25 de abril: festa de liberação
Por: Paola G.
01 de Maio de 2014

25 de abril: festa de liberação

Italiano Crianças Geral

Esta semana eu queria deixar a nossa viajem entre as regiões italianas para falar de um dia muito importante para a democrácia do meu pais: o 25 de Abril, festa de Liberação nacional. Neste dia o povo italiano lembra a liberação italiana da ditatura fascista, que durou 20 anos. Na segunda guerra mundial a ditatura de Benito Mussolini viveu uma mudança de alianças, passou do grupo dos estados democraticos, formado por França e Inglaterra ao grupo nazista de Alemanha e Espanha, com o qual foi constituido o Patto di Acciaio (pacto de aço). No ano 1936 a Itália viveu um período de grande repressão política, de perseguição contra os opositores politicos, os judeus e homosessuais. A violência usada pelos nazi-fascistas levou o povo italiano a se defender com a formação de grupos de PARTIGIANI. I Partigiani eram soldados, homens e mulheres simples, de diferentes pensamentos politicos (comunistas, socialistas, catolicos) que tinham como objectivo comun o anti-fascismo e a luta de Resistenza. É mesmo por eles e pela  sua coragem e as suas forças que a Itália foi liberada. Não podemos esquecer, com certeza, a importância dos aliados americanos, que no dia 9 de septembro do 1943 chegaram em Napoli. Deste momento començou uma dura resistenza entre I Partigiani, que recebiam armas dos aliados americanos, e os nazi-fascistas. Do sul até ao norte da Itália a resistenza fez muitas vítimas, muitos soldados morreram, mas também homens, mulheres e crianças. 

I Partigiani

Quando na Itália se fala de resistenza é mais comun referir-se ao Norte, porque em regiões como Toscana, Umbria, Marche, Emilia-Romagna se formaram grupos maiores de Partigiani. Nestas zonas, de fato, aconteceram mais massacres, lembrados como STRAGE DI MARZABOTTO (perto de Bologna), MASSACRO DELLE FOSSE ARDEATINE (em Roma) e LA STRAGE DI SANT'ANNA DI STAZZEMA (perto de Lucca, na Toscana). 

Acho muito importante também fornecer informações sobre a resistenza no sul da Itália, ou melhor, do que aconteceu na cidade de Napoli depois da chegada dos americanos. Mesmo se os históricos falam de liberação, Napoli viveu um dos momentos mais escuros da sua história. Estas páginas da historia de Napoli foram escritas por muitos autores, dos quais os mais importantes são: Curzio Malaparte com o romance La Pelle (do qual foi gravado um film com os famosos atores Marcello Mastroianni e Claudia Cardinale) e Eduardo de Filippo, com a sua obra de teatro Napoli Milionaria, da qual obra a frase mais famosa do final virou a ser um PROVERBIO italiano no dialetto napoletano "Addà passà a nuttata"! (A noite tem que passar, acabar e quando chegará o dia tudo se resolverá, mesmo a guerra vai acabar e a Itália vai viver um periodo melhor, de luz)

https://www.youtube.com/watch?v=L0zRMzs0z28

A chegada dos americanos em Napoli gerou um fenômeno de profunda degradação social: contrabando e prostitução. A prostitução das mulheres napoletanas com os soldados afro-americano era muito comum, e deu como conseqüência meninos com a pele morena. Sobre esta situação fala uma canção da música popular napoletana, chamada TAMMURRIATA NERA

 

https://www.youtube.com/watch?v=ZXMPryOrMhs

O texto desta canção é completamente em lingua napoletana. AquÍ em baixo encontra-se o final, que explica que as mulheres poderiam chamar os filhos com nomes italianos (Giuseppe, Antonio, Ciro), mas eles nasciam com a pele escura. Era bem claro que os "pais" eram os soldados americanos.

Ca tu o chiamme Ciccio o 'Ntuono

Ca tu o chiamme Beppe o Giro,

Quillo...o ninno é niro, niro

Niro niro comm'a che!

La Battaglia di Montecassino!

Depois da liberação de Napoli os americanos prosseguiram para o Norte, combatendo antes perto da capital. Este combate durou 5 meses, por causa do exército alemão que não permitiu a avançada dos americanos. So' no dia 18 de maio os exércitos da Polonia e da Argélia conseguiram vencer contra os alemaos. Como "premio" o comandante francês permitiu um estupro geral de mulheres, meninos e padres por conta dos seus soldados (na maioria dos casos marroquinos e argelinos). Este episódio tão cruel nunca foi condenado do tribunal internacional contra os crimes de guerra. A brutalidade da guerra continuou, mesmo se se tratava dos nossos aliados. Nada de diferente do que os nazistas fizeram! O filme que mais explica o que os soldados americanos e aliados fizeram com as nossas mulheres é LA CIOCIARA, interpretado para a famosa e bellissima Sofia Loren:

http://www.dailymotion.com/video/x484n7_volto-nascosto-della-pellicola-indi_shortfilms

 

L'eccidio di Sant'Anna di Stazzema

Em quanto os liberadores tentavam  ir até ao Norte da península, no centro e no norte os nazistas continuavam os seus massacres. Um dos massacres mais cruel, chamado Eccidio di Sant'Anna di Stazzema, aconteceu perto da cidade de Lucca, na Toscana. Neste eccidio morreram mais de 500 pessoas, fuzilados na praça da pequena cidade de Sant'Anna, em frente da igreja. Alguns sobreviveram por conta de um soldado alemão, que salvou um menino de 7 anos e a sua família. Na crueldade deste dia, o 12 de agosto do 1944, este soldado, que estava levando um grupo de pessoas à praça da esecução, lhes permitiu de fugir. O menino, que ainda vive, se chama Enio Mancini e a sua estória foi contada pocos anos atrás, por conta do neto deste soldado que sabia toda a verdade e que entrou em contato com o senhor Mancini. Aquí em baixo tem um artigo que descreve o dia do massacre e o primeiro contato de Enio Mancini com o neto do soldado alemão, Peter Bonzelet:

http://iltirreno.gelocal.it/regione/2010/03/18/news/la-strage-di-sant-anna-di-stazzema-una-telefonata-dalla-germania-mio-nonno-e-l-ss-che-ti-salvo-la-vita-1.1778926

 

Mesmo na tristeza e na crudelidade acontecem também historias com final feliz.

Pra entender melhor o que aconteceu em Sant'Anna, eu convido o leitor a assistir ao filme Miracolo a Sant'Anna, do regista Spike Lee:

https://www.youtube.com/watch?v=qmCSU6rT70E

 

 

 

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