Probabilidade 2 exemplos
em 03 de Setembro de 2015
A maioria dos sistemas físicos incorpora algum tipo de realimentação. A estrutura de realimentação traz alguns benefícios.
Imaginemos um amplificador ideal, sem realimentação:
O ganho é dado por G = (Xo/Xi) = A
Considero X sendo Tensão ou Corrente daqui pra frente.
Matematicamente é tudo o que queremos, um amplificador com ganho A e pronto. Porém não existe amplificador ideal, temos sempre alguns fatores que fogem bastante da idealidade, exemplos:
- Ganho depende de alguns fatores, como por exemplo a temperatura (ganho é instável).
- A saída nem sempre é proporcional a entrada, depende da faixa em que estams trabalhando (distorção não linear).
- Sinais elétricos indesejáveis provenientes tanto externamente quanto do próprio circuito (ruídos).
- Impedâncias de entrada e saída não são como desejamos, não conseguimos alcançar infinito ou zero no mundo real.
- Há uma faixa de passagem de frequências nos amplificadores reais.
Uma ótima notícia é que todos esses fatores podem ser melhorados ao utilizarmos a estrutura de realimentação negativa para o amplificador. Em contrapartida, ao melhorarmos todos esses fatores, haverá uma redução no ganho. Porém, podemos projetar essa redução, fazendo com que mesmo havendo esta redução no ganho, este ganho ainda seja o desejado.
A seguir é mostrado o esquema geral de um amplificador realimentado onde:
- Xs : Sinal de entrada (vem da fonte)
- Xi : Sinal antes de ser amplificado
- Xo: Sinal amplificado (de saída)
- Xf : Sinal de feedback (regeneração)
- A : Amplificador de ganho A.
- ß : Fator de realimentação ß. (é um fator menor do que 1)
Do esquema, tiramos as seguintes equações:
Xo = Xi.A
Xf = Xo.ß
Xi = Xs - Xf
Mas o novo ganho com realimentação (Af) deve relacionar a entrada (Xs) com a saída (Xo) de tal forma que:
Af = (Xo/Xs).
Ao manipularmos algebricamente as 3 equações acima chegamos que : Af = (Xo/Xs) = A/(1+Aß), onde:
- Aß é o ganho de malha
- 1+Aß é a quantidade de realimentação
Agora mostraremos por que os cinco problemas citados no início para amplificadores reais podem ser melhorados com a realimentação negativa.
A) Dessensibilidade do ganho:
Podemos inferir do ganho com a realimentação que se Aß >> 1, Af ≅ 1/ß
Obs: O fator de realimentação é normalmente composto de componentes passivos (resistores de alta precisão).
Dessa forma podemos dizer que o ganho praticamente não depende de A, apenas de ß. Para um amplificador sem realimentação, A varia muito com a temperatura e com outros fatores, o que não desejaríamos para um circuito.
Matematicamente temos:
Af = A/(1+Aß) , derivando Af em relação a A supondo ß constante temos -> dAf/dA = (1+Aß)/(1+Aß)² - Aß/(1+ Aß)² = 1/(1 + Aß)²
De tal forma que : (dAf/Af) = (1/(1 + Aß)).(dA/A) ,
Ou seja, A variação em porcentagem de Af é menor do que a variação em porcentagem de A em um fator (1 + Aß) -> quantidade de realimentação = fator de dessensiblidade.
B) Aumento da largura da faixa de frequências:
Temos que o ganho no domínio da frequência:
A(s) = Am/(1 + s/wh)
Como Af = A/(1+Aß) temos que Af = [Am/(1 + Amß)]/[1 + s/(wh(1 + Amß))]
Daí descobrimos que a frequência de corte superior aumenta por um fator de uma quantidade de realimentação, ou seja:
whf = wh(1 + Amß)
Analogamente para a frequência de corte inferior temos que ela diminui de um fator quantidade de realimentação, ou seja:
wLf = wL/(1 + Amß)