Platão e sua filosofia
em 08 de Janeiro de 2024
O Ceticismo
A palavra ceticismo vem do grego Sképsis, “investigação, questionamento.” A corrente do ceticismo em suas várias frentes, ramos, tem por base questionar as formas de se obter conhecimento. Alguns céticos dizem que o conhecimento é impossível. Outros acreditam que podemos aprender de forma limitada. Entre os adeptos do ceticismo, existem aqueles que acreditam que mesmo que possível se chegar ao conhecimento, jamais se deve abandonar a busca pela verdade.
O filósofo e mestre da retótica, Górgias acreditava em três pontos:
A) o ser não existe;
B) se existisse alguma coisa, não poderíamos conhecê-lá;
C) se a conhecêssemos, não poderíamos comunicá-la aos outros.
Como entender Górgias se suas preposições parecem um jogo de palavras? Muito simples. Aqui existe uma separação entre o ser, o pensar e o dizer.
O maior representante da corrente do ceticismo foi Pirro (séc IV-III a.C.). Este acompanhou Alexandre Magno em suas expedições. Quando em contato com outras pessoas e crenças, as questionava em seus valores e crenças. Com essa atitude Pirro se mantém na condição de não aderir nenhuma crença ou convicção.
Para Pirro, todo sábio de forma coerente deveria suspender toda forma de juízo, e como conseguência aceitar que não podemos discernir o verdadeiro do falso.
Este pensamento de Pirro por mais estranho que seja, ainda lança luz a um caráter ético, pois aqueles que se prendem a verdades absolutas e indiscutíveis estão fadados à infelicidade, já que tudo é incerto e fugaz.
Como acreditar em uma verdade absoluta se tudo está em constante mudança e transformação?
No período do renascimento vai surgir o intelectual francês Michel de Montaigne que retoma o ceticismo como forma de análise e estudos. Ainda nesse período reinava o pensamento medieval da escolástica, ou seja, os filósofos que defendiam o dogmatismo, a verdade absoluta da religião.
Montaigne ao fazer análises, chegou ao entendimento que fatores como casos pessoais, sociais, políticos ou culturais tem influência na formação das opiniões, sendo essas instavéis e diversificadas.
Montaigne entende que agora em sua época, quando o sujeito toma o centro, este entra em choque com a consciência, essa por sua vez prefere a dúvida (o que era ensinado) a certeza. Ser cego é mais viavél do que usar um óculos.
Uma das interpretações de Montaigne foi o pré julgamento de outros povos taxados de bárbaros por não estarem em acordo no que eu acredito. Aqui vemos o etnocentrismo de alguns povos, e estes julgam outros por praticarem o canibalismo.