História do Cristianismo
Por: Camila A.
13 de Novembro de 2019

História do Cristianismo

Teologando - Resumo dos Principais Acontecimentos da História do Cristianismo

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-RESUMO DA OBRA-

Os 100 acontecimentos mais importantes da História do Cristianismo:

do incêndio de Roma ao crescimento da igreja na China

 

 

Os autores apresentam nesta obra um panorama dos acontecimentos na história do povo de Deus. O objetivo da obra é possibilitar aos não historiadores e especialistas uma visão dos principais eventos que moldaram o cristianismo. Os fatos apresentados na obra estão dispostos por ordem cronológica em dez capítulos, para facilitar e criar uma espécie de roteiro.

 

O primeiro acontecimento, o concílio de Nicéia ocorreu no dia 20 de maio de 325 d.C, na cidade de Nicéia, na Ásia Menor. Foi o primeiro concílio ecumênico da igreja e durou cerca de dois meses. A ideia do concílio não partiu dos bispos. Antes eles foram convocados pelo grande imperador romano Constantino. Para o imperador a divisão da igreja era pior que uma guerra, pois o assunto envolvia a alma eterna.

 

Participaram do concílio principalmente bispos do oriente, pois as condições da viagem para os bispos ocidentais eram difíceis. Participaram 318 bispos somente 28 eram declaradamente arianos desde o início.

 

O concílio ocorreu devido aos ensinamentos de Ário, pastor de Alexandria. Apesar de se dizer cristão para ele Jesus Cristo era apenas uma criação de Deus e jamais poderia ser como o Pai. Além de o arianismo estar conseguindo vários adeptos, esta teologia estava dividindo a igreja.

O processo jurídico contra Ário foi feito por Alexandre, bispo de Alexandria. Após diversas discussões o imperador exigiu que todos os bispos assinassem um novo credo, sob a pena de serem depostos de suas Sés e mandados ao exílio.

 

O novo credo relatava: Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial com o Pai. Em grego consubstancial significa homoousios (homo= igual; ousios= substância). O partido ariano queria acrescentar uma letra a esta palavra, homoiousios, que passaria a significar substancia similar. Obviamente esta tentativa foi em vão.

 

O credo foi assinado por todos os bispos, exceto: Eusébio de Nicomédia e Teogno de Nicéia, dois dos principais bispos do Oriente.

 

Mesmo após o concílio a teologia de Ário permaneceu por décadas. Um dos principais opositores a esta teologia foi Atanásio, que em 328 se tornou bispo de Alexandria. A condenação final e definitiva do arianismo, que realmente funcionou, só ocorreu em 381 no Concílio de Constantinopla.

 

O segundo acontecimento trata sobre o mosteiro estabelecido em Cluny. O mosteiro de Cluny foi fundado em 909 por Guilherme, o Pio, duque de Aquitânia.

 

O mosteiro seria separado do império e protegido pelo papa. A regra estabelecida por Bento de Núrsia nos anos de 500: pobreza, castidade e obediência. A regra foi bem recebida no mosteiro, onde foi o único lugar que conseguiu criar raízes.

 

Alguns homens eram considerados filhos de Cluny. Foi sob a orientação destes homens capacitados que surgiram novos mosteiros na França, Itália e Alemanha.

 

O mosteiro em Cluny foi o lugar em que se ergueu a maior manifestação do cristianismo ocidental até a construção da Basílica de S. Pedro, em Roma. Em uma era feudal, Cluny se tornou o centro de um feudo espiritual.

 

O poder de Cluny teve seu ápice sob a liderança do abade Hugo. Depois sob a liderança de Pedro as coisas começaram a declinar. O poder deste mosteiro pode o ter levado a uma direção oposta da simplicidade inicial. Porém, a igreja teria sua força espiritual e simplicidade renovadas mais tarde, sob a ordem cisterciense de Bernardo.

 

O terceiro acontecimento trata da cisma do Oriente com o Ocidente, em 1054. No decorrer de vários anos as igrejas do Oriente e do Ocidente se separaram. O conflito foi ampliado por conflitos insignificantes entre ambas as partes.

 

Tais diferenças explodiram devido ao temperamento de dois homens obstinados. Miguel Cerulário, que em 1043 tornou-se patriarca de Constantinopla e Leão IX, que em 1049 tornou-se papa. Por meio de declaração entre eles de que um ou o outro não era verdadeiro cristão, os dois bispos  criaram uma cisma.

 

As partes conflitantes tinham uma historia de diferenças, que estava vinculada na base desse desentendimento. O cisma foi o ato final que reconheceu essas distinções. Apesar da diferença entre as duas igrejas parecer algo que não esta vinculado com o que é essencial, no coração desta disputa estava o poder, pois em uma época em que a autoridade do bispo era vista como a chave para a estabilidade da igreja, não poderia haver duas pessoas requerendo a mesma autoridade.

 

O quarto acontecimento da obra, aborda o movimento valdense que ocorreu em 1173. O movimento vadense foi criado por um mercador francês que estava descontente com o caminho que a igreja católica tomava.

 

Pedro Valdo foi inspirado a partir do momento em que ouviu um viajante cantar sobre um jovem rico que deixou sua família, viveu entre os pobres e enfrentou a morte alegremente por se encontrar com Deus. Valdo agiu rapidamente, colocou as filhas num convento, deu dinheiro para a esposa e doou o restante de seus bens aos pobres. Decorou trechos bíblicos e começou a ensinar ao povo.

 

Valdo e seus seguidores acreditavam que Jesus queria que seus ensinamentos fossem praticados por todas as pessoas e não apenas por algumas. Ele e seus seguidores foram excomungados pelo papa Lúcio III, em 1184. Em 1214 foram condenados como hereges pelo papa Inocêncio III, mas apesar de tudo os valdenses se espalharam por toda a Europa. Durante a reforma foram bem recebidos pelos protestantes e hoje eles também se consideram protestantes.

 

O quinto acontecimento trata a respeito da suma teológica de Tomás de Aquino. Considerado o maior teólogo da Idade Média, Tomás de Aquino nasceu em 1225, numa família de nobres.

 

Tomás tentou reconciliar as correntes da teologia e da filosofia, aparentemente diferentes. Apesar das diferenças que fazia entre as duas, tendo uma como razão e outra revelação, enfatizava que elas não se contradiziam necessariamente, ambas eram fontes de conhecimento vindas de Deus.

Sua suma teológica entre outra obras tornaram-se parte de destaque da doutrina da igreja. Apesar de sua proeminência ele continuava a ser um homem humilde. sua suma teológica não foi concluída devido a uma visão celestial que lhe mostrará que sua visão teológica não passava de um monte de palha.

 

O sexto assunto a ser tratado diz respeito a condenação de João Hus, que ocorreu em 1415. No ano de 1401, João Hus foi ordenado sacerdote. Ele passou a maior parte de sua vida ensinando na Universidade de Praga e pregando na influente Capel de Belém.

 

O mundanismo do clero ofendia Hus, que pregava e ensinava contra isso, ao enfatizar a piedade pessoal e a pureza de vida. Os ensinamentos de Hus se tornaram populares entre as massas e algumas pessoas da aristocracia, incluindo a rainha.

 

O arcebispo de praga se opunha aos ensinamentos de Hus. O arcebispo pediu para que ele parasse de pregar e pediu a universidade para que queimasse os livros de Wycliffe, pois eram escritos reformistas, contudo Hus se recusou a cooperar, por isso foi condenado.

 

Hus suscitou a oposição do clero não apenas por denunciar o estilo de vida imoral e extravagante deste, mas por afirmar que somente Cristo é o cabeça da igreja. Apesar da longa prisão, doença e falta de sono, Hus ainda alegou inocência e renunciou negar seus ensinamentos. Suas cinzas foram lançadas num rio. Sua morte serviu para aumentar seu reconhecimento e levar seus seguidores a se rebelarem contra a Igreja Católica, que apesar dos esforços, não foi capaz de erradicar esse movimento que sobreviveu como igreja independente.

 

O sétimo assunto aborda as noventa e cinco teses de Martinho Lutero. Ele nasceu em 1483, em uma família de camponeses em Eisleben, na Alemanha. A princípio ele faria Direito, mas devido ao fato de ser poupado da morte quando um raio caiu próximo a ele, mudou de idéia e foi para um mosteiro, tornando-se sacerdote em 1507.

 

A corrupção reinava na igreja. Os cargos eclesiásticos eram comprados por nobres ricos e usados para alcançar mais riquezas e mais poder. João Tetzel era o comissário de indulgências, ele foi autorizado a conseguir dinheiro para construir uma nova basílica em Roma.

Lutero, sacerdote e professor de Wittenberg, opunha-se totalmente a venda de indulgências. Quando Tetzel chegou aquela localidade Lutero redigiu uma lista de 95 queixas e a fixou na porta da Igreja, que servia como uma espécie de quadro de avisos da comunidade. Ele também se rebelava contra toda a corrupção da igreja e pressionava para que uma nova compreensão da autoridade do papa e das Escrituras fosse adotada. Tetzel morreu, mas Lutero prosseguiu e veio a liderar uma revolução religiosa que transformou o mundo ocidental.

 

Lutero foi excomungado e seus escritos banidos. Para sua proteção, foi levado por seu patrono Frederico, e ficou escondido no castelo de Wartburg. Quando ousou fazer oposição ao papa, Lutero despertou os sentimentos de independência tanto nos nobres alemãs como no povo em geral.

 

Se não fosse sua duvida profunda, talvez jamais tivesse garimpado as verdades das Escrituras como fez. Em uma época propicia a mudanças, Lutero foi o homem indicado para fazer com que elas acontecessem.

 

O oitavo assunto trata do ato de supremacia de Henrique VII, que veio a ocorrer em 1534. Tal ato surgiu de uma combinação de desejo pessoal, conveniência política e clima espiritual de uma nação.

 

A disposição da Inglaterra era de se afastar da Igreja Católica. Henrique VII, tinha pouco interesse em mudanças no campo espiritual. Depois da morte de seu irmão ele casou-se com sua cunhada, mas esta era estéril, sendo assim ele não tinha um sucessor ao trono. Atraído por outra mulher, ele procurou se livrar de sua atual esposa para que assim pudesse ter um herdeiro. Para isso usou a justificativa de que não poderia ter se casado com sua cunhada, então pediu ao papa para que lhe concedesse o divórcio.

 

O papa temendo enfurecer o sobrinho de Catarina, que era o imperador do Sacro Império Romano, não concedeu ao rei inglês o divórcio. O rei impaciente, decidiu nomear Tomás Cranmer para a posição de arcebispo de Cantuária, e este concedeu o divórcio. Henrique rapidamente se casou com Ana e no mesmo ano teve uma criança.

 

O ato de supremacia foi promulgado pelo parlamento inglês em 1534, a declaração era de que o rei era o chefe supremo da igreja da Inglaterra, isso não quer dizer que ele queria implantar mudanças teológicas, mas apenas uma igreja estatal na qual o papa não exercesse autoridade. Uma vez separada do papa, a Igreja da Inglaterra não se juntou mais a ele.

 

O nono assunto aborda as institutas da religião cristã publicadas por João Calvino. Seus estudos na área de Direito desenvolveram seu talento para o pensamento lógico, que ele veio a transpor para seus estudos na área de teologia.

 

Provavelmente Calvino teve contato com os escritos de Lutero. Ele rompeu com o catolicismo, saiu de sua terra natal, na França, e estabeleceu seu exílio na Suíça.

 

Sua primeira edição das institutas da religião cristã foi publicada em 1536, quando ele tinha 27 anos. A suma era uma teologia sistemática que claramente defendia os ensinamento da Reforma.

 

Impressionado com os escritos de Calvino, Guilherme Farel o persuadiu a ir para Genebra para ajudar na implantação da Reforma no país. O objetivo de Calvino era transformar Genebra no Reino de Deus na terra. O povo daquela cidade, conhecido por sua moral relaxada, levantou grande oposição, quando ele tentou mudar seu estilo de vida. Alguns se opunham, mas outros eram a favor.

 

Calvino buscava não apenas afirmar uma teologia, mas procurava aplicá-la a vida cristã. Ele concentrou-se de forma veemente na soberania de Deus e rejeitava completamente o fato de a Igreja Católica ter adotado uma teologia de salvação pelas obras.

 

Segundo Calvino, a decisão de salvar algumas pessoas vem de Deus e somente ele pode saber quem é eleito. Seus seguidores deveriam demonstrar sua salvação por meio de atitudes e deveriam agir de maneira a transformar o mundo que jazia no pecado.

 

Enfim o último assunto aborda viagens missionárias publicadas por David Livingstone. Durante toda a sua vida Livingstone tentou conciliar a pesquisa cientifica com o cristianismo. Sua conversão foi promovida a partir de um livro que tentava colocar a fé e a ciência juntas.

 

No ano seguinte a sua conversão ele leu um panfleto que chamava médicos-missionários para a China. Então matriculou-se numa escola de medicina e se inscreveu na Sociedade Missionária de Londres(SML). Por não ter credenciais teológicas a SML não o aceitou logo de inicio. Quando o receberam a guerra de Ópio estourara na China, e era desconsiderável enviar missionários para lá. Pouco depois, Livingstone se encontrou com Robert Moffat, pioneiro no trabalho missionário no sul da África. David voltou seus olhos para aquele continente e se uniu à equipe de Moffat em 1841.

 

Seu ministério foi excepcionalmente difícil, ele trabalhou por dez anos entre o povo tswana e viu apenas um convertido. Naquela época foi atacado por um leão e ficou seriamente ferido. Mary, a filha de Moffat cuidou dele até que se restabelecesse. Eles vieram a se casar em 1845.

 

No final de 1852, depois de embarcar sua família em segurança para a Inglaterra, Livingstone promoveu uma expedição para atravessar o continente africano. Devido às descobertas que fez no continente negro, ele voltou a Inglaterra recebendo as honrarias de herói.

 

O relato de suas jornadas foi transcrito no livro viagens missionárias, escrito em 1857 e que, na época, se tornou um best-seller. Livingstone morreu em 1873. O encontraram de joelhos em sua cabana primitiva. Seu coração foi enterrado em sua pátria de adoção e seu corpo voltou para Inglaterra, onde o missionário foi honrado ao ser sepultado na abadia de Westiminster.

 

Ele foi uma pessoa de pensamentos independentes, assim como os personagens mais importantes da história cristã. Desafiou as idéias predominantes das missões de sua época, sempre lançando desafios ainda maiores. Sua obra criou condições para o crescimento do cristianismo e mesmo um século após sua morte a igreja africana expandia-se com muita rapidez.

 

Os autores dispuseram a obra de modo magnífico, os textos são bem compreensíveis e  objetivos. A obra é altamente recomendável a todo individuo que busca compreender um pouco mais sobre a história do cristianismo e seus respectivos protagonistas.

 C.F. Assumpção

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