILITADOR DO CONHECIMENTO

Pedagogia

Carioca, 45 anos, ex-aluno do Colégio São Bento e Mallet Soares, o professor Elias Celso Galvêas é um entusiasta da sua profissão. Formado em Pedagogia pela Universidade Santa Úrsula (onde também estudou matemática), especialista em Psicopedagogia pela Universidade Cândido Mendes, e também pós-graduado pela UFRJ, em Docência do Ensino Superior. Fundador e coordenador da "Professores Associados", possui 25 anos de experiência de ensino, principalmente no ramo da tutoria particular.

Nesta breve entrevista, ele aborda a nova relação entre professores e alunos, além dos caminhos que a Educação vem tomando.

1. Basicamente, o que mudou na relação entre professores e alunos?

O volume de conhecimentos do ser humano dobra, em média, a cada cinco anos, principalmente em função do "boom" da internet, a grande responsável por tirar das instituições acadêmicas o papel de únicas geradoras e mantenedoras do conhecimento. Neste contexto, o professor, tampouco, pode ser considerado o centro detentor de todo o saber, como era antigamente. Por terem acesso fácil às novas fontes de conhecimento, os estudantes estão mais autônomos, bem informados, e questionadores. Isto exige do professor uma postura inteiramente nova, que implica na reformulação de estratégias e, do ponto de vista do relacionamento humano, a reestruturação de inúmeros conceitos.

Apesar do professor ainda ter uma importância considerável no processo educativo, o foco não está mais nele, no aluno, ou na instituição, mas sim nas INFORMAÇÕES, bem como nas estratégias de organização, gestão, e administração dessas informações, para a elaboração de CONHECIMENTOS relevantes. Em outras palavras, a ênfase está agora na seleção, registro, e organização dos conhecimentos disponíveis na internet, bem como nos demais meios de comunicação. Assim, isto exige com que o professor tenha uma formação pedagógica mais sólida, flexível, e capaz de transformá-lo efetivamente em um educador e facilitador do processo de aquisição do conhecimento.

Por isto, o simples acúmulo bancário e algum domínio do conhecimento, não são fatores suficientes para conferir ao professor a competência necessária para transmití-los de modo adequado. Ademais, é igualmente necessário que, além da relação profissional e formal, estabeleça-se um vínculo de confiança e parceria entre a parte que ensina e a que está sendo ensinada. Sem isto, é bem provável que, mais cedo ou mais tarde, o estudante "desista" de aprender ou fique "adestrável", ou seja, aprenda simplesmente por obrigação - encarando o conhecimento como mais um fardo a se carregar na vida. Ademais, um mestre, sem amor pelo o que faz, não será capaz de transmitir o conteúdo de forma adequada, tornando o aprendizado significativo inviável.

2. Qual o perfil do estudante que procura por aulas particulares?

Em 25 anos de experiência no ramo pude observar que, normalmente, é o estudante que apresenta algumas deficiências capaz de lhe gerar um quadro de baixo rendimento escolar, o que lhe gera insegurança quanto à compreensão do conteúdo estudado, o que pode vir, em maior ou menor grau, a afetar sua autoestima, e até o seu relacionamento familiar, além de acabar afetando o entendimento de outras disciplinas em que ele, originalmente, não teria dificuldades. Na maioria das vezes, são alunos dispersivos, preguiçosos, inquietos, e ansiosos, mas também sensíveis, interessados, e, invariavelmente, muito inteligentes, o que fica mascarado em função de problemas com a autoestima. Some-se isto à cobrança dos pais e o quadro pode se agravar ainda mais.

Na verdade, são raros os alunos que nos procuram espontaneamente, imbuídos do simples desejo de aprender, crescer como pessoa e desenvolver o seu lado cognitivo e capacidade de raciocínio. No universo escolar, tudo tende a girar sempre em torno de uma nota, esta é a cobrança da maioria das escolas, e o pais, geralmente, tendem a se focar apenas em resultados de curto prazo: que seria o de tirar uma boa nota em determinada prova. É lastimável que seja assim, pois, em plena "Era da Informação", as Instituições deveriam pensar em novas formas de tornar os conteúdos interessantes, e de conscientizar os alunos da verdadeira importância da aquisição de conhecimentos práticos, significativos, e relevantes para a sua vida.

3. Como professor e educador, você adota alguma estratégia metodológica para facilitar a aprendizagem dos alunos? Existe alguma garantia de que suas notas irão aumentar?

Não existem fórmulas mágicas, ou varinhas de condão. O meu trabalho tem como objetivo fazer com que o aluno encontre o melhor caminho para resolver seus próprios problemas e dificuldades. Assim, o professor - que tem o papel de facilitar o acesso ao conhecimento, acelerando o processo de aprendizagem - não pode, de modo algum, deixar de cobrar o esforço pessoal que cada aluno deve fazer para se superar. Em outras palavras: SÓ AS AULAS PODERÃO NÃO SER SUFICIENTES, posto que também cabe ao estudante fazer a sua parte, independente do atendimento que venha a ter! Portanto, não existe garantias de que o estudante (ou seu responsável) entenda/aceite essa proposta, pois muitos deles adquiriram o hábito de colocar toda a responsabilidade nas costas do professor. E isto é um enorme EQUÍVOCO, apesar de ser bastante comum e frequente.

Contudo, nesses 25 anos de experiência, tenho conseguido fazer com que o aluno compreenda a verdadeira proposta de nossa parceria, o que contribui para a quebra das resistências mais ferrenhas, pois o aluno acaba percebendo o quanto seu esforço, mediante a orientação de um bom mestre, pode levá-lo a recuperar não apenas um bom rendimento escolar, mas a sua autonomia e autoestima. Logo, em suma, o papel do professor é o de facilitador do conhecimento que, ao prestar uma orientação adequada, é capaz de fazer com que o aluno perceba qual o caminho mais fácil para a aquisição e gestão dos saberes adquiridos.

Dessa forma, seria leviano afirmar que existe uma fórmula infalível de fazer com que o aluno aprenda um conteúdo, pois isto irá depender de diversos fatores que estão fora do controle direto do professor. No entanto, da parte do estudante, existem alguns fatores, que independem do desejo e do planejamento do mestre, mas que são fundamentais para um atendimento bem sucedido: parceria, cooperação, boa vontade, paciência, dedicação, disciplina, e vontade genuína de estar sendo atendido pelo professor (independente da vontade dos pais), são alguns deles; assim como o interesse, a motivação, a paciência e a boa vontade por parte do estudante que está sendo atendido.

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