CRITICISMO DE KANT
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Por: Osmar S.
14 de Junho de 2025

CRITICISMO DE KANT

FILOSOFIA MODERNA DE KANT: CRITICISMO E EMANCIPAÇÃO

Filosofia Enem Ética Ensino Médio

Este artigo aborda a filosofia moderna de Immanuel Kant, com ênfase no criticismo como método filosófico e na ideia de emancipação do sujeito racional. A partir da superação do dogmatismo racionalista e do ceticismo empirista, Kant propõe uma síntese entre razão e experiência, culminando na "Crítica da Razão Pura". Seu pensamento representa um marco de autonomia na história da filosofia, fundamentando a modernidade em bases racionais. Além disso, destaca-se o papel do esclarecimento (Aufklärung) como projeto emancipador da humanidade, que convida cada indivíduo a sair da menoridade intelectual por meio do uso livre da razão.

 

1. Introdução

A filosofia moderna é marcada por uma profunda reavaliação das capacidades da razão humana. Entre os pensadores centrais deste período, Immanuel Kant (1724–1804) ocupa lugar de destaque por estabelecer um novo paradigma: o criticismo. Em resposta às limitações do racionalismo dogmático e do empirismo cético, Kant propôs um método crítico que analisa os limites e as possibilidades do conhecimento humano. Este artigo analisa o criticismo kantiano e sua relação com a ideia de emancipação, destacando o papel da autonomia da razão no projeto moderno de liberdade e esclarecimento. Logo, concluímos que o Kant afirmava que a crítica não significa dizer algo negativo sobre a razão ou a ética, mas sim analisar as condições de possibilidade.

2. O Criticismo Kantiano: Fundamentos e Objetivos

Kant define seu método como "crítico", em oposição ao dogmatismo (que presume conhecer a realidade em si) e ao ceticismo (que nega a possibilidade do conhecimento). Para ele, é necessário investigar as condições de possibilidade do conhecimento, ou seja, como é possível conhecer.

Na Crítica da Razão Pura (1781), Kant diferencia:

  • Juízos analíticos (que explicam o conteúdo de um conceito) e

  • Juízos sintéticos a priori (conhecimentos que ampliam o saber, mas não dependem da experiência).

Seu objetivo é responder à questão: "O que posso saber?", o que o leva à chamada revolução copernicana da razão — em vez de o sujeito se adequar ao objeto, é o objeto que se conforma às estruturas da mente humana (formas puras da sensibilidade: espaço e tempo; e categorias do entendimento).

Com isso, Kant estabelece que não podemos conhecer a "coisa em si" (noumeno), mas apenas os fenômenos, ou seja, aquilo que aparece ao sujeito. Pois o homem é o sujeito transcendental, ou seja, ele desconfia da razão em uma possibilidade que envolve espaço e tempo.

3. Emancipação e Autonomia da Razão

Além de epistemólogo, Kant é também um filósofo da liberdade. Em seu famoso texto “Resposta à Pergunta: O que é o Esclarecimento?” (1784), define esclarecimento como:

“a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. Menoridade é a incapacidade de servir-se do próprio entendimento sem a direção de outrem.”

A emancipação, portanto, está diretamente ligada ao uso autônomo da razão. Esse ideal de autonomia se manifesta em diversos campos:

  • Na moral (Crítica da Razão Prática): o homem livre age conforme o imperativo categórico — “Age de tal maneira que a máxima da tua ação possa valer como lei universal.”

  • Na política: Kant defende o ideal de uma república racional, baseada no direito e na paz perpétua entre os povos.

  • Na educação: o homem deve ser educado para a liberdade, não para a obediência cega.

A filosofia kantiana fundamenta, portanto, um projeto de ilustração, autonomia e liberdade, pilares do pensamento moderno e iluminista.

4. Kant e a Modernidade

A obra de Kant marca a transição para a modernidade filosófica. Sua influência se estende à ética, política, ciência e estética. A partir dele, o sujeito se torna o centro da reflexão filosófica, capaz de construir o conhecimento e agir moralmente por si mesmo.

O projeto moderno, sob a influência kantiana, valoriza:

  • O uso público e racional da razão;

  • A crítica constante às tradições e autoridades dogmáticas;

  • A autonomia moral e política dos indivíduos.

Kant fornece, assim, os fundamentos para uma visão laica, racional e emancipadora da existência humana.

5. Conclusão

Immanuel Kant representa uma ruptura e um avanço no pensamento filosófico. Seu criticismo estabelece os limites do conhecimento e aponta para a possibilidade de uma razão autônoma e emancipadora. Ao articular conhecimento, moralidade e liberdade, Kant dá forma a uma filosofia que continua sendo referência para os debates contemporâneos sobre ciência, ética, política e educação. Em um mundo ainda marcado por tutelas ideológicas, seu convite ao esclarecimento permanece atual: “Ouse saber!” (Sapere aude).

6. LIVROS

  • Crítica da Razão Pura, de 1781
  • Crítica à razão prática, de 1788
  • Crítica da faculdade de julgar, de 1790

Referências Bibliográficas

  • KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

  • KANT, Immanuel. Resposta à Pergunta: O que é o Esclarecimento? In: Textos Selecionados. São Paulo: Abril Cultural, 1974.

  • ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

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