Como aprender os verbos irregulares do inglês
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Por: Gabriel S.
14 de Julho de 2025

Como aprender os verbos irregulares do inglês

Uma abordagem baseada em input contextualizado

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Resumo

O aprendizado dos verbos irregulares constitui um desafio comum entre estudantes de inglês como segunda língua. Frequentemente abordados por meio de listas decorativas e práticas de memorização repetitiva, esses verbos são alvos recorrentes de frustração e baixa retenção a longo prazo. Este artigo propõe uma alternativa mais eficaz e natural para a aquisição de verbos irregulares: o aprendizado incidental por meio de exposição frequente ao inglês autêntico, aliado a uma reinterpretação desses verbos como unidades lexicais independentes, e não como simples variações morfológicas. A proposta se fundamenta em pesquisas recentes da linguística aplicada que reforçam a importância do input compreensível e da aquisição lexical contextualizada.

 

A centralidade dos verbos irregulares no inglês e o problema das listas

Os verbos irregulares estão entre os temas mais buscados por aprendizes de inglês no ambiente online. Essa atenção se justifica: são palavras de altíssima frequência no idioma e aparecem nas mais variadas situações de comunicação. Entretanto, a forma como esses verbos são tradicionalmente ensinados — por meio de tabelas com colunas do tipo "base form", "past simple" e "past participle" — costuma ser ineficaz para muitos estudantes, especialmente os que se encontram nos níveis iniciais e intermediários.

Conforme argumenta Ellis (2002), o aprendizado de itens lexicais irregulares se beneficia muito mais do uso repetido em contextos significativos do que de listas descontextualizadas. Ou seja, ao invés de tentar memorizar as três formas dos verbos com base apenas em repetições mecânicas, o aprendiz tende a obter melhores resultados quando encontra esses verbos em uso real: em diálogos, textos com áudio, filmes, livros e séries. Esse princípio está alinhado com o conceito de input enriquecido, defendido por Sharwood Smith (1993), segundo o qual o estudante adquire formas linguísticas com mais eficácia quando exposto a exemplos naturais e variados.

 

Verbos irregulares como vocabulário novo

Uma segunda estratégia que pode transformar a forma como os verbos irregulares são compreendidos consiste em tratá-los como vocábulos independentes. Em vez de insistir na relação entre a forma no presente e a forma no passado, recomenda-se que o estudante veja as formas verbais irregulares como palavras novas, com identidade fonológica e semântica própria. A palavra “saw”, por exemplo, pode ser entendida como uma unidade lexical separada de “see”, embora ambas estejam relacionadas temporalmente. O mesmo vale para “understood” em relação a “understand”.

Essa abordagem encontra respaldo nos estudos sobre aquisição lexical multiforme. Barcroft (2004) defende que a retenção de vocabulário novo é mais eficaz quando os aprendizes focam na forma e no significado individual das palavras, em vez de tentar relacioná-las excessivamente a outras formas já conhecidas. Ao considerar o passado de um verbo irregular como uma nova entrada no léxico mental, o estudante amplia seu repertório com mais eficiência e reduz a sobrecarga cognitiva causada pelas exceções gramaticais.

 

O papel do input diário na aquisição incidental

Os verbos irregulares estão entre os mais usados na língua inglesa. Se realmente fazem parte do núcleo essencial do idioma, então surgirão naturalmente no cotidiano de quem consome inglês com regularidade. Filmes, séries, podcasts, livros e textos com áudio são fontes ricas que apresentam essas formas verbais em abundância, dentro de contextos variados e significativos. A exposição diária a esses conteúdos possibilita a aprendizagem por meio da repetição contextualizada, permitindo que o cérebro registre os padrões sem necessidade de explicitação consciente, conforme destacado por Krashen (1985) em sua teoria do input compreensível.

Além disso, o uso de ferramentas como o Anki — baseadas na técnica de repetição espaçada — pode auxiliar na consolidação dessas palavras, quando inseridas em frases completas e reais, extraídas de materiais autênticos. A aprendizagem torna-se, assim, mais natural, menos mecânica e mais duradoura, respeitando os ritmos do processamento linguístico humano.

 

Considerações finais

O aprendizado dos verbos irregulares do inglês não precisa — e talvez não deva — começar com listas decorativas ou tabelas de conjugação. Ao invés disso, deve-se promover o contato contínuo com a língua por meio de materiais autênticos, onde os verbos irregulares surgem com frequência e em contextos significativos. Ao tratar essas formas verbais como unidades de vocabulário independentes e permitir que sejam absorvidas de maneira orgânica, o estudante desenvolve uma competência lexical mais sólida, fluente e funcional.

 

Referências bibliográficas

  • Barcroft, J. (2004). Second language vocabulary acquisition: A lexical input processing approach. Foreign Language Annals, 37(2), 200–208.

  • Ellis, R. (2002). The Study of Second Language Acquisition. Oxford: Oxford University Press.

  • Krashen, S. D. (1985). The Input Hypothesis: Issues and Implications. New York: Longman.

  • Sharwood Smith, M. (1993). Input enhancement in instructed SLA: Theoretical bases. Studies in Second Language Acquisition, 15(2), 165–179.

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