Justiça

A noção de Platão não trata nem de coragem nem de temperança. Ele se ocupa da busca da verdade, através da sabedoria, que se ampara na filosofia. A ideia é buscar, por meio da razão, a verdade, sendo que a noção de justiça prevalece sobre as leis, ou seja, os legisladores devem buscar o justo por meio da razão. O justo faz parte do mundo das ideias, daquilo que é perfeito. A noção de Platão sobre justiça prevê, portanto, uma justiça absoluta, calcada na busca racional pelo bem e pela verdade. Ele não expressa nada de harmonia com coragem e temperança, esses conceitos não entram no raciocínio de Platão sobre a justiça. Ela é algo absoluto, ideal no sentido de que está no mundo para além do nosso, segundo sua concepção metafísica, ou seja, no mundo das ideias, o mundo perfeito, atingível pelo conhecimento, cuja principal ferramenta é a filosofia, que é a prática de se aproximar, pelo amor ao conhecimento, da verdade e do bem supremos. Se isso demanda coragem e temperança, tais conceitos são ilações, não estão na teoria platônica sobre justiça. 

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