NOVOS RUMOS DA EDUCAÇÃO

“A MAIOR CONTRIBUIÇÃO de conhecimento do século XX foi o conhecimento dos limites do conhecimento. A maior certeza que nos foi dada é a da indestrutibilidade das incertezas, não somente na ação, mas também no conhecimento.”

Em seu capítulo 5 – Enfrentar a incerteza, do Livro Cabeça bem-feita, Edgar Morin,1999, nos leva a refletir sobre as incertezas da vida. E como professor, sempre estaremos de frente com as incertezas educacionais.  O professor, como o aluno, é um ser inacabado. Sendo necessário estar sempre em constante mudança para melhor se compreender. Aceitar o novo e lançar-se aos desafios. Aceitar o caos para se chegar na homeostase, Morin (1999) elucida: “A vida organiza-se à temperatura de sua destruição.” O professor precisa destruir-se (desconstruir-se) para então construir-se (reconstruir-se). E adaptar-se a novas realidades, novos conceitos, novas metodologias, novas formas de fazer educação. E para isso, é necessária a aceitação do outro, não descriminar, valorizar a formação do ser. Paulo Freire (1996) defende: Ensinar exige respeito aos saberes do educando”. Em sua pedagogia da autonomia, acrescenta: “Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos chegam a ela”.

Para isso, é preciso reinventar-se, pesquisar, propor novas formas de se realizar o ensino, através de metodologias significativas, onde o aluno poderá sentir-se mais à vontade com o conhecer, entender, aprender e apreender.  Freire defende ainda (1996, p. 21) de que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua produção ou sua construção”, para que isso seja possível, o professor, mediador do processo ensino-aprendizagem precisa se preparar e propor metodologias e ferramentas que aticem a curiosidade dos alunos, transformando-os em protagonistas do próprio conhecimento e não meros objetos de trabalho. 

Uma mais educação prazerosa para o aluno pode ser desenvolvida com o uso de metodologia alternativa. A aprendizagem significativa pode levar a um processo de entendimento que fará sentido para o aluno, o uso de ferramentas e metodologias auxiliam no processo de “fazer sentido”, e sendo bem mediados, os alunos, poderão aprender através da associação e do prazer na descoberta do novo, do fazer sentido, não mais no aprender por aprender. E essa curiosidade nata do ser humano, ao contrário do que pensa, não se perde, mas, talvez pela forma como é trabalhada, se acalma, adormece, se aquieta em algum lugar na mente de alguns aprendizes. É por isso, que muitas vezes,  as áreas de ciências da natureza, ciências exatas são consideradas, algumas vezes, como áreas mais difíceis de serem compreendidas, muitas vezes, os alunos relatam da dificuldade de entender a nomenclatura ou de associar os conceitos. Para Alves, “Muitas vezes isso é decorrente da prática docente centrada na metodologia tradicional, tachado como enciclopédico, a qual considera o aluno como o objeto que apreenderá o conceito a ser repassado.” Diante disso, trabalhar essas ciências com foco no aluno, seja talvez uma forma de amenizar essa falta de interesse no estudo das citadas ciências. Alves, sugere que “o uso de metodologias alternativas se faz necessário não só para superar esse tipo de prática de ensino, mas também para possibilitar que nossos alunos desenvolvam suas habilidades críticas e reflexivas, a fim de uma aprendizagem significativa.  

Como seres inacabados, professores e alunos, devem permitir-se descobrir o novo, o professor como mediador do desenvolvimento crítico do aluno, propondo novas formas de aprendizagens que instiguem a curiosidade dos sujeitos aprendizes, que agucem cada vez mais a sua fome de desvelar o desconhecido, não só para que estes sejam capazes de aprender, porque aprender por si só não basta, mas capazes de desenvolver o letramento científico: saber, entender, compreender, saber aplicar e criticar através de argumentos bem fundamentados.