O texto dissertativo-argumentativo e as estratégias de argum
Por: Jucely R.
20 de Agosto de 2016

O texto dissertativo-argumentativo e as estratégias de argum

Letras

O tipo de redação que é exigida nas provas de concursos públicos segue o modelo dissertativo-argumentativo. Alguns não sabem distinguir as características desse modelo, por acharem que dissertativo e argumentativo são a mesma coisa ou não se somam. Porém, quando falamos de texto dissertativo nos referimos a um texto que deverá apresentar uma sequência expositiva, que objetive explicar um fenômeno, transmitindo conhecimento a respeito de determinado tema. Já quando tratamos do texto argumentativo temos em mente: presença obrigatória de argumentos e o objetivo de convencer o leitor da validade de uma tese.

No texto dissertativo-argumentativo, as peculiaridades de cada sequência se complementam e formam um modelo mais específico. Dentre os elementos básicos da sequência dissertativo-argumentativa estão: o tema, a tese (apresentada, em geral, na introdução) a argumentação (desenvolvimento) e a conclusão. O tema que deverá nortear a produção é apresentado na proposta de redação, presente no comando da prova. Por isso, é imprescindível a leitura atenta do comando, mesmo porque a compreensão do tema e a coerência com que ele é desenvolvido são critérios importantes para definir a sua pontuação. Como esperado, esse tema tende a se pautar em uma questão polêmica, um assunto relevante socialmente, de destaque nas discussões políticas e na mídia que, conforme sua manifestação, pressupõe pelo menos dois posicionamentos: um contra e um a favor.

A partir da escolha do produtor do texto por um dos posicionamentos, será definida a sua tese, correspondente a posição assumida pelo autor frente ao tema polêmico. A tese será constituída de uma proposição completa - uma oração de sentido completo - como se observa em: “O combate à violência deve ser feito com imparcialidade e respeito ao ser humano”. Geralmente, quando estão explícitas, as teses trazem essas formas verbais: “deve ser”, “é necessário”, “é possível”, “concordo com”, “discordo de”. Explicitar a tese é muito importante para que o encadeamento das ideias não se torne confuso, assim como apresentá-la na introdução, tendo em mente que a argumentação deverá se pautar na tese.

Em seguida, deverão ser apresentados os argumentos, tendo por objetivo alicerçar a tese e convencer o leitor da validade da opinião defendida. Alguns exemplos de estratégias argumentativas são:

• Citação de autoridade: exposição da opinião (em concordância com a defendida no texto) de um estudioso reconhecido na área que é tratada na redação

• Confrontação: apresentação de dois quadros de realidade diferentes e destaque das características divergentes e comuns, no intuito, por exemplo, de demonstrar avanço ou retrocesso em determinado país ou período histórico

• Causa-consequência. Esta é uma estratégia que explora o bom-senso do leitor e a capacidade de o escrevente levar à reflexão sobre terminado assunto. O argumento funciona como decorrência de uma informação posta no texto, estabelecendo-se uma relação entre fato motivador (causa) e resultado (consequência). 

• Exemplificação. Este é um tipo de mecanismo, até certo ponto, mais acessível, visto que abre a possibilidade de recorrer a fatos comuns do cotidiano, ou veiculados pela mídia de grande circulação, para retratar uma realidade em que se confirma a opinião defendida no texto. Os cuidados que se deve ter ao usar essa estratégia são: estabelecer coerência entre o exemplo dado e a tese do texto; não utilizar exemplos muito particulares, pois isso tornaria mais difícil a aceitação da tese por parte de outra pessoa que se distancie da sua realidade, e também porque, quando partimos para nossa realidade particular, restringimos a discussão a um ponto de vista limitado, muito apegado às nossas crenças. Isso não é desejável num texto argumentativo, que exercita o pensamento lógico-racional.
  
• Dados quantitativos. Apontado como uma das estratégias argumentativas mais confiáveis - por trabalhar com a realidade dos números, a qual é mais dificilmente contestável - o recurso a dados quantitativos pode se constituir da citação de pesquisas que envolvam dados estatísticos e de números, percentuais em sua maioria. Os dados devem estar em consonância com a tese apresentada e devem vir de fonte segura, reconhecida, como as universidades federais e os ministérios do governo.

É importante frisar que os argumentos utilizados devem estar em concordância com a tese defendida, pois visam justificá-la.
Por último, a conclusão deve retomar a tese e os argumentos expostos, concluindo o raciocínio do debate desenvolvido e também poderá apresentar uma proposta de intervenção para auxiliar na resolução do problema apresentado. Na prova de redação do ENEM, a criação de uma proposta de intervenção que respeito os direitos humanos contribui muito para atingir uma boa pontuação.

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