Violonistas brasileiros #3 - Catulo da Paixão Cearense
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Por: Jamerson F.
12 de Dezembro de 2022

Violonistas brasileiros #3 - Catulo da Paixão Cearense

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Poeta, cantor, compositor, letrista, flautista, violonista e teatrólogo. Nasceu em São Luís do Maranhão - MA em 08/10/1863 e faleceu em 10/05/1946 no Rio de Janeiro- RJ.

Certamente Catulo da Paixão Cearense é muito mais lembrando na história por seu brilhantismo com as letras do que com o violão. Porém não pense que no momento de apresentar sua obra ao público, Catulo tinha em mãos cadernos, rabiscos em papel ou compilados poéticos... Catulo empunhava um violão - definitivamente seu companheiro de todas as horas! Com ele apresentou-se nos mais simbólicos ambientes da recém-proclamada república brasileira.  

Filho de Amâncio da Paixão Cearense (natural do Ceará) e da Maranhense Maria Celestina Braga enfrentou algumas mudanças em sua juventude. Mudou-se para uma cidade do interior do Ceará quando tinha 10 anos e em 1880, quando já com 17 anos, mudou para o Rio de Janeiro onde o pai abriu uma relojoaria no bairro de Botafogo. Na antiga capital passou a frequentar uma pensão de estudantes em Copacabana, onde aprendeu a tocar violão, da qual faziam parte Anacleto de Medeiros (maestro), Joaquim Calado e Viriato (flauta), Cadete (cantor) e Quincas Laranjeiras (violão) - todos eles importantes músicos para o choro.

Naquela época o violão era um instrumento que possuía grande identificação com a boemia e não era bem aceito em alguns ambientes da alta sociedade carioca, bem como pelos pais que se preocupavam com o futuro dos filhos. Catulo, por exemplo, teve seu violão quebrado em sua própria cabeça pelo pai, Amâncio, depois de descobrir seu envolvimento com boêmios. Naquela noite o jovem tinha apresentado sua primeira composição na república de estudantes, a modinha “Ao Luar”. Porém, o episódio não intimidou Catulo a continuar compondo e cantando.

No ano de 1902, Fred Figner inaugura a primeira gravadora no Rio de Janeiro e dá início ao comércio de gravações no Brasil. As gravações deram uma projeção nacional às composições de Catulo que eram interpretadas por Baiano e Eduardo das Neves. Com a veia poética aguçada, Catulo passou também a colocar letra em melodias conhecidas no meio do choro como Talento e Formosura (Edmundo Otávio Ferreira), O Sertanejo Enamorado e Você Não Me Dá (Ernesto Narazeth), Os Olhos Dela e Vai Meu Amor Ao Campo Santo (Irineu de Almeida), Rasga Coração (Anacleto de Medeiros) e Flor Amorosa (Joaquim Callado).

O poeta é responsável por levar o violão onde ele jamais havia estado antes: os grandes salões da elite republicana. Em 1908, apresentou-se com o instrumento em dos ambientes republicanos mais simbólicos da época, o Instituto Nacional de Música, conseguindo realizar um recital por intermédio no maestro Alberto Nepomuceno, na época, diretor do instituto. Anos depois foi convidado pela primeira dama do presidente Hermes da Fonseca, Nair de Teffé, para se apresentar no Palácio do Catete, onde foi aplaudido de pé pelos presentes. Logo depois ganhou um cargo na Imprensa Nacional, publicando alguns livros como Lira dos salões, Novos cantares, Lira brasileira, Canções da madrugada, Trovas e canções e Choros ao violão.

Seu maior sucesso é a toada Luar do Sertão, gravada pela primeira vez por Eduardo das Neves e regravada centenas de vezes ao longo da história da música popular. A autoria da música é motivo de polêmica entre Catulo e João Pernambuco. A disputa chegou aos tribunais que decidiu a favor de João Pernambuco como sendo o autor da melodia. Por fim, a música que foi cantada a capela em seu enterro por fãs e admiradores, é tida como parceria entre os dois baluartes de nossa música.

Jamerson F.
Jamerson F.
Fortaleza / CE
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Doutorado: Etnomusicologia (Universidade Federal do Rio de Janeiro )
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