Vocalizes X exercícios
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Por: Klauss T.
11 de Julho de 2021

Vocalizes X exercícios

Entenda a diferença e a relação entre eles

Canto Técnica vocal Vocal Coach fisiologia Geral Iniciante

Você alguma vez já pesquisou algo sobre técnica vocal no Youtube? Deve ter encontrado diversos cantores e professores que iriam ensinar “O Segredo” (sim, com S maiúsculo) das notas agudas, que iam passar um “exercício” (sim, entre aspas) milagroso, e no fim ele apresentava um vocalize que você repetiu várias vezes e que nunca levou ao resultado desejado, estou errado? Ou até ele fazia uma mudança na voz que não tinha nada a ver com aquele cantor que te serve de inspiração, não é mesmo? Nesta hora você deve estar pensando: “é verdade... mas você está insinuando que existe alguma oposição entre vocalize e exercício?”

Já vou logo respondendo que não há necessariamente uma oposição, mas, sem a orientação correta do “ajuste” necessário para a consecução de um exercício (no sentido marombeiro da palavra), o vocalize que pode (ou não) estar contido no exercício acaba não fazendo a menor diferença.

Mas afinal, o que é um vocalize? Bem, um vocalize é um encadeamento melódico, assim como numa música (normalmente a 'letra' dele é mais simples). Ele, por si só, não necessariamente induz a determinadas manobras laríngeas e o resultado acaba ficando travado devido a algumas limitações pessoais que, na maioria dos casos, é simplesmente “sedentarismo” de alguns músculos intrínsecos.

Então creio que aqui caiba o comentário de que temos 6 grupos musculares que estão diretamente envolvidos na entonação. São músculos localizados dentro das cartilagens ou ossos que compõem a laringe (o “pomo-de-adão” que vemos bem no homem), interligando-as(os) e, por isso mesmo, são chamados de intrínsecos. Cada região da nossa extensão está relacionada a um ou mais grupos que vão, de certa forma, arranjando-se entre si à medida que subimos ou descemos uma escala. Dependendo da altura ou do efeito estético desejado, podem agir de forma isolada ou conjunta, sincronizando-se, de forma que, estando devidamente tonificados e treinados, podem resultar num canto altamente versátil. Ou seja, deste ponto de vista, podemos tonificar ou, “bombar” esses grupos musculares, semelhante ao que fazemos com os músculos do corpo quando vamos malhar numa academia.

Isso leva à conclusão de que, depedendo do objetivo a ser alcançado, você pode precisar de exercícios mais diretos, que lhe permitam “religar” (ou relembrar como acessar) determinados músculos como pré-condição para atingir determinado resultado num vocalize ou numa música. Por exemplo, para induzir determinados grupos musculares, faz muita diferença você tentar alcançar uma nota “X” utilizando pressão subglótica (alguns chamam de “coluna de ar”) mais alta, ou mais baixa. Ou utilizando laringe alta e a laringe baixa, ou até mudando a “fôrma” dentro da boca (posição da língua, do palato mole, etc). E vou dizer mais: alguns desses exercícios, que podem tonificar ou “ligar” músculos “esquecidos”, podem até ser “mudos”.

Não querendo ir longe demais, algumas vezes pode ser que para acessar esses músculos ou a “memória” deles, basta um 'clique', às vezes pode dar bastante trabalho. E isso depende muito mais dos nossos hábitos vocais, quais grupos musculares privilegiamos no dia-a-dia, e como entendemos as orientações e dicas para acessá-los (o que varia muito de pessoa para pessoa) do que alguma limitação genética, estrutural ou “falta de dom” como se costuma pensar – ou como querem que pensemos, talvez pra eleger sempre aqueles “naturalmente” mais talentosos, ou desencorajar aqueles que às vezes só precisam de mais foco e paciência.

Eu até gostaria de ir um pouco mais longe aqui e entregar mais o ouro, mas ficaria um artigo muito longo e técnico, com muitas considerações anátomo-fisiológicas que podem torná-lo chato e desinteressante. Mas o importante é chamar a sua atenção para o fato de que uma seqüência de “nei-mai-nei-mai-nei” feita a esmo, sempre da mesma forma, vai levar sempre ao mesmo resultado. Fazer um vocalize a esmo é como ir a uma academia e levantar pesos aleatoriamente, ou meramente tirar um tempo para caminhar diariamente – pode até melhorar alguma coisa para quem está muito sedentário e há muito tempo, mas, fazendo uma comparação com a vida de um atleta, a caminhada ou o levantamento aleatório de pesos não vão deixar ninguém sarado ou condicionado para uma maratona, nem para uma prova de 100 metros rasos, nem para praticar fisiculturismo. É isso mesmo: o professor de canto moderno (ou contemporâneo) é uma espécie de “personal trainer” para a laringe e outros sistemas musculares envolvidos no canto. Leve isso em conta dependendo do resultado que você pretende alcançar.

Klauss T.
Klauss T.
Blumenau / SC
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Curso Livre: Certificação em Canto Belting MBAB (André Barroso)
Técnica Vocal, Canto - fisiologia, Canto - Canto popular
Professor certificado no método belting andré barroso, tutor da turma do ssb5. Também tenho experiência anterior com drives vocais.

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