Câncer de Pele
Por: Roberta V.
26 de Outubro de 2020

Câncer de Pele

Aprenda a diferenciar carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma

Medicina Dermatologia Oncologia câncer Patologia Pele Semiologia

O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma é o mais frequente e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Apesar do câncer de pele melanoma ser bem menos frequente, correspondendo a apenas 3% das neoplasias malignas da pele, ele é também muito mais grave, por apresentar alta probabilidade de metastizar (disseminar para outros órgãos). Assim, é muito importante que os profissionais médicos saibam identificar e diferenciá-los.

CARCINOMA BASOCELULAR

É a neoplasia maligna mais comum da pele, proveniente da camada basal dela. Felizmente, ela raramente dissemina, se disseminando localmente e sendo muito pouco mortal. 

Afeta mais homens, pessoas de pele branca, cabelos loiros e ruivos, olhos azuis e verdes e mulheres em torno de 40 anos. Atribui-se como causa tanto a exposição ao sol acumulada ao longo da vida quanto os episódios ocasionais de exposição intensa (que em geral provocam queimaduras).

Sobre a lesão: mais frequente em face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e pescoço, se apresenta como uma lesão ou úlcera aberta que sangra facilmente, drena ou forma uma crosta e permanece aberta durante algumas semanas, para cicatrizar, e volta a sangrar novamente. É aquela lesão prolongada, impertinente, que não cicatriza, mas tem índice de cura de praticamente 100%, de crescimento lento e que pode assumir diversas formas. Metástases são raras.

CARCINOMA ESPINOCELULAR (ou EPIDERMOIDE)

É o segundo tipo mais comum de câncer de pele, proveniente de células escamosas (queratinócitos suprabasais) em qualquer mucosa, embora se desenvolva mais em locais de exposição ao sol.

Como fatores de risco, temos peles claras, histórico de exposição frequente ao sol (como pescadores), homens, > 70 anos. Pode aparecer em queimaduras, cicatrizes, úlceras, feridas mais antigas, áreas de exposição à radiografia e a produtos químicos.

Pré-cânceres:

  • Ceratoses actínicas/solares (pequenas placas hiperceratóricas descamativas em base eritematosa, de 2-6 mm por proliferação de queratinócitos aberrantes)
  • Queilite actínica
  • Leucoplasia
  • Doença de Bowen (carcinoma espinocelular in situ, com placa achatada rósea, eritematosa ou eritematopigmentada, bem delimitada, com bordas regulares e com escama ou crosta na superfície)

Sobre a lesão: elevada, de bordas irregulares, pode ser friável/sangrante, ulcero-vegetativo ou ulcero-infiltrativo. Metastatiza em torno da lesão.

MELANOMA

Infrequente câncer maligno de pele, é proveniente dos melanócitos. Metastatiza mais frequentemente para encéfalo, pulmão pleura, fígado e ossos.

Associa-se a aumento de risco: exposição prolongada e repetida ao sol (raios UV), principalmente na infância e adolescência, exposição a câmeras de bronzemaento artificial, pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, albinismo, história familiar ou pessoal de câncer de pele, ter sofrido grave queimadura, presença de muitas pintas, xeroderma pigmentoso (doença genética rara), idade (apesar de poder ocorrer em qualquer faixa etária, há maior chance em idades mais avançadas pela exposição ao sol), câncer de pele basocelular ou espinocelular e imunossupressão.

Para identificação precoce do câncer de pele melanoma, adota-se a regra do "ABCDE", que aponta sinais sugestivos da neoplasia:

  • Assimetria (uma metade do sinal é diferente da outra)
  • Bordas irregulares (contorno mal definido)
  • Cor variável (várias cores em uma mesma lesão: preta, castanha, branca, avermelhada ou azul)
  • Diâmetro (> 6mm)
  • Evolução (mudanças de tamanho, forma ou cor)

Pode-se ter 100% de cura com retirada do sítio primário, mas deve-se rastrear os sítios de metástase. Em pessoas de pele negra, é mais comum em áreas claras, como palma da mão e planta dos pés. Atenção ao dorso, que não costuma ser muito examinado.

PREVENÇÃO

Evitar exposição solar no horário das 10h às 16h, devido aos raios serem mais intensos. A qualquer período do dia, recomenda-se procurar lugares com sombra, usar proteção adequada (roupas, bonés, chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas). A aplicação de filtro solar deve ser feita antes da exposição ao sol, com fator de proteção de no mínimo 15, e também usar filtro solar próprio para os lábios. Reaplicar a cada duas horas e após mergulho e grande transpiração, mesmo aqueles que são "à prova d'água".

Agora que você já sabe, que tal evitar se expor demais na praia, mesmo sem pandemia?

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