Antecedentes
Havia uma Alemanha devastada pela 2° Guerra Mundial, sobretudo, por conta do Tratado de Versalhes. Consequentemente, o cenário era de fome, crise, insegurança e vingança, logo, foi quadro ideal para a proliferação de ideias totalitárias e autoritárias.
Vale pontuar alguns aspectos deste período:
Holocausto judeu: perseguição e morte em massa do povo do judeu;
Ascensão de Hitler ao poder e o Nazismo: Adolf Hitler e a participação alemã na 2° GM;
Ascensão do Fascismo: Benito Mussolini e a atuação italiana na 2° GM;
Ideologias: socialismo, comunismo e liberalismo.
Em que contexto Hannah Arendt escreveu "Origens do Totalitarismo"?
Em seu livro “Origens do Totalitarismo”, a escritora e filósofa, Hannah Arendt se debruçou sobre as origens dos sistemas tirânicos e totalitários com a perspectiva de que tais regimes funcionaram como uma máquina de destruição em massa, a qual perpetuaram a luta dos indivíduos pelo controle da política, economia e dos próprios corpos humanos, isto é, domínio em escala global. Desse modo, a pensadora expôs que irresistível lógica do controle humano, na verdade, é o totalitarismo.
A "lógica do mundo" e a instauração do terror
O terror, por mais que seja emblemático na compreensão dos sistemas tirânicos, é apenas o começo do impacto, pois a instauração do medo só ocorre após a perda de convicção, sobretudo, da “libertação” da experiência real. Em seguida, retira dos indivíduos suas experiências, subjetividades, capacidade de questionar e insere os ideais políticos, de modo que os convence por meio de ideologias, isto é, embasamentos históricos e científicos da lógica do mundo.
Arendt utiliza a dialética da lógica em sua argumentação ao recorrer às transformações das ideias em premissas, sendo este o movimento do pensamento que troca as reflexões filosóficas pela “liberdade inerente da capacidade humana de pensar pela camisa de força da lógica” (p.522). Não à toa, o movimento dialético passa pelos estágios: tese, antítese e síntese, responsáveis por colocarem em questionamento até mesmo as contradições factuais, e assim, se reduza a um único movimento lógico e idêntico, em que ou os indivíduos são aliados ou conspiradores.
O totalitarismo e o controle social
Por conta do movimento único e elementos totalitários, tem-se a ideia que somente o racismo e o comunismo são totalitários, mas pelo contrário, o cerne de tal pensamento decorre da redução da história aos elementos da natureza, ou seja, a concepção de que com isso é possível ter a explicação do todo. Análogo a isso, tal lógica é movida pelo terror proveniente do isolamento e, por conseguinte, destruição da vida privada. Para Arendt, o isolamento, juntamente com o sentimento de impotência e incapacidade de pensar, agir ou reagir corroboram com a instauração de governos que se propõem a “resolver” os problemas da sociedade e, assim detêm o controle social.
Conclusão
Com isso, os governos tirânicos, de forma geral, propagam o medo e terror através da retirada da experiência real e projetam suas ideologias políticas: novos valores, destruição da vida privada e a lógica da dialética que abole as reflexões filosóficas e factíveis em prol de um pensamento único e idêntico de destruição em massa, a tirania.