Você tem medo de que?

Essa é uma pergunta que pode deixar muitas pessoas reflexivas. É comum que ao se deparar com ela, haja uma reflexão silenciosa sobre o que mais lhe causa medo. No entanto, existe um lado pouco conhecido do medo: o fator protetivo dele. 

 Isso quer dizer que o medo também pode ser bom. Mas como? O medo garante a sobrevivência da espécie e a integridade física humana. Imagine se as pessoas atravessassem a rua sem olhar ou tentassem acariciar cobras peçonhentas, certamente elas se machucariam. O medo é uma emoção básica, ou seja, é inata. É natural sentir medo em situações de potencial risco. 

Por outro lado, a cultura pode modular o medo. Uma situação cotidiana facilmente de ser observada é a ameaça que os pais geralmente fazem às crianças de as deixarem sozinhas num comportamento de birra em locais públicos. O ser humano aprende muito por imitação, principalmente as crianças, por isso que crescer em um ambiente repleto de estímulos assustadores, pode colaborar para que o indivíduo se amedronte facilmente. 

Portanto, é preciso ter cuidado para que o medo não se torne patológico. Quando o medo alcança níveis desproporcionais e incompatíveis com a periculosidade que o evento apresenta, é importante buscar ajuda profissional. O medo acentuado geralmente está relacionado às fobias, como é o caso da fobia social, em que situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade, ocasionando prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida. 

Sendo assim, o medo não é o vilão do bom desenvolvimento da vida, não deve ser paralisante e nem interferir negativamente no curso dela. Caso sejam notadas reações físicas de falta de ar, diarreia, dor de cabeça, tremor, dentre outros sintomas, em situações que não oferecem demasiado perigo, pode ser um grande indicativo para buscar ajuda profissional de um psicólogo e/ou psiquiatra.