Hormônios corticoadrenais
Por: Jose G.
03 de Março de 2022

Hormônios corticoadrenais

Medicina Curso superior Hormônios corticoadrenais

Mineralocorticoides:

Dentre os hormônios produto do córtex das adrenais tem-se os mineralocorticoides, que são produzidos na zona glomerulosa, a parte mais externa e estreita da glândula – que não a cápsula -, composta majoritariamente de células cúbicas ou cilíndricas. Os hormônios referidos até agora são a Aldosterona e Desoxicorticosterona, sendo o primeiro deles o mais importante.

No que tange a Aldosterona, ela age em diversos locais, sendo eles: as gl. Salivares, gl. Sudorípadas, intestino, rins e sistema cardiovascular.

Tem como funções gerais, no tecidos epiteliais de todas as partes supracitadas – exceto o cardiovascular-: incentivo a síntese de proteínas ligadas a movimentação do ion sódio e potássio; aumento do número e atividade dos canais de sódio; aumento da produção de ATP; aumento da atividade de co-transportadores dos ions sódio e potássio; contribuição para regulação eletrolítica.

Em linhas gerais, também auxilia na manutenção de água do corpo e incentiva a produção de colágeno. 

Quanto ao sistema cardiovascular, a Aldosterona contribui para a regulação da PA, remodelamento vascular e regulação da função endotelial.  

Os andrógenos, além de regularem as características masculinas, também são responsáveis pela produção de células do sangue, da libido, também indiretamente regulam as taxas de colesterol etc. Têm Efeito sobre o anabolismo protéico, pela ação de retenção de nitrogênio. Também promovem a retenção de P, K, Na e Cl.

 

Andrógenos adrenais:

A adrenal é responsável pela produção de pequenas quantidades de andrógenos, pois estes são necessários para essas funções no organismo, tanto em homens quanto em mulheres.  No entanto, os principais andrógenos adrenais são na verdade “precursores” da testosterona: na “linha de montagem” para a produção de testosterona, é preciso primeiro formar a PROGESTERONA (*) e em seguida o DHEA; à partir do DHEA formar a ANDROSTENEDIONA e na sequência, a TESTOSTERONA.  Através da testosterona é então produzido o ESTROGÊNIO.

O DHEA e a androstenediona são andrógenos mais “fracos” (menos potentes) que a testosterona.

Estrógenos: sendo o principal representante desta classe o ESTROGÊNIO ou ESTRADIOL, que tem como função regular as características femininas e o ciclo menstrual, além da massa óssea entre outras funções.

* Progestágenos: sendo o principal representante a PROGESTERONA, que além de ser um precursor importante da formação dos outros hormônios, é também um dos responsáveis por regular as características femininas, o ciclo menstrual etc.

O estrogênio e a testosterona são basicamente produzidos no ovário e testículo, respectivamente; porém, seus precursores também são produzidos na adrenal.  Essas três glândulas (adrenal, ovários e testículos) são as grandes fontes de hormônios esteróides do organismo e possuem um “maquinário” de produção hormonal muito semelhante.  No entanto, cada uma dessas glândulas possui um maquinário específico que é só dela, fazendo assim as diferenças e particularidades de cada hormônio esteróide.

 

Glicocorticóides:

A zona fasciculada é uma camada espessa composta por cordões radiais de espongiócitos, que são células poliédricas de citoplasma claro com delicados vacúolos contendo lipídios (colesterol e ésteres de colesterol). É responsável pela produção dos glicocorticóides. O principal glicocorticóide é o cortisol. A síntese dos glicocorticóides é estimulada pelo ACTH ( hormônio adrenocorticotrópico) hipofisário, que se encontra regulado pelo CRH hipotalâmico, estando relacionados por retro alimentação negativa com glicocorticóides.

Os glicocorticóides atuam no núcleo das células alvo, unindo-se a uma proteína receptora no citosol, sofrendo uma translocação para o núcleo, onde estimula a transcrição de genes que codificam para enzimas específicas, incluindo enzimas da gliconeogênese. Podem interatuar com receptores de membrana nos tecidos linfóides para exercer seus efeitos imunossupressores. Os seus efeitos podem ser impedidos por inibidores da transcrição (actinomicina D) ou da tradução (polimicina).

Os glicocorticóides, principalmente o cortisol, têm efeito metabólico sobre os glicídios, lipídios e proteínas. O efeito primário sobre os glicídios é o aumento da gliconeogênese e da síntese de glicogênio. O cortisol inibe a utilização da glicose pelas células e estimula o armazenamento de glicogênio, por estimular a enzima glicogênio sintetase. Causa uma hiperglicemia que pode levar a glicosúria, por ultrapassar o limiar renal. O aumento da glicemia obedece ao estímulo da gliconeogênese, pela ativação de enzimas desta via, a piruvato carboxilase e a fosfoenolpiruvato carboxiquinase.

O cortisol causa um aumento do catabolismo protéico, levando a um aumento no nitrogênio urinário.

No metabolismo dos lipídeos o cortisol estimula a lipólise, facilitando a ação dos hormônios ativadores da lipase, como o glucagon, a adrenalina e o GH.

O cortisol tem efeito antiinflamatório e antialérgico, causando a redução da hiperemia, da resposta celular, da migração de neutrófilos e macrófagos ao lugar da inflamação, da exudação, da formação de fibroblastos e da liberação de histamina.

O cortisol tem efeito sobre o trato gastrointestinal levando ao aumento de secreção de ácido clorídrico, pepsina e tripsina pancreática; diminui a secreção de muco, favorecendo o desenvolvimento de úlceras gastroduodenais.

Apresentam efeito sobre os ossos, se administrados de forma crônica, reduzindo a matriz óssea e a diminuição de absorção de Ca à nível intestinal e o aumento da excreção renal de CA e P podem predispor o aparecimento de osteoporose e fraturas. Também sobre o equilíbrio hídrico têm efeito melhorando a diurese. Os glicocorticóides de origem fetal reduzem a síntese placentária de progesterona e aumentam a de estradiol, promovendo a síntese e liberação de PGF2α , um hormônio que sensibiliza o útero à ocitocina provocando luteólise.

 

REFERENCIAS:

https://julianagabriel.com.br/sobre-glandula-adrenal-e-os-hormonios/

https://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/adrenal.pdf

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