Knowing the language ain't enough
em 08 de Setembro de 2014
Boa noite, pessoal. Tudo bem por aí?
Hoje resolvi escrever sobre um assunto do qual gosto muito de falar: estudos de idiomas. Muitas escolas de idiomas prometem com seus cursos, apostilas, professores, métodos, realizar um trabalho que permita ao estudante de Lingua Inglesa desenvolver suas habilidades de escrita, leitura, fala e compreensão no menor tempo possível. Alguns cursos dizem três anos, outros prometem seis meses e, muitas vezes, ao deixar um destes cursos, o estudante se frustra por possuir nas mãos um certificado que não representa aquilo que ele ou ela realmente sabe fazer com a Língua Inglesa. Apesar de o estudo em escolas de idiomas funcionar perfeitamente bem para algumas pessoas, outros estudantes simplesmente escolhem partir para uma jornada autodidata de estudos, o que pode parecer mais difícil inicialmente, já que você não tem ninguém para te orientar sobre o que fazer e como fazer. Então, tentarei sintetizar aqui nos próximos parágrafos, alguns princípios gerais que funcionaram incrivelmente bem para mim e que, segundo a opinião de vários poliglotas que também estudaram por conta própria, confirmam que são princípios válidos e eficazes.
*Nota: É importante notar que, quando falo de estudos autodidatas, falo do ponto de vista de alguém que cursou o Inglês em escolas de idiomas tradicionais por dois anos e meio, adquirindo o certificado de nível Intermediário II, sem ao menos saber como estabelecer uma conversa sobre hábitos cotidianos e com uma tremenda insegurança em pronúncia e vocabulário.
Aqui vão os princípios que mencionei:
#1: Tenha uma motivação e Trace uma meta
Coloco este tópico como o primeiro e mais importante porque ele é classificado assim por vários poliglotas (Luca Lampariello, Timothy Doner, dentre outros) que estudam o aprendizado de idiomas estrangeiros. Com que objetivo você pretende aprender Inglês? Quer estar apto(a) a se comunicar com nativos em uma viagem à países que utilizam o Inglês como língua materna ou oficial? Está em um relacionamento com alguém que fala Inglês e não está conseguindo se comunicar muito bem? Precisa utilizar o Inglês em seu ambiente de trabalho e/ou estudos? Foi contratado por uma empresa que faz negócios com empresários que falam Inglês e precisa se comunicar com eles? O seu objetivo determinará, em grande parte, como será sua trajetória de estudos. Você pode sim fazer um estudo de forma aleatória e aprender apenas por hobbie sem vislumbrar um fim imediato, mas quando se possui um objetivo explícito é mais fácil avaliar com que eficácia seus estudos autodidatas estão acontecendo. Em seguida, estabeleça uma meta, isto é, diga (ou preferencialmente escreva) quais são as coisas você espera ser capaz de fazer com a Língua Inglesa após um certo período de tempo (por exemplo, quero ser capaz de ler uma manchete de jornal do New York Times em seis meses de estudo). Isto ajudará a identificar se as estratégias traçadas a partir de seu objetivo tem sido ou não eficazes para te conduzir á fluência no idioma.
#2: Conheça seus pontos fortes e fracos
Você consegue ler textos em Inglês muito bem, mas se embanana todo na hora de estabelecer uma conversa informal? Pois bem. Com base no objetivo que você traçou inicialmente, você saberá se isso requer maior domínio da leitura e escrita ou da compreensão e da fala. Minha dica é que as quatro habilidades sejam desenvolvidas de forma uníssona e igual, mas, dependendo de seu propósito, é natural que algumas delas se sobressaiam. Se você vai trabalhar em sua casa no mode home office e escrever textos em Inglês para um blog, terá de dar ênfase à leitura, à interpretação de textos e à produção escrita de diversos gêneros textuais (carta, email, crônica, poemas, reportagens etc.). Já se você está se preparando para uma viagem de turismo à um país de língua inglesa e pretende estar apto a se comunicar com nativos e sabe que, no momento, não será tão necessário assim escrever e ler, dê ênfase a ouvir áudios apropriados ao seu nível de compreensão e estabelecer diálogos graduais com nativos, seja frente a frente ou pela internet. Felizmente, as línguas com bases no alfabeto latino (sendo o Inglês uma delas) possuem a características de conectar as quatro habilidades, o que significa que enquanto você estiver lendo e escrevendo, seu cérebro também processará algumas informações sobre a fala e compreensão oral. Em línguas que em sua essência não usam alfabetos (tais como o Mandarim, o Japonês, o Coreano), as habilidades de leitura/escrita e fala/compreensão são mais desvinculadas e devem ser estudadas em momentos diferentes.
"Mas como eu sei se ler ou escrever é meu ponto forte ou fraco em Inglês?". Vamos ao tópico 03.
#3: Saiba em que nível de Inglês você se encontra
Estudar novamente aquilo que você já está cansado de saber pode ser bem entediante e saltar para o estudo de algo que é completamente incompreensível pode ser uma cachoeira de frustração. Por isso, é necessário buscar por um ponto de equilíbrio em torno daquilo que você já sabe e aquilo que você pretende aprender. Vygotsky chama isso de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP).
É possível encontrar alguns testes de nivelamento que lhe permitem saber aproximadamente onde você se encontra na escala de aprendizado da língua inglesa. Posto alguns destes testes abaixo, mas se você souber de outros que acredita serem mais efetivos, fique a vontade para usá-los:
Teste Online English Town
Teste online English First
Teste online de Cambridge
Teste online de Oxford
#4: Prepare seu próprio material didático
Ao ler o título deste tópico, você pode até se assuntar e pensar "Poxa, mas vou ter que escrever meu próprio livro se quiser estudar sozinho?". A resposta é: não. Quando falo sobre preparar seu próprio material didático, quero dizer que não é necessário restringir suas opções de texto e de áudios à aquilo que seu livro de Inglês já disponibiliza. O livro de Inglês é sim um bom começo, mas em muito pouco tempo deixará de ser suficiente. A internet está repleta de bons materiais para estudos autodidatas e é necessário saber selecioná-los a fim de produzir os melhores resultados. Essa escolha passa necessariamente pelo nível em que seu Inglês se encontra. Se você selecionar materiais muito fáceis, estes não surtirão efeito positivo no incremento de suas capacidades. Se selecionar um material muito difícil, não será possível transpor a barreira e você não compreenderá o que o material quer dizer. Por isso, é preciso encontrar materiais os quais você entenda mais ou menos 75%, o que lhe dá uma margem para compreender as ideias centrais do texto ou áudio selecionado e buscar aprender 25% a mais em relação àquilo que já sabe. Logo abaixo, coloco uma relação de alguns sites, livros e outros materiais agrupados por níveis de estudo que podem ser úteis a vocês. A compilação foi feita pela Prof. Ana Luiza, fundadora do site Inglês Online.
5 fontes de áudio para o seu Listening
#5: Estude diariamente e crie rotinas de revisão
"Nossa, consegui um curso de Inglês que se adapta perfeitamente aos meus compromissos...tem aula só uma ver por semana durante 5 horas." Esqueça. Simplesmente esqueça. Não há aprendizado significativo quando o estudo é esporádico e pontual. Se você pretende adquirir resultados efetivos nos estudos em Língua Inglesa (e talvez eu possa generalizar para o estudo de qualquer coisa), deve estudar um pouco todos os dias. Esse tempo de estudo diário varia segundo sua disponibilidade, mas é aconselhável que seja no mínimo 30 minutos por dia. É melhor estudar todos os dias 30 minutos por dia do que 20 horas no final de semana. Por isso, crie rotinas de estudo. Se você sabe que passará 45 minutos no ônibus ou no metrô indo para o trabalho ou para os estudos, por que não aproveitar o momento para aprender o idioma tão desejado. Coloque alguns áudios (3 ou 4 por semana) que sejam adequados ao seu nível em seu smartphone ou player de música e ouça durante a semana toda. No começo da próxima semana, troque os áudios. Você pode chegar em casa depois e pegar as transcrições dos áudios que você ouviu durante o dia e tentar identificar as palavras que você não entendeu e buscar pelo significado delas.
Além disso, é necessário revisar periodicamente aquilo que foi aprendido em um determinado dia. Essa periodicidade varia de aluno pra aluno. Você pode revisar de 3 em 3 dias, de 1 em 1 semana. O importante é que acompanhe seu desenvolvimento e perceba em que momento a revisão de alguma palavra ou expressão já é desnecessária, pois você já se lembra naturalmente e não vai mais esquecer.
Esse é apenas um exemplo de como você poderia estudar todos os dias gastando pouco tempo.
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Espero sinceramente que as 5 dicas tenham sido úteis e que você se sinta mais confiante e encorajado(a) para prosseguir em seus estudos autodidatas ou para melhorar ainda mais sua frequência de estudos na escola de idiomas que estiver frequentando.
Um grande abraço. See you guys soon!
Ótimas dicas, Maykell!