PATRIMÔNIO TANGÍVEL, INTANGÍVEL E DESENVOLVIMENTO
Por: Bruna L.
31 de Agosto de 2020

PATRIMÔNIO TANGÍVEL, INTANGÍVEL E DESENVOLVIMENTO

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O patrimônio reúne características do passado, endossando valores ao presente que devem ser transmitidos ao futuro, como parte da identidade de uma comunidade, civilização, região, nação, etc. O patrimônio tangível, que compreende obras de arte, registros históricos, monumentos, construções arquitetônicas, formações naturais entre outros exemplos, está intrinsecamente ligado ao patrimônio intangível, que compreende ideologias, hábitos, rituais, danças, sabedoria e técnica populares que nem sempre estão materializados em algumas comunidades (ABREU; CHAGAS, 2009).

A palavra patrimônio é amplamente usada indicando o sentido de posse, e envolve hoje  cultura,  genética, etnias, ecologia e várias outras classificações mutáveis. O patrimônio, em suas diversas subcategorias, abrange os “fatos sociais totais”, bens que carregam ao mesmo tempo as características das naturezas econômica, moral, religiosa, mágica, política, jurídica, estética, psicológica e fisiológica (MAUSS, 1974), e embasa a formação da sociedade, visto que sobre ele são pensados hábitos e conceitos, e após esse processo de reflexão, praticados e modificados (GONÇALVES, 2002). É, ao mesmo tempo, essa sociedade que ponderará no que é importante preservar como patrimônio. Essa dinâmica do pensamento complexo determina a existência e o desenvolvimento de um grupo: a visão imediata e a visão mediata conectadas gerando ainda um outro plano de visão sobre o futuro da coletividade (BARROS, 2008). Esse dinamismo deve ser utilizado na execução de eventos promotores do contato cultural, envolvendo fomentadores e público.

A exploração do patrimônio, mais nítida em atividades turísticas, compreende processos educacionais e de capacitação técnica, atividades economicamente rentáveis e o fortalecimento e difusão da cultura local: o patrimônio tangível serve de palco tanto para conhecimento de si próprio, quanto do patrimônio intangível e estimula o consumo indireto de produtos à sua volta (TADDEI, 2016). Um prédio tombado pelas suas características arquitetônicas pode servir como infraestrutura para cursos de desenho e ainda apresentações de danças características de uma etnia ou comunidade, sem ter propriamente uma relação com a construção, e o espectador é um consumidor potencial dos serviços envolvidos em sua presença – não somente a atividade ou o local atrai o visitante, a existência de locais para alimentação, hospedagem, comércios diversos entre outras atividades econômicas são consideradas e influenciam na atração e permanência do público; dessa forma, o prédio é preservado não somente pela sua particularidade arquitetônica, mas também pela sua função para com a sociedade.

Na cidade de Jaú no interior de São Paulo, por exemplo, o prédio da estação ferroviária que é preservado tanto pela sua faixada e arquitetura quanto por sua importância crucial no desenvolvimento da cidade durante a produção cafeeira. Após sua desativação com o fim dos trens para passageiros, o prédio ficou fechado até sua adoção pelo poder público para as aulas do Projeto Guri, e realizações esporádicas de eventos literários e musicais de diversos estilos, o que a tornou conhecida hoje como Estação Som. Essas atividades motivam a vigilância e manutenção do prédio, além dos eventos temáticos que resgatam a história da estação e as lembranças dos munícipes, promovem o encontro entre culturas.

Museus, prédios, fazendas, áreas de conservação ambiental, parques e etc, ganham uma nova conotação a partir de uma gestão dinâmica que, valorizando o espaço e integrando-o à rotina da população ao redor, promove eventos e atividades que possibilitam a interação entre as culturas e do público com o local ou na atividade ministrada. As atividades realizadas por meio de políticas públicas de incentivo ou através da iniciativa privada devem ser ao máximo possível aproveitadas pelos serviços de educação, com o intuito de induzir ao consumo cultural, despertando o interesse no indivíduo de preservar os aparelhos e a memória cultural.

 

REFERÊNCIAS

 

ABREU, Regina; CHAGAS, Mário (Org.). Memória e patrimônio: Ensaios Contemporâneos. 2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009. 320 p.

BARROS, José Márcio (Org.). Diversidade Cultural: Da proteção à promoção. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. 166 p. Disponível em: <http://observatoriodadiversidade.org.br/site/wp-content/uploads/2011/11/WEB_Diversidade-cultural_080211.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2016.

GONÇALVES, José Reginaldo Santos. O Patrimônio Como Categoria de Pensamento. In: REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS, 26., 2002, Caxambu. Proceedings... . Rio de Janeiro: Lamparina, 2009. p. 25 – 33.

MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: Forma e razão da troca em sociedades arcaicas. São Paulo: Edusp, 1974.

TADDEI, Ana Laura Gamboggi. Cultura como base do desenvolvimento. São Paulo: Senac, 2016. 10 slides, color. Disponível em: <https://senacsp.blackboard.com/bbcswebdav/pid-2039649-dt-content-rid-38027362_1/courses/EGCCASDA-1601-667857/Template/Aulas/Aula_03/Aula_narrada/index.htm>. Acesso em: 22 mar. 2016.

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