BREVE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ENQUANTO CAMPO PROFISS
Por: Jonatas P.
03 de Janeiro de 2017

BREVE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ENQUANTO CAMPO PROFISS

Matemática Estatística Análise Resolução de problemas EM Pós-graduação Profissional Geometria Unesp Unicamp Ensino Médio Adultos Modelagem Pré-Militar

Este histórico apresentado baseia-se no e estudo de Frorentini(1994), no qual inventariou e descreveu historicamente a evolução das tentativas brasileiras de investigação em educação matemática (EM).

Neste levantamento, os estudos tinham como foco de investigação, problemas ou indagações relativas ao ensino e à aprendizagem da matemática, na formação de professores, aos estudos histórico-filosóficos do ensino da matemática ou da própria matemática, desde que relacionados ao seu ensino, aos materiais/recursos didático-curriculares etc.

A partir dos resultados obtidos pelo estudo, foram identificados 4 fases de desenvolvimento do EM no Brasil:

  • 1º Fase: Gestação da EM como campo profissional (Período anterior à década de 70);
  • 2º Fase: Nascimento da EM (Década de 70 e início dos anos 80);
  • 3º Fase: Emergência de uma comunidade de educadores matemáticos (Década de 80);
  • 4º Fase: Emergência de uma comunidade cientifica em EM (Anos 90).

1º Fase: Gestação da EM como campo profissional

Nesta fase, no inicio do século XX ao final dos anos 60, não se encontrava um configuração clara do EM. Mas movimentos, como o “Escola novista”, gerando os primeiros manuais de orientação didático-pedagógica.

Entretanto esses matemáticos ou professores de matemática focaram-se em compendiar livros-textos para os alunos e prescrever orientação aos professores, deixando de lado a pesquisa da realidade escolar ou os processos de ensino-aprendizagem e estudos psicológicos da criança.

Apenas Malba Tahan se diferenciava dos demais pela diversidade, qualidade e quantidade de publicações.

Está realidade só começou a se alterar por impulso dos congressos brasileiros de ensino de matemática (CBEM) e a criação, em 56, dos centros regionais de pesquisa educacionais (CRPE), mas os estudos advindos destes centros quase que exclusivamente referiam-se ao ensino primário, nada conclusivo sobro o ensino médio foi feito nesta fase.

2º Fase: Nascimento da EM

Com os primeiros passos dados nos anos 60, como a obrigatoriedade da disciplina de pratica de ensino e do estágio supervisionado. Com a valorização, pelo regime militar, da educação para a formação de mão-de-obra “mais qualificada”, desencadearia uma grande ampliação do sistema educacional.

Então com a expansão universitária foi feita, gerando diversos estudos, com 3 focos dominantes:

  • Estudo, desenvolvimento e testagem, via método experimental, de técnicas, métodos de ensino ou de proposta metodológicas;
  • Estudos exploratórios /descritivos, geralmente do tipo survey, do currículo escolar e/ou do processo ensino-aprendizagem da matemática;
  • Estudos de natureza psicológica e / ou cognitiva.

Em linhas gerais os trabalhos produzidos nesta fase priorizam as dimensões didático-metodológicas da EM, por uma perspectiva de Godino(1990) chama tecnicista, pois, enfatizam a elaboração e experiência de materiais e técnicas da ensino. As questões epistemológicas e psicológicas foram pouco enfocadas.

3º Fase: Emergência de uma comunidade de educadores matemáticos

Com a redemocratização do país, a partir dos anos 80, ouve-se uma ampliação da concepção de EM. Outras dimensões além da didático-metodológica e da psicológica passaram a fazer parte dos estudos. Estes apresentavam preocupações não só com a teórica dos estudos, mas, com a busca / desenvolvimento de processos mais sistemáticos de investigação. Por uma abordagem qualitativa, de vertente fenomenológico-hermenêutica.

Nesse período, surgiram linhas de estudo como, por exemplo, a etnomatemática, a modelagem matemática, a resolução de problemas, a cognição matemática relacionada aos contextos socioculturais, a pratica pedagógicas e a formação de professores.

A falta de organização dos educadores e a ausência de espaços apropriados para o debate geraram esta pulverização temática, metodológica e teórica.

Faz importante destacar o momento da transição que estava vivendo a pesquisa metodológica matemática.

Dos 3 focos dominantes da 2º fase, avançamos para 10, na 3º fase:

  • Estudo / experimentação de novos métodos ou técnicas de ensino (resolução de problemas e modelagem matemática);
  • Etnomatemática e educação de adultos;
  • Cognição matemática no ensino e/ou em contextos socioculturais;
  • Filosofia / história / epistemologia e ensino de matemática;
  • Formação inicial e continuada de professores de matemática;
  • Materiais didáticos e meios de ensino;
  • Currículo escolar;
  • Estudo do cotidiano escolar;
  • Estudo histórico-analítico do ensino da matemática;
  • Concepções / Significados  / Ideologias no ensino-aprendizagem.

4º Fase: Emergência de uma comunidade cientifica em EM

No inicio dos anos 90, o retorno de educadores matemáticos com doutorado em universidade estrangeiras, com concluintes em doutorados em doutorados no Brasil. Fez crescer o numero para 200 de doutores tendo seu campo profissional de atuação o EM.

Neste período novas linhas ou focos de investigação apareceram, como por exemplo:

  • Informática e ensino matemático;
  • Ensino de geometria e pensamento geométrico;
  • Educação estatística;
  • Didática e epistemologia em matemática;
  • Analise da comunicação e dos discursos dos professores e alunos em sala de aula;
  • Estudos dos processos interativos em sala de aula
  • Psicanalise e educação matemática.

Como também centros de investigação em EM, destacando:

  • O programa de mestrado e doutorado em EM da Unesp – Rio Claro;
  • Mestrado e doutorado em EM da PUC-SP;
  • O programa de pós-graduação em EM da FE-Unicamp.

A partir do final dos anos 90 encontros anuais de estudantes de pós-graduação em EM (EBRAPEM) começaram a acontecer anualmente.

Como também periódicos nacionais, de divulgação da produção cientifica em EM, surgiram. Tendo destaque: O Bolema (Unesp-Rio Claro), o Boletim Gepem (RJ), Revista Zetetire (FE-Unicamp) e , mais recentemente, a educação matemática pesquisa da PUC-SP.

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