Cidadania ativa na escola ou educação ativa fora da escola?
em 29 de Março de 2015
Reflexões Sobre o Uso da Tecnologia na Rede Municipal de Educação de São Paulo
Com base na análise do espanhol Jordi Vivancos, Cesar Nunes elaborou reflexões acerca do uso de tecnologias digitais nas escolas da rede municipal de São Paulo. Vivancos analisou as relações das tecnologias de informação e comunicação e definiu quatro fases. São elas:
1. Suplementar - fase de formação dos professores para uso das tecnologias da informação e comunicação; momento em que os professores aprendem sobre os recursos tecnológicos.
2. Complementar - a ênfase é utilizar a tecnologia para o desenvolvimento das atividades que já eram realizadas pelos professores, como por exemplo, digitar textos. A crítica nesse caso é a falta de exploração da tecnologia. “A crítica a formações desse tipo é que elas não exploram o potencial da tecnologia para fazer o que antes não era possível” (p. 2)
3. Integrado – fase em que se opera com a realização de atividades conduzidas pelo uso de tecnologia. Exemplo: acessos a portais educativos onde a função é utilizar os recursos disponibilizados no portal. “O perigo é o deslumbramento tecnológico, atividades para o uso da tecnologia e não para melhorar a aprendizagem”. (p. 2)
4. Impregnado- é a fase mais avançada e mais difícil, quando os recursos tecnológicos entram de maneira transparente, apenas onde de fato é útil. A construção do conhecimento coletivo deve ser colocada como meta de qualquer grupo de aprendizes e eles devem assumir a responsabilidade por essa construção. “Logicamente para que um professor chegue a usar a tecnologia dessa forma transparente é necessário conhecimento e fluência!” (p. 3)
Ser transparente na utilização da tecnologia é ter um potencial e domínio das características básicas. É isso que a secretaria municipal de educação deseja, implementar o uso de tecnologias de forma educativa e transparente.
O documento apresenta ainda expectativas sobre como as atividades podem contribuir para o desenvolvimento de novas habilidades. A habilidade do trabalho em grupo é essencial para o desenvolvimento dos alunos, pois fortalece a composição de argumentações, críticas, sínteses etc. “A construção do conhecimento coletivo deve ser colocada como meta de qualquer grupo de aprendizes e eles devem assumir a responsabilidade por essa construção.” (p.12) Desta forma devem ser assumidas como responsabilidade do grupo e não do professor. A “participação simétrica” de todos os membros do grupo, assim como, a apresentação, compreensão e melhorias de ideias também são de responsabilidade de todo o grupo. Porem é necessário combinações e atividades que possam agregar de forma significativa para o desenvolvimento de objetivos e aprendizagem mais complexos. Atividades abertas e fechadas, também são mencionadas, sair de uma aprendizagem mecânica, decorada e propor atividades abertas sem uma única resposta certa é fundamental para os alunos.
O texto aponta para a construção do conhecimento através de pequenos grupos utilizando o uso da tecnologia. Trás a ideia de que utilizar novos recursos é essencial para a construção coletiva. Já que sem o uso de computadores
“É inimaginável os alunos trocarem cadernos para que uns leiam o que os outros escreveram. É inimaginável construir ideias coletivas sem a visualização e comparação de ideias e comentários uns dos outros. É inimaginável a reescrita, combinação e melhoria das ideias sem um ambiente digital que favoreça copiar, recortar, colar, adicionar etc.” (p. 7)