Mecanismo de ação da pilula do dia seguinte
Por: Jose G.
03 de Março de 2022

Mecanismo de ação da pilula do dia seguinte

José Victor Lisboa Cardoso Gomes, Arthur Reis Assis, João Henrique Affiune de Freitas

Medicina Farmacologia Medicina Curso superior Sexualidade Pilula do dia seguinte

Método de ação da pílula do dia seguinte:

Para abordar o mecanismo do anticoncepcional de emergência é preciso antes detalhar algumas informações.  A começar pela composição da pílula, feita de hormônios em várias misturas de estrógeno e progesterona, sendo que também existe uma versão com apenas progesterona em baixas doses, apelidada de “minipílula”.

 Outro fato digno de destaque é a relação sexual só leva a gravidez se realizada no dia da ovulação ou cinco dias depois disso, sendo que este período pode variar em posicionamento no ciclo de cada mulher, a depender do indivíduo. Os espermatozoides, por sua vez, podem esperar de um a cinco dias no trato genital feminino até que se produza a ovulação e é nessa faixa de tempo que a pílula atua, seu mecanismo de ação podendo variar segundo o estágio do ciclo menstrual em que esta foi administrada.

Se utilizada na primeira fase menstrual, pré pico do hormônio LH, a pílula altera o desenvolvimento dos folículos, agindo diretamente nas células da granulosa, levando-as a se diferenciarem em células leuténicas, impedindo ou retardando a ovulação. Pesquisas apontam que esse impedimento ocorre em cerca de 85% dos casos, assim impedindo os espermatozoides de terem qualquer contato com o óvulo.

Esse método deve ser usado em uma situação inesperada. É indicado para a mulher que manteve uma relação sexual não planejada, sem uso de anticoncepcional e em casos de estupro. É também indicado em situações de rompimento de camisinha ou quando o diafragma é removido antes de seis horas após uma relação sexual, ou após esquecimento de uma ou mais pílulas anticoncepcionais no início ou no fim da cartela. Consiste no uso de altas doses de pílulas anticoncepcionais orais (contendo estrogênio + progestogênio) que interrompem o ciclo reprodutivo da mulher, evitando assim uma gravidez indesejada. Dependendo da etapa do ciclo na qual as pílulas foram tomadas, elas podem impedir ou retardar a liberação do óvulo pelo ovário. Algumas usuárias têm efeitos colaterais, tais como náuseas e vômitos ou distúrbios do ciclo menstrual. Efeitos colaterais sérios são muito raros. Pode ser usada por mulheres de qualquer idade, com ou sem filhos.

* MODO DE USAR: Uso em até 72 horas após a relação sexual. * ÍNDICE DE FALHA: Baixo , quando ingerida no período indicado.

O mecanismo de ação da AE é ponto de muito interesse tanto de usuárias, como de provedores de saúde. Embora se acumulem investigações científicas sobre o tema, o conhecimento das mulheres e dos profissionais de saúde ainda é relativamente escasso. Isso colabora para que persistam diversas dúvidas, principalmente sobre o risco de “efeito abortivo”. Portanto, o esclarecimento dos efeitos anticonceptivos da AE é fundamental. Nesse sentido, é preciso recordar que uma relação sexual só resulta em gravidez se ela ocorrer no dia da ovulação ou nos cinco dias que a precedem. Este período de fertilidade, de seis dias, varia para cada ciclo e para cada mulher, dada a possibilidade da ovulação ocorrer tão cedo como no 10° dia do ciclo menstrual, ou tão tardiamente quanto no 23°. Os espermatozóides, por sua vez, precisam esperar entre um e cinco dias no trato genital feminino, até que se produza a ovulação. E é exatamente nesse espaço de tempo que a AE atua. Entretanto, o mecanismo de ação varia bastante conforme o momento do ciclo menstrual em que a AE é administrada. Assim, se utilizada na primeira fase do ciclo menstrual, antes do pico do hormônio luteinizante (LH), a AE altera o desenvolvimento dos folículos, impedindo a ovulação ou a retardando por vários dias. A ovulação pode ser impedida ou retardada em quase 85% dos casos e, nessas circunstâncias, os espermatozóides não terão qualquer oportunidade de contato com o óvulo. Na segunda fase do ciclo menstrual, após a ovulação, a AE atua por outros mecanismos. Nesses casos, a AE altera o transporte dos espermatozóides e do óvulo nas trompas. O mais importante é que a AE modifica o muco cervical, tornando-o espesso e hostil, impedindo ou dificultando a migração dos espermatozóides do trato genital feminino até as trompas, em direção ao óvulo. Além disso, a AE interfere na capacitação dos espermatozóides, processo fundamental para a fecundação. Por meio de um ou mais desses mecanismos é que a AE impede a fecundação. Significa afirmar que a AE impede o encontro entre o óvulo e os espermatozóides. De toda forma, a eficácia da AE é resultado dos mecanismos de ação descritos que, em conjunto ou isoladamente, atuam impedindo a fecundação e sempre antes da implantação. Não há quaisquer evidências científicas de que a AE exerça efeitos após a fecundação ou que implique a eliminação precoce do embrião.

 

REFERENCIAS

 

Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos - Caderno nº 3. ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE. MINISTÉRIO DA SAÚDE. BRASÍLIA - DF 2005.

 

MOREIRA, LMA. Métodos contraceptivos e suas características. In: Algumas abordagens da educação sexual na deficiência intelectual [online]. 3rd ed. Salvador: EDUFBA, 2011, pp. 125-137. Bahia de todos collection. ISBN 978-85-232-1157-8.

 

Ribeiro, Eliane Beraldi. Fisiologia Endócrina. 2012, EditoraManole ISBN: 9788520426609

 

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Biologia molecular Anatomia humana Medicina no Ensino Médio
Graduação: Medicina (Pontíficia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO))
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