As Bem-Aventuranças
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Por: Camila A.
11 de Novembro de 2019

As Bem-Aventuranças

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As Bem-Aventuranças (Livro de Mateus 5. 1-11)

Quais os principais ensinamentos cristãos que foram contrários ao espírito da época?

C.F.Assumpção

Coragem, ousadia e profunda compaixão definem o mestre, sua mensagem não é estudada por grupos religiosos apenas por ser linda, mas em especial por constranger de tal modo que gere revoluções sociais.

Jesus olha as multidões e declara felizes são os humildes. Esta primeira bem-aventurança é muito importante para se compreender o evangelho do reino. No reino de Deus não se pode entrar como rico, alguém inflado de orgulho, mas como pobre, alguém que reconhece suas limitações. Esta é uma característica de Cristo, como poderia o homem aprender a ser humilde se o rei da glória não se tornasse servo e homem de dores? Por amor a humanidade, Cristo se fez humilde.[1]

Felizes são os que choram. Jesus não diz para as pessoas pararem de chorar, não as exorta quanto a isso. Ao invés de dizer que são desequilibradas emocionalmente ele apenas diz que elas serão consoladas. O consolo de Cristo não se resume a palavras amorosas, pois envolve cura de corações. Esta segunda bem aventurança dá coragem ao homem para o encontro com os que sofrem, pois traz esperança onde faltam palavras. É sobre você olhar a dor e se fazer presente.[2]

Felizes são os mansos. Para Jesus ser manso tem um sentido nobre, pois reflete a vida daquele que com paciência e coragem procurar fazer a vontade de Deus no mundo, lutando assim contra sua própria vontade. [3] O conceito de Cristo de mansidão difere completamente do que muitos acreditam. Mansidão no conceito do Senhor significa completa submissão e dependência de Deus.[4]

Felizes são os que têm fome e sede de justiça. Na Bíblia a justiça corresponde a no mínimo três aspectos: o social, o legal e o moral. Fome e sede de justiça nasce de uma disposição intima e profunda de fazer deste tempo presente algo de bom para todos. É um bem íntimo da própria personalidade.[5]

Felizes são os misericordiosos. Não existe exemplo melhor de misericórdia como o de Cristo, ele olhou para Jerusalém e chorou, ele olhou para os oprimidos e teve compaixão, ele olhou para os pecadores e os perdoou.[6]

Felizes são os limpos de coração. O termo coração refere-se ao pensar, sentir e querer. Deus é sincero, puro e verdadeiro, e assim os limpos de coração também devem ser. Aos que são verdadeiros e puros de coração é dado o privilégio de ver a Deus.[7]

Felizes os pacificadores. As pessoas buscam paz, o mundo precisa de paz. Ser filhos de Deus significa promover a paz, jamais o homem poderá promover a paz sozinho, pois a paz só pode ser promovida através de um relacionamento com Cristo que é o príncipe da paz.[8]

Felizes os perseguidos e por causa de Cristo injuriados. Destes é o Reino dos céus, e muitas recompensas os aguardam. O justo é perseguido porque independente de onde ele esteja leva consigo um proposito de transformação, ele sofre porque não é bem interpretado em seu amor sincero, ele sofre porque o mundo corrompido não esta disposto a uma revolução que promova integridade, justiça e amor. [9]

O sermão do monte é uma revolução moral e espiritual. Na época de Jesus existiam muitos grupos religiosos procedentes do judaísmo. Tais grupos acreditavam cumprir a Lei, porém acreditar cumprir não significa viver em obediência. As pessoas precisavam de um mestre, não um hipócrita, elas precisavam de alguém que vivesse suas convicções, e não apenas dissesse como outros deviam vivê-la. Em seu sermão Jesus disse que alegres/felizes são os humildes, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os limpos de coração, os pacificadores, os perseguidos por causa da justiça e os que sofrem pela causa do mestre. O mestre revolucionou contextos sociais de sua época e da mesma forma revoluciona a sociedade atual através de sua Palavra. O Sermão do Monte não dizia respeito a uma nova lei, as pessoas já estavam fartas de leis, eram tantas que se tornaram um fardo. O Sermão diz respeito a um estilo de vida revolucinário em que o homem enxerga o seu próximo, busca o bem da sociedade e se submete a Deus. "Amarás a Deus acima de tudo e ao seu próximo como a ti mesmo".

 

#FelizesOsQueNãoPrecisamPisarEmNinguém

 

REFERÊNCIAS

DRIVER, John. Ouça Jesus. Trad. Rubens Castilho. Campinas: Cristã Unida, 1995. 122 p.

MEISTER, Sabine. O sermão do monte e as bem-aventuranças. Trad. Anke Schuttel. São Leopoldo: Sinodal, 2006. 112 p.

PENTECOST, Dwight. O sermão da montanha. Trad. Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Vida, 1984. 185 p.

RIENECKER, Fritz. Evangelho de Mateus. Trad. Werner Fuchs. Curitiba: Evangélica Esperança, 1998. 460 p.

ROSA, M. A. Sermão da montanha. Londrina: descoberta, 2000. 92 p.

 

[1] DRIVER, John. Ouça Jesus, p. 41.

[2] MEISTER, Sabine. O sermão do monte e as bem-aventuranças, p. 43.

[3]ROSA, Messias A. Sermão da montanha, p. 19.

[4] PENTECOST, Dwight. O sermão da montanha, p. 31.

[5] ROSA, M. A. Sermão da montanha, p. 19.

[6] DRIVER, John. Ouça Jesus, p. 47

[7] RIENECKER, Fritz. Evangelho de Mateus, p. 78.

[8]MEISTER, Sabine. O sermão do monte e as bem-aventuranças, p. 86.

[9]ROSA, M. A. Op.Cit. p.21.

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