Por: Jose G. 03 de Março de 2022
A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE E O DIAGNÓSTICO DE HIV
João Henrique Affiune de Freitas, João Lúcio Bittencourt Neto, José Victor Lisboa Cardoso Gomes, Pedro Henrique Porfíri
Medicina Vírus ballint Relação Medico paciente HIV Curso superiorEncontre um professor e combine aulas particulares Presenciais ou Online
Introdução: Desde o primeiro caso de vírus da imunodeficiência humana (HIV) em 1981,
diversas tecnologías, como a terapia antirretroviral (TARV), internet e até no ramo ético de
atendimento ao paciente, foram desenvolvidas no intuito de possibilitar uma maior rede de
informações aos profissionais e também facilitar o tratamento dos pacientes vivendo com
HIV/aids (PVHA). Atualmente, essa doença não se apresenta mais como uma enfermidade
fatal, melhorando assim a qualidade de vida dessas pessoas e assim contribuindo para suas
relações interpessoais e saúde física e mental. Contudo, mesmo com os avanços apresentados,
o número de morbimortalidade ainda é alto e a justificativa encontrada em grande parte dos
estudos se encontra na discriminação social, classe social, sexo e, principalmente, dentro da
relação médico-paciente.
Objetivo e Métodos: Nosso trabalho tem como objetivo central demonstrar a importância da
relação médico-paciente no tratamento e diagnóstico dos pacientes com o vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e estabelecer os diferentes papéis de atuação do médico para
proporcionar um ambiente efetivo, cooperativo e seguro para o paciente.
Utilizamos a metodologia de revisão sistemática da literatura reunindo estudos relevantes
sobre uma questão formulada, utilizando o banco de dados do pubmed como fonte e métodos,
sendo 30 artigos iniciais e após o filtro metodológico permanecemos com 13 artigos de
referenciação, excluindo, então, artigos que não tratassem especificamente do tema abordado.
Resultados: Foram constatados o recorrente relato da necessidade de humanizar o
atendimento desses enfermos, por serem mais vulneráveis no contexto biopsicossocial e
geralmente sujeito à discriminação (4). Mostrou-se também de vital importância a atenção às
doenças oportunistas na hora do atendimento desses pacientes, principalmente a tuberculose,
nesses casos é importante solicitar a sorologia de HIV quando forem de fato diagnosticadas
essas doenças.
Além disso, há constantes relatos de coinfecção com sífilis na literatura, isso relacionado,
assim como o HIV, com a falta de instrução sobre a prevenção no ato sexual e falta de uma
educação sexual propriamente dita(7). O médico deve ficar atento e instruir e iniciar o
tratamento para sífilis nesses casos.
Nota-se que é de extrema importância a insistência por parte do médico para que esse
paciente faça a TARV, uma vez que vários relatos nos trazem casos de pacientes que se
recusam por uma gama de motivos, desde falta de condições para adquirir o medicamento,
até mesmo por transportação, e não confiar o tratamento, à o parceiro(a) não saber sobre a
infecção. O profissional de saúde deve mostrar a importância dessa adesão para esse paciente
e tomar as medidas dentro do que for possível para que haja adesão.
Conclusão: Portanto, é de extrema importância o desenvolvimento de uma boa relação
médico-paciente durante o diagnóstico e o tratamento do HIV. Uma vez que o medo do
preconceito e da discriminação acabam por auxiliar o processo saúde-doença, já que esses
sentimentos fazem com que os pacientes não sigam o tratamento e criem um receio ao fazer
exames que levem ao diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis e principalmente o
de HIV (5). A partir disso, se faz fundamental o combate à essa realidade, através de uma
abordagem correta da equipe de saúde, em que o respeito, o cuidado e a empatia venham
definir o diálogo e a relação.
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