
Vícios de linguagem

em 09 de Janeiro de 2020
Risco de vida ou risco de morte?
As duas locuções estão corretas e podem ser usadas, constituindo uma relação sinonímica, ou seja, expressões que têm o mesmo sentido e são equivalentes.
Risco de vida e risco de morte são locuções substantivas. As locuções substantivas ocorrem quando duas ou mais palavras juntam-se numa mesma expressão, com sentido único e com função de substantivo, que é a de nomear pessoas, lugares, objetos, animais, sentimentos etc.
Utilizamos as locuções para expressar que alguém está envolvido em uma situação que apresenta perigo grave e que pode levá-lo à morte, por isso o uso do termo risco. Note os exemplos:
- Houve um acidente envolvendo dois carros e um ônibus na avenida principal da cidade, porém, nenhum envolvido corre risco de vida.
- Pessoas com problemas cardíacos devem se atentar ao risco de morte envolvido na situação.
- Não há risco de vida na cirurgia pela qual a senhora vai passar.
Ainda que compostas pelo par antônimo de substantivos vida e morte, podemos aplicar tanto risco de vida quanto risco de morte sem prejuízo de sentido. Veja as possibilidades de uso:
- Após o grave acidente, o paciente internado continua em risco de vida.
- Após o grave acidente, o paciente internado continua em risco de morte.
Atualmente, é mais socialmente aceita a versão risco de morte do que risco de vida. Isso porque, ao trocarmos os substantivos morte e vida pelos verbos correspondentes, temos o seguinte:
- Risco de vida- Risco de viver
- Risco de morte- Risco de morrer
Dessa forma, é bastante fácil perceber que utilizar risco de morte para expressar possibilidade de morrer é mais cabível e apropriado do que questionar se alguém tem risco de viver. De qualquer maneira, não há nenhum impedimento gramatical que desconsidere o uso de uma ou outra expressão.