Violonistas brasileiros #1 - Domingos Caldas Barbosa
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Por: Jamerson F.
09 de Dezembro de 2022

Violonistas brasileiros #1 - Domingos Caldas Barbosa

Compositor, cantor, poeta, violeiro

Violão Geral Geral Geral Geral Geral

Nasceu no Rio de Janeiro, 04/08/1740 e faleceu em 09/11/1800, no Palácio dos Condes de Pombeiro, em Lisboa.

Domingos Caldas Barbosa é primeiro personagem histórico de nossa música popular, além de ser considerado por muitos pesquisadores como o responsável por introduzir a modinha e o lundu na corte de D. Maria I (1777-1816) - que desembarcaria no Brasil em 1808 já sob a regência de seu filho, D. João VI.

As especulações relacionadas a seus dados biográficos indicam algumas versões para a data de seu nascimento. A primeira aponta para o dia 04/08/1740, no Rio de Janeiro; a segunda sugere o ano de 1738, com mesmo dia e mês, a bordo de um navio que iria do Rio a Bahia, ou ainda, vindo de Angola para o Brasil. Imprecisões à parte sabe-se, com certeza, que era filho do português Antônio Caldas Barbosa e da escrava angolana alforriada Antônia de Jesus.

O jovem Domingos iniciou os estudos no Colégio de Jesuítas, onde já demonstrava talento de repentista e veia satírica em versos improvisados. Mais tarde o capitão-general Gomes Freire de Andrade o recrutou para o exército, como punição a alguns versos críticos sobre os portugueses, e enviado a colônia do Sacramento (Uruguai) onde permaneceu de 1760 até a invasão espanhola, em 1762, quando foi dispensado do serviço militar. Logo após retornar ao Rio de Janeiro seguiu para Lisboa por intermédio do Conde de Pombeiros, onde foi ordenado padre e se tornou Capelão da Casa de Suplicação, além de integrante da Academia literária Nova Arcádia (onde passou a adotar o nome de Lereno Selinuntino). Sua obra está reunida em uma coletânea de poemas (onde não há parte musical) dividida em dois volumes intitulados Viola de Lereno I e II, publicados em Portugal nos anos de 1798 e 1826 (este depois de sua morte). Os versos, musicados e transmitidos oralmente ao longo dos anos, são simples e valorizam “brasileirismos” da língua, expressões ligadas ao cotidiano do negro naquela época como “nhonô”, “sinhá”, “iaiá”, dentre outras. Tais características logo seriam incorporadas ao lundu - um dos pilares de nossa música popular.

Caldas Barbosa não sabia ler ou escrever música (como era de praxe da maioria dos compositores populares da época). Ganhou fama em Portugal pela facilidade com que improvisava versos, sempre acompanhado de sua viola, cantando suas composições em saraus da sociedade lisboeta. Vale lembrar que o instrumento executado por Caldas Barbosa não é exatamente igual o violão tal como o conhecemos hoje. A Viola ou Vihuela se assemelha anatomicamente ao violão atual (caixa de ressonância em forma de 8), porém se diferencia no número de cordas (5 pares de cordas e 6 cordas simples, respectivamente). A utilização de pares de cordas nesses instrumentos é abandonada somente no final do século XVIII com a ascensão da guitarra espanhola, antecessor do violão moderno.

Autor e intérprete de lundus e modinhas, Caldas Barbosa é considerado o principal divulgador da modinha como gênero musical e até mesmo criador deste termo, popularizado em Portugal antes de ser sucesso no Brasil no século XIX e início do século XX. Caldas Barbosa é patrono da cadeira de Nº 3 da Academia Brasileira de Música.

Jamerson F.
Jamerson F.
Fortaleza / CE
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Doutorado: Etnomusicologia (Universidade Federal do Rio de Janeiro )
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