Lidando com expectativas de contratantes e/ou pais

Quando comecei a ensinar, acreditava que fosse responsável pelas notas dos meus alunos. Percebi que estava redondamente enganado...

Se algumas horas de aula fossem realizadas para que um aluno se preparasse para uma prova e ele se desse bem, eu me sentiria muito feliz; se ele acabasse por não receber a nota que esperava, muitas vezes eu me sentiria culpado. No entanto, depois de trabalhar com alunos nos últimos dez anos, tanto como professor quanto como tutor, vejo as coisas de maneira diferente. Com base na minha experiência, eu coletei e organizei minhas impressões sobre o que se esperar das sessões de aulas particulares.

Ir bem na escola exige muito trabalho. Os professores da escola ou instituição regular de ensino fornecem uma base para o aprendizado, e é responsabilidade do aluno usar essa estrutura para construir uma compreensão significativa do conteúdo - é para isso que a lição de casa, os projetos e os estudos servem.

Normalmente, não se pode conseguir uma nota alta apenas assistindo às aulas e/ou ouvindo o que foi apresentado. Os professores do ensino regular - o que dá as notas- exigem que seus alunos demonstrem o domínio do material e, para isso, precisam entender com alta abrangência  o tópico em questão. Muitos estudantes são organizados e determinados o suficiente para colocar todas as peças deste “quebra-cabeças”  no lugar certo,  por conta própria. Outros, no entanto, precisam de um pouco de ajuda adicional para sintetizar o conteúdo da sala de aula em um conhecimento significativo, e é isso que um professor com alto profissionalismo pode oferecer.

A tutoria eficaz deve permitir que os alunos alcancem um ápice no domínio de determinado tema. Ao fornecer explicações alternativas, exemplos mais concretos ou oportunidades diversas para a prática com feedback imediato, um professor pode ajudar o aluno a ver como todas as peças se encaixam. Ou, se ela já “entender”, uma sessão pode ser utilizada na criação de ferramentas de estudo eficazes que ajudarão a criança a demonstrar seu conhecimento na sala de aula. Isso, no entanto, é o máximo que este apoio pode levar um estudante. Uma vez estabelecida uma base sólida, cabe ao aluno dedicar o tempo, por conta própria, a memorizar esse material.

Porém, isto é apenas metade da batalha: por muito tempo, esta crua realidade foi uma fonte de frustração profissional / pessoal. Com apenas uma ou duas horas de aulas semanais, a maioria dos meus contratantes conseguiu se tornar independente e confiante - eles desenvolveram uma compreensão de seus pontos fortes e fracos como estudantes e aprendizes e adquiriram um repertório de estratégias de estudo e ferramentas de resolução de problemas e de redação de enunciados de respostas que utilizaram com sucesso.

Entretanto, havia sempre algumas ocasiões em que os alunos permaneciam sem a  consistência desejada. Com a minha ajuda, estas pessoas se saíram melhor na escola, mas eu nunca senti que elas estavam alcançando todo o seu potencial, tão pouco seus pais. O que eu não havia notado, porém, foi que o desempenho deles era um reflexo de seus próprios esforços, não meus. 

A tutoria é uma ferramenta que pode ajudar o aluno a entender melhor o material e a organizar e demonstrar esse conhecimento com mais eficácia, mas não é uma solução mágica para o sucesso acadêmico.

Em vez disso, para se sair bem na escola, o aluno deve se comprometer com o aprendizado. Ela tem que optar por aproveitar os recursos fornecidos por seu professor, e aqueles criados com a ajuda de seu tutor, a fim de alcançar com independência o domínio do material através do bom e “velho” trabalho duro. A Tutoria pode trazer uma relevante contribuição para que se trilhe o caminho até lá, mas em última análise, é o aluno que tem que cruzar a linha de chegada por conta própria.