Auscultatório VS coluna de mercúrio VS aparelho digital
Por: Jose G.
03 de Março de 2022

Auscultatório VS coluna de mercúrio VS aparelho digital

Similaridade entre os valores da pressão arterial aferida

Medicina Fisiologia Curso superior medicina de familia pressao

O artigo em questão abordou a temática de aferição arterial, propondo uma dúvida, que seria a respeito da eficácia e viabilidade da aferição da pressão por meio de um aparelho digital em comparação com o método tradicional de aferição pressórica (método auscultatório com aparelho de coluna de mercúrio).

A respeito da estrutura do artigo, ele segue a distribuição tradicional, sendo dividido em Resumo/Abstract, Introdução, Materiais e métodos, Discussão e Resultado.

O Resumo/Abstract cumprem seu papel com excelência, dá informações concisas e coerentes que representam bem o desenvolvimento do artigo de forma mais resumida.

Já a introdução parte para uma nova perspectiva, aonde ele inicia apresentando informações sobre a Hipertensão Arterial, sendo ela a doença mais prevalente no adulto e suas consequências para o sistema cardiovascular e renal são proporcionais aos níveis pressóricos, chegando a níveis devastadores. O artigo determina que a aferição da Pressão Arterial(PA) pelo método oscilométrico, com aparelhos digitais automáticos, tem sido cada vez mais frequente. Embora o método também tenha algumas limitações, tem-se observado uma tendência crescente em substituir os equipamentos tradicionais por aparelhos automáticos que utilizam o método oscilométrico, principalmente quando se pretende que o paciente ou alguém da família faça a medida residencial da pressão arterial (MRPA). Apesar do avanço tecnológico e da grande aceitabilidade do uso do aparelho digital automático, alguns pesquisadores ainda discutem a validade da MRPA, acreditando que as medidas pressóricas, realizadas fora do ambiente médico ou hospitalar, possam ser incorretas. Tendo em vista as discordâncias em relação à precisão e efetividade do método oscilométrico automático, o objetivo deste estudo foi avaliar a correspondência entre a medida da PA pelo método auscultatório com aparelho de coluna de mercúrio e a medida da PA pelo método digital automático realizada simultaneamente, com um mesmo manguito.

Partindo para Materiais e Métodos, o artigo explica que foram seguidos todos os protocolos, tanto éticos quanto científicos, para a validação do processo avaliativo que foi desenvolvido da seguinte maneira: A determinação da PAS e PAD foi realizada pelo método auscultatório e oscilométrico (digital automático) simultaneamente. Para tanto, foi criado um sistema que acoplava um aparelho digital automático (OMRON 705IT, validado pela Sociedade Britânica de Hipertensão) e um esfigmomanômetro de coluna de mercúrio, recém-calibrado, a um manguito único, através de uma conexão em "Y". O ritmo de insuflação e desinsuflação do manguito foi determinado pelo aparelho automático, sendo a desinsuflação realizada em, aproximadamente, 2 mmHg/s.

Os Resultados do artigo foram para mim de extrema surpresa, foram obtidos os dados de 423 indivíduos que apresentavam características que permitiam sua inclusão no estudo. Foram calculadas as médias das diferenças da PAS e da PAD entre o método automático e auscultatório. A média das diferenças e os valores mínimo e máximo das diferenças entre os dois métodos para a PAS e PAD foram, respectivamente, 1,9 mmHg (-15 a +19) e -0,6 mmHg (-19 a +13). Portanto, na amostra de 423 indivíduos avaliada, os dois métodos de medida da PA não apresentaram a diferença mínima de 4 mmHg, considerada clinicamente relevante, como definido na determinação do tamanho da amostra. A Figura 1 apresenta a distribuição dos valores pressóricos sistólicos (Figura 1A) e diastólicos (Figura 1B) em gráficos de frequência, comparando os valores determinados pelo método auscultatório e automático.

Analisando a possibilidade de realizar o diagnóstico da HA (PAS > 140 mmHg e/ou PAD > 90 mmHg) através de cada um dos dois métodos baseado nas duas medidas consecutivas da PA, como realizada no estudo, verificou-se que, pelo método auscultatório, o diagnóstico de HA seria feito em 128 indivíduos (30,3% da amostra) e, pelo método automático, em 122 indivíduos da amostra (28,8%), havendo discordância de diagnóstico em apenas 8 indivíduos (1,9%), não havendo diferença estatística.

Ou seja, Os aparelhos automáticos de braço, validados, com capacidade de armazenar dados em sua memória, são os dispositivos mais recomendados para a realização da MRPA, pela sua facilidade de manejo e confiabilidade. Embora haja, ainda, alguma relutância de parte da comunidade médica na indicação da MRPA, o seu uso tem se tornado cada vez mais comum e representa uma importante fonte de informação sobre os níveis pressóricos. Além disso, a MRPA é um método de boa aceitabilidade entre os pacientes. A utilização crescente da MRPA pode melhorar a qualidade do diagnóstico e do controle da HA, uma doença silenciosa e com alto índice de complicações cardiovasculares e renais.

Sabe-se que pequenas diferenças nos valores pressóricos resultam em grande impacto no desenvolvimento de complicações da HA, mormente em se tratando de doença de alta prevalência e um problema de saúde pública. Uma revisão sistemática, seguida de meta-análise recente, observou que o uso da MRPA vence a "inércia" do médico, levando-o a aproximar-se mais da meta terapêutica adequada, resultando em melhor controle pressórico. Uma outra meta-análise de 18 estudos controlados randomizados verificou que, em indivíduos com diagnóstico de HA acompanhados em unidades de saúde, quando comparada à medida casual da PA, o uso da MRPA resulta em melhor controle da PA e maior chance de se atingir a metas adequadas do controle pressórico, reforçando a aplicabilidade do método para o manejo do tratamento da HÁ.

 Em conclusão, neste estudo foi possível observar que os valores pressóricos obtidos através do método automático digital apresentam boa concordância com os valores aferidos pelo método convencional auscultatório. Os resultados indicam que a MRPA com aparelhos digitais validados deve ser estimulada como estratégia para auxiliar no controle pressórico e melhorar a adesão ao tratamento do indivíduo com HA. Assim, pode-se esperar que, com uma metodologia simples e prática para a aferição domiciliar da PA, o controle pressórico adequado possa ser alcançado mais frequentemente e as consequências da doença sejam menos devastadoras.

Assim se encerra o artigo, tendo uma grande relevância para a quebra de alguns estereótipos e Taboo’s médicos a respeito dos aparelhos de aferição digital, sendo ele muito útil para a formação acadêmica dos estudantes de medicina, oferecendo total credibilidade para essa atividade.

R$ 90 / h
Jose G.
Goiânia / GO
Jose G.
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
1ª hora grátis
Anatomia humana Imunologia - Medicina Medicina no ENEM
Graduação: Medicina (Pontíficia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO))
Venha aprender com metologias ativas, exclusivas e vip de forma acessivel em diversas areas do conhecimento.
Cadastre-se ou faça o login para comentar nessa publicação.

Confira artigos similares

Confira mais artigos sobre educação

+ ver todos os artigos

Encontre um professor particular

Busque, encontre e converse gratuitamente com professores particulares de todo o Brasil