A explosão do cambriano
Por: Hélio A.
07 de Setembro de 2020

A explosão do cambriano

Biologia Paleontologia Ensino Médio Curso superior Zoologia

A explosão do Cambriano foi um evento em que diversos grupos de invertebrados diversificaram-se e, embora possivelmente tenham sido animais de vida curta, os filos sobreviventes ao período estão presentes nos dias atuais. 

Os trilobitas, extintos há cerca de 250 Ma, mostravam características de invertebrados extremamente funcionais devido à sua morfologia. Assim como todos os fósseis de outros invertebrados apresentados no artigo, o “padrão temático” destes organismos permaneceram bem conservados nos dias atuais.

Moluscos, grupo de invertebrados mais diverso, apresentam um arquétipo comum entre eles. Monoplacóforos e poliplacóforos apresentam morfologia similar ao arquétipo ancestral. A diversificação deste (e de outros) grupo(s) haveria ocorrido ao final do Pré-Cambriano ou no início do Fanerozóico. Contudo, pouco se tem de fósseis de moluscos bem preservados e, por conta deste arquétipo hipotético, infere-se como seriam as formas destes moluscos. 

Análises de traços de diversidade de fósseis, quantidade de espécies por milhão de anos, riqueza de espécies, diversidade temporal e de famílias mostram que ao longo do tempo houve um aumento de diversidade ao longo do tempo. Essas análises mostram que, o Cambriano em relação aos dias de hoje, apresentava menor diversidade, embora no Paleozóico ela fosse maior, ainda que daqui para frente não houvesse um crescimento da mesma. Logo após o Permiano, extinções levaram a uma queda de diversidade até os dias atuais. Existem, assim, cerca de duas vezes mais espécies nos dias de hoje que durante o Paleozóico. 

Grupos como gastrópodes, bivalves, caranguejos, equinodermos e peixes viventes em oceanos superam a diversidade de quaisquer filos no Paleozóico, embora os planos corporais (Bauplan) fossem muito maiores em diversidade.

Não só houve mudança de diversidade como também do habitat. No início do Paleozóico houvera uma mudança de habitat para alguns grupos como braquiópodes, dendroids, briozoários, corais, archeocyathids e alguns equinodermas, os quais ocupavam sedimentos macios, sendo que este, gradativamente, passou a ser ocupado por depósitos de bivalves, equinóides, crustáceos, holoturóides e outros.

É importante destacar que, no Cambriano, houvera a maior irradiação dos metazoários. O surgimento de exoesqueleto mineralizado se destaca. É indiscutível que houvera também irradiação de animais de corpo mole, como o texto destaca, por exemplo um organismo pentameral de cerca de 10 cm de diâmetro nas Scottish Highlands, que apresentam características similares a de equinodermos, embora seu filo ainda seja desconhecido. 

O gênero Salterella do início do Cambriano possui fósseis conicos com conchas formadas pela aglutinação de partículas e lembram cefalópodes, embora estejam em um filo denominado Agmata (Yochelson, 1977, 1983).

Outros grupos como Mobergella, identificado na Scandinavia, carregava sete pares de “marcas” (elevações e depressões) em sua concha na superfície interna que poderiam indicar regiões onde o músculo do animal se ligava.

Cadastre-se ou faça o login para comentar nessa publicação.

Confira artigos similares

Confira mais artigos sobre educação

+ ver todos os artigos

Encontre um professor particular

Busque, encontre e converse gratuitamente com professores particulares de todo o Brasil