Escritoras brasileiras que todo aluno deveria conhecer
em 18 de Junho de 2023
O estresse é uma resposta natural do corpo humano a situações desafiadoras ou ameaçadoras, e é uma parte essencial da nossa sobrevivência. No entanto, quando o estresse se torna crônico e constante, pode ter efeitos negativos na nossa saúde física e mental.
Antônio Waldo Zuardi nos explica em seu artigo “Fisiologia do estresse e sua influência na saúde” que:
“O estresse pode ser definido como um estado antecipado ou real de ameaça ao equilíbrio do organismo e a reação do mesmo, que visa restabelecer o equilíbrio através de um complexo conjunto de respostas fisiológicas e comportamentais.”
A fisiologia do estresse é complexa e envolve uma série de respostas físicas e químicas do corpo que afetam desde o sistema cardiovascular até o sistema imunológico.
Neste artigo, vamos explorar mais profundamente a fisiologia do estresse, entender como o corpo humano reage a situações estressantes, como isso afeta nossa saúde e bem-estar e discutir técnicas para reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida.
O que é o estresse e como afeta o nosso corpo?
O stress é uma resposta física e emocional do corpo a situações que podem ser percebidas como ameaçadoras ou desafiantes. É uma reação normal do organismo, que ajuda a preparar o corpo para enfrentar uma situação de perigo, mas pode se tornar prejudicial quando existe uma exposição prolongada.
O estresse é a resposta do corpo a situações que exigem adaptação. Quando o estresse é frequente ou intenso, pode causar problemas de saúde em vários sistemas do corpo.
Por exemplo, o estresse pode aumentar a pressão arterial e o risco de doenças cardíacas, alterar os níveis de hormônio do estresse e prejudicar o sistema imunológico. O estresse também pode afetar o funcionamento do sistema digestivo e está ligado a doenças alérgicas e autoimunes.
Existem diferentes tipos de estresse, como o agudo, que é uma resposta imediata a uma situação de perigo, e o crônico, que ocorre quando a exposição ao estresse é prolongada.
As causas do estresse são variadas e podem incluir eventos traumáticos, como a perda de um ente querido ou um acidente, problemas de saúde, conflitos pessoais ou profissionais, entre outros fatores.
É isso que o artigo “Carga horária de trabalho dos enfermeiros e sua relação com as reações fisiológicas do estresse” nos informa:
“O estresse pode ser agudo ou crônico, e as consequências de altos níveis de estresse crônico são percebidas pelo absenteísmo, queda de produtividade, desmotivação, dificuldades interpessoais, doenças físicas variadas, depressão, ansiedade e infelicidade na esfera pessoal. No âmbito do trabalho, as consequências do estresse podem incluir, ainda, falta de ânimo, falta de envolvimento com o trabalho e a organização, faltas e atrasos frequentes, excesso de visitas ao ambulatório médico e farmacodependência.”
Esse sistema é acionado quando uma pessoa enfrenta estresse, que pode ser uma situação difícil ou perigosa, como parte da resposta de luta ou fuga. Veja como o sistema nervoso simpático funciona durante o estresse:
Fase de alarme: nesta fase, o corpo percebe um estressor e ativa o hipotálamo e a hipófise, que fazem parte do sistema nervoso central. O hipotálamo libera o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que faz com que as glândulas adrenais produzam hormônios do estresse, como adrenalina (epinefrina) e cortisol.
Esses hormônios causam diversos efeitos no corpo, como aumento da frequência cardíaca, dilatação das pupilas, aumento da sudorese e dos níveis de glicose no sangue, diminuição da digestão, contração do baço e inibição do sistema imunológico. Essas respostas fisiológicas preparam o corpo para uma ação imediata, seja para combater a situação estressante ou para fugir dela.
Fase de Resiliência: Nesta fase, o corpo usa seus recursos para lidar com o estressor. A resistência do corpo aumenta e a frequência cardíaca, a respiração, a circulação e a pressão sanguínea voltam aos níveis normais. O organismo se adapta à presença do estressor e tenta manter a homeostase. Porém, se o estressor for muito intenso ou de longa duração, a resistência diminui gradativamente.
Fase de exaustão: Se o estressor durar muito tempo ou for muito forte, o organismo pode entrar na fase de exaustão. Nessa fase, os sinais da fase de alarme voltam a aparecer com mais intensidade, tornando o organismo mais vulnerável a doenças.
Sintomas específicos como ataques cardíacos, úlceras, psoríase, depressão e, em casos mais graves, morte podem ocorrer nos órgãos afetados e patologia associada.
Um estudo recente descobriu uma quarta fase chamada "fase de quase exaustão", que ocorre entre a fase de resistência e a fase de exaustão. Nessa fase, o indivíduo experimenta fraqueza e dificuldade de adaptação ao estressor, podendo ocorrer problemas leves de saúde que não causam incapacidade.
O eixo HPA é uma via que conecta partes do cérebro as glândulas perto dos rins. Ajuda o corpo a lidar com o estresse e a controlar os níveis de um hormônio chamado cortisol.
Veja como funciona o eixo HPA quando uma pessoa está passando por uma situação estressante:
O cortisol é um hormônio do estresse que tem muitas funções importantes no corpo humano. Em resposta ao estresse, ele ajuda a aumentar a disponibilidade de energia, reduzindo a inflamação e os processos de reparo celular, entre outras funções.
No entanto, o aumento prolongado dos níveis de cortisol pode levar a problemas de saúde, como o enfraquecimento do sistema imunológico, ganho de peso e aumento do risco de doenças cardiovasculares.
O estresse crônico pode levar a problemas de saúde a longo prazo, como o enfraquecimento do sistema imunológico e a inflamação crônica. Isso ocorre porque o estresse prolongado pode afetar a resposta imunológica normal do corpo, tornando-o mais suscetível a infecções e inflamações. A inflamação crônica, por sua vez, pode levar a uma série de doenças, como a diabetes, doenças cardiovasculares e artrite.
Além disso, o estresse crônico pode ter um impacto negativo sobre o sistema cardiovascular, aumentando o risco de problemas de saúde, como pressão arterial elevada, doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral.
O estresse crônico também pode ter um impacto negativo sobre a saúde mental, aumentando o risco de desenvolver transtornos como ansiedade e depressão.
Segundo o artigo “Transtornos relacionadas a traumas e estressores”, situações de muito estresse pode desenvolver algumas condições como:
“De acordo com a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), as categorias diagnósticas inclusas nesse espectro são Transtorno de Apego Reativo, Transtorno de Interação Social Desinibida, Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Transtorno de Estresse Agudo e os Transtornos de Adaptação”.
Técnicas de relaxamento, como ioga, meditação e respiração profunda, podem ser úteis para reduzir o estresse e promover o relaxamento. Essas técnicas podem ajudar a acalmar a mente e o corpo, reduzir a tensão muscular e melhorar a qualidade do sono.
O exercício físico também é uma forma eficaz de reduzir o estresse. O exercício regular pode ajudar a liberar endorfinas, que são estimulantes naturais do humor. O exercício também pode reduzir a tensão muscular, melhorar a qualidade do sono e proporcionar uma distração das situações estressantes.
O estresse crônico pode causar uma série de sintomas físicos e mentais, como fadiga, dores de cabeça, tensão muscular e irritabilidade. Identificar esses sintomas precocemente pode ajudar a prevenir problemas de saúde mais graves associados ao estresse.
Existem várias abordagens terapêuticas para tratar o estresse, incluindo terapia cognitivo-comportamental, redução do estresse baseada em mindfulness e intervenções farmacológicas.
Essas abordagens podem ajudar os indivíduos a gerenciar o estresse de forma mais eficaz e reduzir seu risco de desenvolver doenças relacionadas ao estresse.
A pesquisa em fisiologia do estresse está em andamento, e novas terapias e técnicas de tratamento estão sendo constantemente desenvolvidas. Essas incluem terapias que visam vias biológicas específicas relacionadas ao estresse, como o eixo HHA ou o sistema imunológico.
A pesquisa em fisiologia do estresse também está revelando o papel do eixo intestino-cérebro no estresse, bem como o impacto do estresse na regulação epigenética e na expressão gênica. Essas descobertas podem levar a novas abordagens terapêuticas para doenças relacionadas ao estresse no futuro.
Em resumo, a fisiologia do estresse é um campo complexo e fascinante que está em constante evolução. Entender como o nosso corpo responde ao estresse é crucial para lidarmos com situações estressantes de forma saudável e reduzir os efeitos negativos do estresse crônico na nossa saúde.
Espero que este artigo tenha sido informativo e útil para você em sua busca por um estilo de vida mais saudável e equilibrado. O estresse é uma parte natural da vida, mas com as técnicas certas, você pode aprender a gerenciá-lo de forma eficaz.
https://www.scielo.br/j/rlae/a/NpMQSrbV9mcbrnvTjDsPyXg/?format=pdf&lang=pt
https://www.fef.unicamp.br/fef/qvaf/mecanismo-do-estresse
https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/download/127536/124631
https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/desafios/article/download/9759/20065/