A gente ou nós?
Ambas as formas existem em Língua Portuguesa e o que determina a escolha entre uma versão e outra é o contexto de comunicação, já que cada uma delas está inserida num nível de formalidade que deve necessariamente ser levado em conta no momento da definição.
Tanto a gente quanto nós representam um grupo de pessoas, entretanto, a gente é expressão informal e deve ser selecionada quando a situação de uso permitir maior flexibilidade com relação às regras gramaticais da língua. Note os exemplos:
- A gente não concorda que a melhor decisão seja essa.
- A gente deve entender que não tinha outra saída melhor na ocasião.
- A gente já fez todas as tarefas da lista?
Conforme o observado, a gente, no sentido de nós, é sempre grafado de forma separada, já que agente é substantivo que faz referência a alguém que é vinculado a uma agência e que faz o trabalho de agenciar pessoas.
Mesmo representando um grupo de pessoas, um coletivo, a expressão a gente mantém sua forma no singular e deve, por isso, ser acompanhada por verbos no singular.
A gente também pode expressar termo próximo a povo de um determinado local ou nacionalidade. Veja abaixo:
- A gente daquele país é muito atenciosa.
- As medidas devem beneficiar a toda a gente.
- A gente brasileira é muito bonita.
Nós, pronome pessoal, é versão da primeira pessoa do plural e é a versão ideal para ambientes formais, tanto na fala quanto na escrita. Por ser estrutura de plural, o verbo obrigatoriamente assumirá a versão de plural, conjugado na primeira pessoa. Vamos à aplicação:
- Nós não aceitamos a decisão da diretoria da empresa.
- Nós percebemos que vender a casa era a melhor alternativa naquele momento.
- Nós não fomos convidados para a festa de casamento?
