
Desenvolvimento da Competência Comunicativa em Inglês

em 28 de Julho de 2025
Inglês para Crianças e Adultos: Diferenças, Abordagens e Metodologias
O ensino de língua inglesa não pode ser tratado como um processo homogêneo: crianças e adultos possuem características cognitivas, emocionais e sociais distintas, o que exige abordagens pedagógicas específicas para cada faixa etária. Com base em estudos de autores como Piaget (1972), Vygotsky (1978), Knowles (1980), Krashen (1982) e Cameron (2001), é possível delinear metodologias mais eficazes para cada público.
Inglês para crianças: ludicidade, interação e repetição
Segundo Jean Piaget (1972), as crianças pequenas estão em estágios de desenvolvimento cognitivo que privilegiam a aprendizagem concreta e sensório-motora. Isso implica que atividades lúdicas, como jogos, músicas e histórias, são fundamentais. Vygotsky (1978) também destaca o papel da interação social e da linguagem no desenvolvimento, apontando para a importância do brincar e da mediação do adulto.
A autora Lynne Cameron (2001), especializada em ensino de línguas para crianças, reforça que a aprendizagem nessa fase deve ser contextualizada, visual e repetitiva, com foco na compreensão oral e na comunicação simples. Por isso, metodologias como Total Physical Response (TPR), criada por James Asher, mostram-se bastante eficazes, pois associam movimento à linguagem, favorecendo a memória e o engajamento.
Inglês para adultos: objetivo, reflexão e aplicação prática
Para os adultos, a abordagem precisa respeitar sua autonomia e experiência de vida. Knowles (1980), criador do conceito de andragogia, defende que o adulto aprende melhor quando o conteúdo tem aplicação direta em sua realidade. Por isso, é fundamental considerar seus objetivos (viagens, trabalho, estudos) ao planejar aulas.
Krashen (1982) ressalta que a aquisição de língua por adultos é favorecida quando há input compreensível e livre de ansiedade. A abordagem comunicativa (CLT), proposta por Richards e Rodgers (2001), é amplamente indicada, pois foca na interação, fluência e competência comunicativa. Também se destacam metodologias como Task-Based Learning (Willis & Willis, 2007), voltadas para a realização de tarefas reais com foco na comunicação eficaz.
Aulas 100% em inglês: funciona para todos?
A imersão total na língua inglesa, comum em escolas bilíngues e metodologias como a Natural Approach (Krashen & Terrell, 1983), pode ser eficaz, desde que adaptada à idade e ao nível do aluno. Em crianças, é necessário que os professores sejam altamente sensíveis ao contexto, usando muitos gestos, imagens e repetições. Para adultos iniciantes, o uso exclusivo do inglês pode causar frustração, sendo recomendável uma transição gradual.
Conclusão
Ensinar inglês para crianças é diferente de ensinar adultos, e reconhecer isso é essencial para obter bons resultados. Enquanto as crianças aprendem melhor por meio do brincar e da interação simbólica, os adultos exigem objetivos claros, aplicação prática e respeitam seu ritmo de aprendizagem. A escolha metodológica deve, portanto, levar em conta a fase da vida, o contexto e o propósito de cada aluno.
Brown, H. D. (2000). Principles of Language Learning and Teaching (4th ed.). Longman.
Ellis, R. (2003). Task-Based Language Learning and Teaching. Oxford University Press.
Gardner, R. C., & Lambert, W. E. (1972). Attitudes and Motivation in Second-Language Learning. Newbury House.
Krashen, S. D. (1982). Principles and Practice in Second Language Acquisition. Pergamon Press.
Lenneberg, E. H. (1967). Biological Foundations of Language. Wiley.
Lightbown, P. M., & Spada, N. (2013). How Languages are Learned (4th ed.). Oxford University Press.
Piaget, J. (1951). The Psychology of Intelligence. Routledge.
Richards, J. C., & Rodgers, T. S. (2001). Approaches and Methods in Language Teaching (2nd ed.). Cambridge University Press.
Vygotsky, L. S. (1978). Mind in Society: The Development of Higher Psychological Processes. Harvard University Press.