Os últimos trinta anos tem sido marcado pela introdução de uma das práticas mais antigas do mundo, inerente ao ser humano, como instrumento para medicação dos males modernos: a meditação.
À exemplo da tuberculose, considerada o mal do século XIX, doenças da mente como ansiedade, depressão e insônia vêm tomando o espaço de doenças “clássicas”, tornando-se o mal da nossa era. Em períodos anteriores, os males eram da carne, do corpo, causados pela vida austera e difícil de uma sociedade analógica e faminta por conquistas materiais. A busca por um bem-estar no externo permanece em nossa sociedade, movendo a engrenagem do consumismo desenfreado por coisas. Entretanto, deixamos de ser analógico.
A internet foi o grande avanço da humanidade no último século. Incubada e gestada no século XX, foi no século XXI que saiu dos caixotes de metal para tomar uma forma de plástico e vidro em nossas mãos. O que tomava nosso cérebro de assalto dentro de casa ou no trabalho em horários restritos, passou a ser constante. No início, precisávamos de um computador, um trambolho de bons quilos que ocupava um senhor espaço em nossos cômodos, plugados a fios de telefones e inúmeros cabos, deixando nossa interação com esse mundo virtual restrita a momentos específicos de nosso dia. Ainda passávamos boa parte do tempo no analógico. Hoje a história é outra. Não há mais cabos. Não há mais cômodos ocupados por aparelhos gigantes. Acessamos à tudo e todos, a qualquer hora e lugar...literalmente!
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Não podemos demonizar a internet. Ela muito útil. Cá estou eu escrevendo para você leitor de um aparelho que mal ocupa uma bolsa de mão em um vilarejo nos Himalaias próxima à fronteira com o Tibete. Aí está você me lendo em uma tela um pouco maior que a palma de sua mão, escorrendo o dedo por essas linhas com o polegar direito enquanto com a mão esquerda leva a boca uma caneca de café em seu sofá em algum lugar do Brasil. Isso é fantástico! Contudo, como tudo é dual no mundo da matéria, essa benção também traz seu fardo.
As redes sociais beneficiam a promoção e a conexão entre as pessoas que num mundo analógico dificilmente conseguiriam manter interação. Elas unem fãs à ídolos, clientes às marcas, quem quer aprender à quem quer ensinar e por aí vai. Entretanto, a dinâmica pela qual elas funcionam trabalha com o que há de mais primitivo na natureza humana: a recompensa, a sensação de pertencimento e principalmente a aceitação do grupo.
Entre o aprendizado da utilização de ferramentas e a descoberta do fogo, milhões de anos separaram um evento do outro. Entre a domesticação de animais e o desenvolvimento da agricultura, milhares de anos. Entre a Idade Média, onde as artes de ofício imperavam, e o Renascimento, onde nasce a indústria, alguns séculos. Entre o computador com internet restrita ao celular com conexão ilimitado, uma década. Percebe algo nessa dinâmica?
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Somos seres orgânicos. Como animais, pertencemos a natureza. Evoluímos a cada geração, recebendo através de nossos corpos cargas genéticas de nossos ancestrais e aprendizado daqueles que nos antecederam. E como seres orgânicos, para evoluirmos precisamos de TEMPO.
Essa evolução desenfreada das tecnologias através da hiper interação e condução das mentes humanas à um comportamento que case com as necessidades da ideia de sociedade está causando uma pandemia de saúde mental. Depressão, insônia, enxaqueca, ansiedade...você nomeia! Eventos como a Covid não são a causa, mas o expositor do que já era perceptível. Consultórios psiquiátricos cheios. Analistas com agendas ocupadas. Pessoas tomando benzodiazepínicos como quem toma um cafezinho entre uma reunião e outra para aguentar uma vida que não lhe apetece, mas que lhe foi imposta. O ser humano não teve tempo de acompanhar evolutivamente esse desenvolvimento tecnológico e assim como as máquinas que quando sobrecarregadas dão problemas o bicho homem está “bugando”.
Solução para isso? Desconectar e reconectar-se. Encontrar-se e conversar cara a cara. Cozinhar juntos e disfrutar da comida à mesa com o outro e com o alimento. Estar presente no momento presente. Sem querer fotografar nada para postar em lugar algum. Quer compartilhar? Compartilha o presente no momento presente e com alguém presente. Ainda assim, quando se está perdido em ansiedade e depressão é difícil se desconectar e reconectar-se. O que podemos fazer então? Como sair disso?
Fazendo aquilo que os homens fazem a milhares de anos: MEDITAR!
Deixar de lado por um momento o tempo e o espaço para recolher-se em si. Buscar a sua essência. A tecnologia está tirando a essência do humano. Em prol de se conectar, ele está se desconectando. Há que voltar aos primórdios quando contemplar, pensar e meditar eram verbos altamente praticados pela humanidade.
Há de fazer isso sem ajuda de celular, sem a ajuda de vídeo no YouTube ou de alguém te guiando através de um aplicativo. Isso é controle disfarçado de cura. Há que se voltar à essência.
Vamos meditar?
Eu lhe ajudo nessa caminhada.