Platão e sua filosofia
em 08 de Janeiro de 2024
Sociologia
Riquezas e pobrezas no mundo contemporâneo
Riquezas e pobrezas são dois lados de uma mesma moeda pois estão interligados. O que nos leva a pergunta: o que são riquezas e o que são pobrezas? Um salto que as pessoas que vivem em um sistema capitalista tentam dar, é a tentativa de escapar da pobreza e enriquecer. Mas isso levanta outra questão: riquezas e pobrezas se relacionam apenas a posse de dinheiro e de propriedades? Quais seriam outros tipos de pobreza e riqueza?
As múltiplas facetas da riqueza e pobreza
No senso comum é denominado que ricos são os que tem muito dinheiro e posses, já os pobres são os que estão sob condições de escassez. Mas, ampliando esse campo de análise não poderíamos adicionar outros campos como o meio ambiente onde se encontram recursos naturais e que se estes são preservados e não há riscos de eles se esgotarem? A falta de direitos políticos, não seria uma forma de pobreza, já que o cidadão não é livre para se expressar ou fazer escolhas?
Por esse ponto de vista podemos entender que não existe riqueza, mas riquezas, que não existe pobreza, mas pobrezas. Como? Pessoas que vivem em locais com água contaminada, locais onde há risco de deslizamentos, florestas que sofrem ameaças de extinção. Esses são alguns exemplos de ausência de riquezas, ou seja, tipos de pobreza(s). Da mesma forma a liberdade de direitos políticos que é uma forma de riqueza.
Ponto de vista econômico
Do ponto de vista econômico, pobreza é a privação de recursos básicos para a sobrevivência.
Assim, em 2010, 8,5% da população brasileira (cerca de 16,2% milhões de habitantes) vivia abaixo da chamada linha de pobreza, em outras palavras, esses brasileiros tinham uma renda mensal (30 dias) abaixo de R$ 70,00 reais.
Em 2016 foi feita uma avaliação e um cálculo de uma cesta básica alimentar que daria para suprir as necessidades caloricas de um ser humano em algumas regiões do nosso país. Com essa análise, ficou classificado como pobre qualquer pessoa que não conseguia adquirir uma alimentação básica para se manter vivo. (Observação: abaixo da linha de pobreza). Com isso podemos entender que pobreza também é a privação de uma alimentação correta e adequada para se manter a vida.
Do ponto de vista social
Do ponto de vista social, a pobreza é a ausência dos direitos garantidos pela nossa Constituição brasileira que se encontra no artigo 6º :
“a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção a maternidade e a infância, a assistência aos desamparados”. No Brasil a maioria das crianças tem acesso a escola. Mas em nosso país existe uma parcela significativa de pessoas com seus estudos incompletos.
Em 2008, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), calculou que 7,2% era a média dos anos de estudos brasileiros, isso nos mostra que grande parte da população não concluiu a educação básica e que poucos brasileiros chegaram a cursar um curso superior.
Quanto ao trabalho, em outubro de 2011, 5,8% da população economicamente ativa, isto é, as pessoas com 10 anos de idade ou mais, estavam desempregadas em 6 grandes cidades brasileiras. Nesse mesmo período, somente 54,0% dos empregados trabalhavam com registro em carteira, ou seja, tinham direitos trabalhistas como férias, 13º salário, fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS) e direito ao benefício da aposentadoria.
Do ponto de vista político
Do ponto de vista político, a pobreza pode ser notada no impedimento da liberdade de expressão do cidadão. Entre 1964 e 1985, por exemplo, o Brasil viveu sob uma ditadura militar, Nesse tempo, os direitos foram bastante restringidos. Os meios de comunicação sofriam censura direta do governo e aqueles que expressavam opinião contrária aos governantes podiam ser presos e torturados.
Podemos aqui citar o exemplo do jornalista Vladimir Herzog, que, nos anos de 1970, era diretor de telejornalismo da TV Cultura em São Paulo e foi convocado para prestar depoimento para o governo ditador, que o acusava de ser defensor do comunismo. Ele foi preso e, em outubro de 1975, foi encontrado morto em uma cela. Oficialmente, a causa de sua morte foi suicídio por enforcamento, mas as evidências mostram que ele foi torturado e enforcado. Nesse caso, a ausência de liberdade de pensamento, expressão e o autoritarismo de um governo levaram à morte de um jornalista.
A falta de solidariedade é uma dimensão desnecessária, pois ela gera pobreza, o que resulta em competição, essa por sua vez, desconsidera a solidariedade humana, cria condições perversas de organização da vida social. Em uma comunidade em que existe a prática solidária, torna-se possível evitar a fome, a miséria e reconstruir a vida social com base no esforço coletivo.
Do ponto de vista ambiental
Do ponto de vista ambiental, a falta de acesso aos recursos naturais e sua escassez são indicativos das dimensões de pobreza, pois onde há falta de água, por exemplo, a deteriorização das condições ambientais e as várias formas de poluição põem em risco a continuidade da vida humana. A água, segundo o Instituto Socioambiental, será em um futuro próximo:
“a causa de conflitos entre nações. Há sinais dessa tensão em partes do planeta como no Oriente Médio e África”. Mas também os brasileiros, que se consideram dotados de fontes inesgotavéis veem algumas de suas cidades sofrerem com a falta de água. A distribuição desigual é a causa maior dos problemas.
A cidade de São Paulo, para citar um exemplo, embora nascida na confluência de vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para o consumo as fontes próximas e tem de captar água de bascias distantes, alternando cursos de rios e a distribuição natural da água na região. Na última década, a quantidade de água distribuída aos brasileiros cresceu 30%, mas quase dobrou a proporção de água sem tratamento e o desperdício ainda assusta: quase 45% de toda água ofertada pelos sistemas públicos.