TUMORES DE ORIGEM ODONTOGÊNICA
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Por: Roger C.
13 de Abril de 2020

TUMORES DE ORIGEM ODONTOGÊNICA

AMELOBLASTOMA

Odontologia Biopatologia Bucal Cirurgia Bucomaxilofacial Estomatologia Geral

    Tumores odontogênicos são lesões complexas que apresentam vários comporamentos clínicos e características radiográficas e histopatológicas distintas. São derivados dos remanescentes dos tecidos da odonogênese. Segundo a OMS (2017) podem ser classficados de acrodo com a origem (Epieliais / Mesenquimais / Mistos).  Devido à sua origem relacionada aos tecidos da odontogênese esse tipo de tumor só é encontrado nos ossos gnáticos.

       Dentre os tumores epiteliais o ameloblastoma é o de ocorrência mais comum. Sua origem pode estar relacionada à lâmina dentária, ao órgão do esmalte, ao epitélio de um cisto dentígero (amelobasltoma mural (um tipo de ameloblastoma unicístico)) ou às próprias células basais da mucosa oral.

     Segundo a útlima classificação de cistos e tumores da região de cabeça e pescoço realizada pela OMS (2017) os seguintes subtipos de ameloblastoma são enncontrados: 

     AMELOBLASTOMA  (Antigo AMELOBLASTOMA CONVENCIONAL OU MULTTICÍSTICO) (Não se usa mais essa denominação)

     AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO

     AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO (EXTRA-ÓSSEO)

     O ameloblastoma desmoplásico foi classificado apenas como um TIPO HISTOPATOLÓGICO.

   Atinge principalmente a região posterior de mandíbula (corpo e ramo mandibulares) e apresenta menor incidência em região posterior de maxila. Apesar de BENIGNO possui um comportamento biológico extremamente agressivo. (Não confunda AGRESSIVIDADE com MALIGNIDADE). 

   Apresenta crescimento lento e assintomático. De acordo com seu tamanho pode provocar assimetria facial importante. Apresenta-se como uma tumefação das bochechas, gengiva ou palato duro. Apesar do aumento volumétrico a mucosa da região apresenta coloração dentro da normalidade. À medida que a lesão cresce provoca um adelgaçamento das corticais ósseas e se houver rompimento das mesmas poderá ser observada uma tumefação firme ou flutuante na região. Devido à maior proximidade da maxila com estruturas anatômicas nobres as lesões são mais preocupantes nessa região.  

   As caraterísticas radiográficas incluem uma imagem totalmente radiolúcida / Hipodensa. Pode haver uma mescla de presença de compartimentos internos. Septos mais comuns são grossos e curvos e se originam de um osso normal no interior do tumor. Frequentemente possui componentes internos císticos.  Aspecto de “bolhas de sabão” (imagens radiolúcidas grandes) ou “favos de mel” (imagens radiolúcidas pequenas). Podem ser observadas expansões vestibular e lingual das corticais, reabsorção das raízes dos dentes.  Muitos casos também podem estar associados a um dente não erupcionado. Ameloblastomas unicísticos exibem uma imagem radiolúcida/hipodensa unilocular, geralmente relacionada à um dente não erupcionado e pode ter bordas festonadas.

   Os padrões histopatológicos são :  Plexiforme /  Folicular / Acantomatoso / De Células Granulares / De Céllulas Basais / Desmoplásico. Plexifome e folicular são os mais frequentes. 

   Podem ser obervadas alterações císticas microscópicas ou cistos múltiplos grandes.

  PADRÃO FOLICULAR - Ilhas de epitélio lembram o epitélio do órgão do esmalte. Há uma região central de células angulares arranjadas frouxamente, lembrando o retículo estrelado de um órgão do esmalte.                                         Uma única camada de células colunares altas, semelhantes a ameloblastos, rodeiam essa região central. O núcleo das células no polo oposto à membrana basal (polaridade reversa). 

  PADRÃO PLEXIFORME -  Cordões de células ameloblásticas exibindo uma porção central de células semelhantes ao retículo estrelado e uma porção periférica de células cilíndricas que lembram ameloblastos.

  PADRÃO ACANTOMATOSO -  Pode ser considerado um ameloblastoma folicular que sofreu metaplasia escamosa, ou seja, suas células centrais se transformaram em ceratinócitos. É comum observarmos a                                                        presença de ceratina no interior da ilhas.

  PADRÃO DESMOPLÁSICO -  Presença de finos cordões (com o aspecto semelhante ao descrito no plexiforme) em um estroma densamente colagenizado. Os cordões de células ameloblásticos se encontram                                                      mais finos e em menor quantidade (comparando ao padrão plexiforme) devido ao estroma de tecido conjuntivo bastante denso.

   O ameloblastoma extra-ósseo (periférico) é uma lesão bastante rara. Pode se originar dos restos da lâmina dentária sob a mucosa oral ou das células basais do epitélio de superfície.

   Apresenta-se como um aumento volumétrico indolor, podendo ter base pediculada ou séssil e não é ulcerada. Atinge principalmente a mucosa gengival ou alveolar nas regiões posteriores.

    Os métodos de tratamento do ameloblastoma são bastante discutidos e, por muitas vezes, controversos na literatura. Muito cirurgiões indicam a realização da ressecção em bloco como tratamento. São descritos na literatura a descompressão, enucleação seguida de curetagem, entre outros.  Detalharei o tópico em outro artigo. 

     As taxas de recidivasdo ameloblastoma estão diretamente relacionadas à forma de tratamento. Foram descritas taxas de até 15% após ressecções marginais e de até 90% após curetagens. (NEVILLE, 2016).

    SE LIGUE:   Questões sobre o AMELOBLASTOMA são extremamente comuns em provas de concursos. 
                   

                          Um abraço e até o próximo artigo.

     Referências:

     ALMEIDA, O. Patologia Oral - Série Abeno: Odontologia Essencial - Parte Básica. Artes Médicas, 2016. 168p.

     NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia oral e maxilo-facial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 3.ed. 2009. 972p.

     REGEZI, J.A.; SCIUBBA, J.J.        Patologia bucal: correlações clinicopatológicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 475p. 

     WRIGHT,  J. M.; VERED. M. Update from the 4th Edition of the World Health Organización Classification of head and neck tumours: Odontogenic and maxilofacial bone tumors. Head and neck Pathol (2017)                   11:68-77

     

Roger C.
Roger C.
Leme / SP
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Graduação: Odontologia (Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" )
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Bucomaxilo - experiência nas disciplinas de patologia bucal | imaginologia | cirurgia | estomatologia | anatomia de cabeça e pescoço.

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