A dor nossa de cada dia.
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Por: Josimeire M.
17 de Abril de 2024

A dor nossa de cada dia.

Mecanismo da dor mecânica

Medicina Fisiologia

A dor nossa de cada dia!

Profª Josi Medeiros

 

Dor, palavra monossílaba, pequenina, mas de uma força, que para pronunciá-la movemos vários músculos do rosto. Sua origem vem latim dolor, a IASP – International Association for the Study of Pain a conceitua como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual ou potencial, descrita em termos de tal dano”. A dor, pode estar ligada a uma lesão ou não, ela pode ser física ou psicogênica. Ela é única e individual, é intransferível, cada pessoa tem a sua e por mais que odiemos senti-la, pois temos a sensação de impotência ou a incapacidade de realizar algo bem simples, ela incomoda, perturba, nos tira do eixo e só temos vontade que ela passe, suma, vá embora. Devemos ter em mente, que em alguns momentos, ela é necessária, é uma forma do corpo comunicar que algo não está indo bem, que está acontecendo uma porção de alterações fisiológicas que podem desencadear uma série de problemas, é um estado de alerta! Então se ligue, na verdade a dor é nossa parceira, dê ouvidos a ela e se cuide.

Existem diversos tipos de dores e elas se diferenciam pela origem, ou seja, de onde elas são desencadeadas.  A dor pode ter uma origem química tipo, uma comida fez mal ou um medicamento, ou uma substância que o corpo não reagiu bem, um microrganismo (vírus, bactéria) invade o corpo e os anticorpos começam a se multiplicar.  Às vezes, a dor química pode vir acompanhada de uma febre ou não, o que ocorre é que esta dor é provocada por uma alteração no metabolismo ou mesmo uma disfunção eletroquímica devido a uma inflamação aguda, ruptura de vasos, perdas teciduais, substâncias químicas irritantes, entre outras. Existe também a dor neurogênica que se relaciona aos nervos, ela é conhecida como dor irradiada. Quando ocorre lesões nas raízes dos nervos, devido a desmielinização, ou seja, a perda da bainha de mielina que envolve os axônios dos neurônios, a dor perde o seu percurso e irradia para outras partes do corpo. O tipo de dor mais comum é a dor mecânica que ocorre na pele, pode ser provocada por uma pancada, queimadura, beliscão, enfim, quando os neurônios sensíveis a estímulos conseguem sentir alterações de pressão, temperatura, compressão, distensão entre outros fatores. A dor mecânica, quando acontece na pele, nos músculos ou nos ossos é chamada de dor somática e nos pulmões, no útero, nos órgãos conhecidos como vísceras, são denominadas de dores viscerais. Por exemplo, uma dor na perna provocada por uma queda é dor somática e uma cólica menstrual é uma dor visceral.

 

Mas você já está se perguntando: como a dor ocorre?

O mecanismo da dor mecânica é um processo bem alinhado e coordenado pelos sistemas nervoso central e periférico. É um processo complexo que se inicia com um estímulo percebido por um neurônio sensitivo que transforma esse estímulo em impulso elétrico e transfere esse estímulo ao cérebro que recebe a mensagem, traduz, interpreta e transmite o impulso nervoso na forma de dor. O corpo humano tem uma grande quantidade de células nervosas chamadas de neurônios, que estão distribuídos por todo o corpo. Existem vários tipos de neurônios, alguns com funções bem específicas, como os nociceptores responsáveis por detectar e transmitir estímulos de dor e estão presentes nas terminações nervosas da pele, dos músculos, dos ossos, das vísceras e quando detectam algum estímulo agressivo, como um calor, uma compressão, um frio, eles se ativam e se transformam em impulso elétrico sendo transferido das fibras nervosas do sistema nervoso periférico para o sistema nervoso central através da medula. Na medula, o estímulo da dor é transmitido pelos interneurônios (neurônio gânglio dorsal da medula espinhal) até o cérebro por um processo chamado sinapse, que é a transferência de um impulso nervoso de neurônio para outro. A parte do cérebro onde ocorre a recepção do estímulo nervoso é o tálamo, que é uma região do cérebro responsável por receber os estímulos sensoriais e emocionais, da região do tálamo o estímulo da dor é enviado até o córtex (região superior do cérebro) onde há a consciência da dor, nesse momento a região do corpo afetada pela dor é identificada. Depois o estímulo doloroso é transmitido para o hipotálamo que desencadeará a reação da dor como: taquicardia, ardência, pinicões, sudorese, medo, raiva. Em seguida, o estímulo segue  para o tronco cerebral (sistema límbico responsável pela modulação das funções psíquicas) que entra em estado de alerta, controlando as reações frente a dor, e quando o estímulo chega no córtex pré-frontal, raciocinamos e somos levados à tomada de decisão diante da dor, como chorar, reagir, fugir, proteger-se em situação de perigo e essas decisões são baseadas em experiências prévias, já que o córtex pré-frontal é responsável pela memória, podemos ter várias percepções, como se cuidar, tomar àquela sensação de dor como alerta para se cuidar. Importante lembrar que todo esse processo acontece muito rápido, em frações de segundos e de forma instantânea.

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

Lopes, José Manuel Castro. Fisiopatologia da dor – biblioteca da dor. Permanyer Portugal, 2024. Disponível em <https://www.aped-dor.org/images/bibliotecador/pdf/FisiopatologiadaDor.pdf >. Acesso em: 14 abr 2024.

 

Noffs, Guilherme. Por que sentimos dor? 2020. Disponível em < https://www.drguilh ermenoffs.com.br/sinto-dor-cronica> Acesso em 14 abr 2024.

Trindidade et al., Dor: mecanismos envolvidos na sua transmissão e recursos terapêuticos aplicados. Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE, 2013. Disponível em: < https://www.journals.ufrpe.br/index.php/medicinaveterinaria/ article/view/582/461> Acesso em: 09 abr 2024.

Troll, Juliana., Oliveira, Felipe Augusto K de., Nishida, Silvia Mitiko. Dor: A dor é desagradável, mas é essencial para se garantir a integridade do organismo. Disponível em <https://www2.ibb.unesp.br/nadi/Museu2_qualidade/Museu2_como_funciona/ Museu_homem_nervoso/Museu2_homem_nervoso_somestesia/Museu2_homem_nervoso_dor.htm> Acesso em: 10 Abr 2024.

 

Schestatsky, Pedro. Definição, diagnóstico e tratamento da dor neuropática. Rev HCPA 2008. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1 64545/001020437.pdf> Acesso em: 15 abr 2024.

 

Josimeire M.
Josimeire M.
Mossoró / RN
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Graduação: Ciências Biológicas (Unopar)
Sabe porque o corpo sente dor? Não? Então, vem que eu te ensino isso e muito mais. Professora ciências e biologia.

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