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em 03 de Janeiro de 2024
A síndrome de Turner, descrita em 1938 por Henry Turner, é uma anomalia genética associada à ausência total ou parcial do cromossomo X. Acomete apenas mulheres e é a anormalidade dos cromossomos sexuais mais comum nessa população, com incidência em 1 a cada 2.500 crianças do sexo feminino nascidas vivas.
As alterações cromossômicas podem ter cariótipos diversos, dentre eles:
2. ASPECTOS CLÍNICOS
3. DIAGNÓSTICO
É imprescindível o olhar do médico generalista sobre as pacientes que portem características fenotípicas da síndrome de Turner, haja vista o caráter essencialmente clínico da hipótese diagnóstica para essa síndrome. Nesse aspecto, a baixa estatura predomina, podendo aparecer isolada ou acompanhada de alguns ou todos as dismorfologias mencionadas. É de extrema importância pensar nessa síndrome mediante um caso de paciente em idade puberal que não apresentou telarca, menarca e possui baixa estatura, constituindo uma tríade forte para a hipótese diagnóstica de síndrome de Turner.
Para confirmar esse diagnóstico é solicitado um exame cariótipo, que ao apresentar monossomia do X (45,X0) ou demais formas de isocromossomo Xq, mosaicismos, deleções Xp ou cromossomo X em anel, já é capaz de fechar o diagnóstico.
É importante também, ao analisar a constituição cromossômica da paciente, observar a possível presença do marcador Y (SRY), pois isso é indicativo de maior risco de gonadoblastoma na paciente. Logo, quando positiva a presença desse marcador, sugere-se a gonadectomia profilática.
4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DE PACIENTES À ADOÇÃO DO TRATAMENTO
O documento “PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS DA SÍNDROME DE TURNER”, desenvolvido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, adota alguns critérios de inclusão e exclusão de pacientes mediante a submissão ao tratamento da síndrome de Turner.
São incluídas no protocolo para tratamento da síndrome de Turner as pacientes com diagnóstico de síndrome de Turner confirmado por meio de cariótipo e que apresente pelo menos um dos critérios abaixo:
São excluídas do protocolo para tratamento com somatropina, as pacientes que apresentam pelo menos uma das condições abaixo:
5. TRATAMENTO
A realização do tratamento da síndrome de Turner é centrada nas manifestações clínicas associadas, logo o protocolo nacional afirma:
6. AFINAL, QUAL O PAPEL DO MÉDICO NÃO-ESPECIALISTA NESSA SÍNDROME?
É de suma importância que o médico generalista tenha conhecimento e segurança para observar as características fenotípicas turnerianas, no intuito de prover uma hipótese diagnóstica o quanto antes, haja vista que o prognóstico das pacientes com síndrome de Turner que iniciaram o tratamento cedo, foi de bons resultados. É mostrado na literatura, casos com crescimento de até 16cm além da estatura prevista para os afetados com essa síndrome, além da possibilidade de desenvolvimento puberal e o tratamento de demais sinais e sintomas. É sabido que algumas meninas vão apresentar dismorfologias evidentes na fase neonatal ou infância, outras só vão exibir anomalias no início da fase puberal, quando não houver o desenvolvimento das mamas, não houver a menstruação e a estatura apresentar-se inferior às das meninas de mesma idade. Com isso, em qualquer uma das fases, é necessário que o médico generalista possua a sensibilidade para sugerir a hipótese diagnóstica de Turner e possa propor àquela paciente ou à sua família, o aconselhamento genético para comprovação da hipótese e posterior tratamento.