Resenha Crítica do Conto: De Noite, Franz kafka
Por: Jose G.
01 de Março de 2022

Resenha Crítica do Conto: De Noite, Franz kafka

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    Sugiro que leia o conto para entender melhor meu raciocínio, é sucinto e encontra-se em forma de link no final do trabalho.

 

      Franz Kafka foi um exímio escritor, tanto seus contos quantos suas obras mais extensas deliberam um forte saber linguístico e estrutural, passando uma narrativa precisa de forma muitas vezes metafórica ou complexa, porém, que deslumbra o leitor ao ser analisada precisamente. O conto “De Noite” expõe o ato de dormir, nos faz refletir, mistifica o sono e suas interpretações, ele começa com um imperativo, “submergir-se em a noite!”, que resume bem o que vamos fazer ao decorrer do conto,

“Assim como às vezes se enterra a cabeça no peito para refletir, fundir-se assim por completo com a noite”, essa é uma das frases mais marcantes de todo o conto, ela escancara as profundidades do que é “ser humano”, como dizia o grande escritor russo, Fiódor Dostoiévski, “existe no homem um vazio do tamanho de Deus”. Essa frase do conto retrata dessa temática, o vazio escuro e profundo que é representado pela noite e como simplesmente “as vezes” enterramos nossa cabeça no peito para refletir, esse “as vezes” acaba sendo mais recorrente do que imaginamos, e o que nos resta é debruçarmos sobre o vazio e dormir coberto pela noite serena.

      É impressionante como em poucas palavras Kafka liberta nosso maiores medos e crises, e retrata-os com tanta perspicácia e sutilidade por meio da literatura. A única coisa que temo é essa noite, esta noite é muito atrativa, quando paramos para analisa-la em seu conto, é poético como todos os homens se curvam perante a noite, mais uma metáfora para as crises existenciais que estão presentes em cada ser humano. Friedrich Nietzsche nos alertou que “quando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”, mas mesmo assim buscamos o abismo todos os dias, sem motivo algum, da mesma forma como os homens, ou melhor dizendo os autointitulados “Vigias”, velam pelo acampamento à intempérie, que nada mais é do que uma metáfora de “Vida” e como ela está sujeita a desgraça e mesmo assim a velamos.

      Dessa maneira, com a frase “Por que velas? Alguém tem que velar, se disse. Alguém precisa estar aí” Franz Kafka finaliza seu maravilhoso conto, trazendo um questionamento metafórico, que como foi dito nessa resenha, os homens no conto, mais precisamente os vigias velavam o acampamento durante a noite, mesmo sem saber porque, eles simplesmente velavam e tentavam se conformar com isso, porém o questionamento do por que estar ali fazendo aquilo sempre retorna, da mesma forma em que na nossa vida, constantemente nos questionamos o porquê de estarmos vivos ou o porquê de estarmos seguindo o rumo que seguimos, e a resposta é sempre a mesma, não sabemos e tentamos nos conformar, pois a busca incessante do nosso verdadeiro EU continua a perturbar-nos até o fim de nossas vidas.

 

Caso queira ler o conto para entender melhor essa discussão filosófica, acesse:

https://www.slideshare.net/eduardojorge923/3029707-contosfranzkafka

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Jose G.
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