Teclado Blues

Improvisação Blues 

 Os pianos acústicos geralmente utilizados nos estilos Blues/Rock são pianos que tem como principais características timbres abertos e estalados. Geralmente utilizam-se pianos de armário que costumam ter essas características. Já nos órgãos (Hammond), geralmente se utilizam órgãos de sonoridade quente, abusando do vibrato para partes bem definidas e drives para dar peso.
 O gênero original é composto normalmente por três acordes I7 IV7 V7. Pode-se notar que os três são formados de dominante. Essa não é uma característica da música ocidental, pois vem da cultura africana que trouxe, também, as chamadas blues notes, em português “ notas blues”. Estas são o resultado do jeito de entoar algumas notas do acorde pelo povo daquele continente. Para alcançar o terceiro grau da escala, por exemplo, o africano começa abaixo, por volta do b3 e, gradativamente, chega até o 3.
 Primeiramente, é importante dizer que o blues tradicional não e nem maior nem menor, Não é um gênero tonal, mas modal. Somente em âmbito jazzístico se constituiu o blues em menor. Ele é caracterizado pela sonoridade dos acordes de dominante ( I7 – IV7 – V7) e pela afinação indefinida do terceiro grau em sua melodia. Sua adaptação ao sistema temperado cria a coexistência das notas b3 e 3.
 Uma estrutura do blues tradicional de 12 compassos é a seguinte: I7 - IV7 - I7 - I7 - IV7 - IV7 - I7 - I7 - V7 - IV7 - I7 - V7 Escalas As escalas usadas no blues são várias. A primeira que pode ser usada é a pentatônica menor. Ela é composta pelas notas: 1 - b3 - 4 - 5 - b7.
 
Chamada também de penta menor é a escala mais simples que se aplica ao blues. Oferece uma sonoridade bem característica. Independente da mudança dos acordes, ela pode ser aplicada livremente a tonalidade da estrutura harmônica do gênero. Isso significa, por exemplo, que a escala penta menor de C pode ser aplicada aos acordes de um blues em C: C7 - F7 - G7 A segunda escala que pode ser usada é a blues menor. Ela é composta pela escala pentatônica menor com o acréscimo do #4 (ou b5).
 A escala blues menor também pode ser aplicada a todos os acordes da estrutura do gênero. Esta é uma herança africana a sobreposição de dois elementos um que varia (a harmonia) e outro que não varia (a melodia). As duasnescalas acima citadas (a penta menor e a blues menor) podem servir de grande efeito em passagens rápidas. Por outro lado a sonoridade delas é um pouco limitada. Para enriquecer a melodia do blues, portanto, podem ser tocadas as escalas penta menor e blues menor próprias de cada acorde. Então: sobre C7 pode ser tocada a escalas blues menor de C; sobre F7pode ser tocada a escala blues menor de F; e sobre G7; pode ser tocada a blues menor de G.

Como improvisar no Blues? O contato com esse gênero musical fornece a ideia dos elementos típicos que o caracterizam. Um deles é a repetição de células rítmico-melódicas, que podem ser variadas, tanto ritmicamente quanto na altura de suas notas, ao longo da estrutura harmônica. Para quem gostaria de se aproximar do gênero, sugiro procurar ouvir John Lee Hooker, Eric Clapton, BB King. Quem quiser ter uma ideia do blues em âmbito jazzístico não pode deixar de ouvir Charlie Parker (temas como “Yardbird Suite” ou “Now’s The Time”), Miles Davis (“All Blues’”), Thelonious Monk (“Blue Monk”), entre outros, cada um apresentando alguma característica estética compositiva própria.