A Concepção de Tempo na Mecânica Relativística
Por: Deyvid J.
02 de Abril de 2016

A Concepção de Tempo na Mecânica Relativística

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    Em 1905, no seu famoso artigo intitulado “Sobre a Eletrodinâmica dos Corpos em Movimento”, Albert Einstein ressalta que “(...) todas as dificuldades em que tropeça a definição de “tempo” poderiam ser eliminadas se, em vez de tempo, eu dissesse “posição do ponteiro pequeno do meu relógio”.” (EINSTEIN, 1905, p.50). A partir dessa colocação, Einstein define de forma pragmática o que considerará como tempo ao longo de seu texto e consegue demonstrar nesse artigo que dois eventos simultâneos para um observador em repouso não são simultâneos quando analisados por um observador que esteja em movimento retilíneo e uniforme em relação ao primeiro.

      Em vista disso, ao formular a teoria da relatividade restrita, Einstein contradiz a ideia de tempo absoluto que é inerente à mecânica clássica e introduz a ideia de que o tempo é relativo, ou seja, o intervalo de tempo de um evento medido por um observador em repouso é diferente do intervalo desse mesmo evento quando medido por outro observador que esteja em movimento retilíneo e uniforme em relação ao primeiro.

      Três anos depois, Hermann Minkowski, o antigo professor de matemática de Einstein, fez uma conferência intitulada “Espaço e Tempo”, a qual partiu das formulações de Einstein sobre a relatividade restrita para introduzir, entre outras, a ideia de que o espaço-tempo é um absoluto na física: “(...) Daqui em diante os conceitos de espaço e de tempo, considerados como autônomos, vão se desvanecer como sombras e somente se reconhecerá existência independente a uma espécie de união entre os dois.” (Minkowski, 1908, p.93).

        Dessa forma, o trabalho de Minkowski implica inevitavelmente numa abstração do conceito de tempo, visto que o “mistura” com o conceito de espaço, o qual também é abstrato. Apesar disso, ao propor essa interpretação conceitual e matemática da teoria da relatividade restrita, Minkowski “preparou o terreno” para que Einstein formulasse alguns anos depois a teoria da relatividade geral. Nessa teoria, sabe-se que o conceito de espaço-tempo é fundamental e também que influencia e é diretamente influenciado pela massa/energia existente no universo, de modo que os intervalos de tempo passam a depender não apenas do movimento relativo de referenciais inerciais, mas também do potencial gravitacional no qual eles são medidos.

 

Referências bibliográficas

CARUSO, F (editor). Diálogos sobre o tempo. 1 ed. São Paulo: Casa Editorial Maluhy E Co, 2010.

KLEIN, E. O tempo. 1 ed. Piaget, 1995.

LORENTZ, EINSTEIN, MINKOWSKI. O Princípio da Relatividade. 5 ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. Tradução de Mário José Saraiva dos artigos originais desses autores.

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