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Origem da Arte Contemporânea brasileira
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em 19 de Julho de 2015
Desde a Idade Média era comum viajantes contarem histórias acerca da existência de tesouros em países distantes. Entretanto, investir nas navegações ibéricas era arriscado e o lucro incerto, pois até então ninguém desconfiava que elas desencadeariam o desenvolvimento do capitalismo comercial. Espanha e Portugal assumiram a paternidade do Novo Mundo e a Santa Madre Igreja foi o suporte básico do assentamento de todo este projeto de colonização. Assim, o pensamento cristão adaptou-se à política expansionista enquanto os demais comerciantes europeus viam a navegação, e principalmente o saque e o contrabando, como alternativas melhores à tarefa de colonizar.
Em abril de 1500 antes que a armada do fidalgo Pedro Álvares Cabral desembarcasse na então Ilha de Vera Cruz, chamada por seus habitantes de Pindorama (Terra das Palmeiras), o primeiro contanto com os nativos se deu com a subida de dois deles, falantes da língua tupi antiga, à bordo do principal navio da frota portuguesa. Foi Pero Vaz de Caminha quem registrou a festa de recepção regada à agrados e comidas. Estes dois indígenas foram os primeiros de muitos a conhecerem os hábitos e costumes do Velho Mundo que se deu pela gastronomia, pelo modo de pensar e pela utilização de plantas, animais, tecnologia, etc.
Quando as grandes navegações retornaram para a Europa com o conhecimento de que a Terra era redonda e a partir da racionalidade desenvolvida com a matemática e geometria, o mapeamento do mundo atestou o domínio da Europa sobre os demais habitantes do globo. O mapa-múndi consistia no desenho de uma imagem à partir de um único ponto, assim como a recém conquistada perspectiva científica necessitava do ponto de fuga para representar o espaço de forma que simulasse perfeitamente a realidade. Mesmo que a perspectiva já tivesse sido intuitivamente experimentada por artistas anteriores à este período, foi somente com Filippo Brunelleschi que ela atingiu sua exatidão matemática conferindo a ilusão de profundidade num suporte bidimensional.
Ao passo que os artistas renascentistas definiam a perspectiva e os conceitos de equilíbrio, harmonia e clareza em suas composições, os nossos índios não haviam nem chegado à Idade do Bronze. Antes de Cabral, os indígenas desconheciam a domesticação de animais, a escrita e a arquitetura em pedra, porém, eram desenvolvedores de uma arte alegre e utilitária. Estas manifestações artísticas e estéticas representavam as tradições da comunidade em que estavam inseridas, diversificando assim de uma tribo para a outra, e nos são apresentadas majoritariamente em forma de pintura corporal, arte plumária e cerâmica com destaque para as fase Marajoara e cultura Santarém expostas atualmente no Museu Paraense Emílio Goeldi.
Referências:
Graça Proença. HISTÓRIA DA ARTE. Sem ano (PDF).
Janice Theodoro da Silva. DESCOBRIMENTOS E COLONIZAÇÃO. São Paulo, 1987 (Livro).
Leandro Narloch. GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL. São Paulo, 2011 (Livro).
Originalmente publicado em:
http://laudanoartes.blogspot.com/2015/04/descobertas-na-europa-e-no-brasil.html