Qual o papel da Biotecnologia?

Para Pearce e Turner (1991), existem abordagens e ideologias ambientais diferentes, moldadas por interesses e visões de mundo que também são diferentes em sua essência. O desenvolvimento sustentável, para a World Commission on Environment and Development (WCED, 1987), se trata d’ “(...) aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras em satisfazer as suas próprias necessidades” (p. 43) e deve contemplar a relação dinâmica entre o sistema ecológico e o sistema econômico e social do ser humano.

A Biotecnologia Ambiental como um conjunto de ferramentas (lato sensu) e conhecimentos técnicos e científicos entra como aliada no fortalecimento de visões ambientalistas que visem o desenvolvimento humano em conjunto com o ecossistema em que se encontra, promovendo seu bem-estar nas gerações viventes e futuras. Dito isto, podemos apostar na Biotecnologia Ambiental como tecnologia para a melhoria da produção de alimentos visando a redução de danos ao meio (visto que toda atividade agropecuária gera impacto), como um fator co-gerador de processos de produção sustentáveis, e em outras possíveis aplicações tangíveis à preservação, conservação, resolução e mitigação de problemas ambientais.

Podendo atuar a nível de melhoramento genético, produzindo plantas resistentes a pragas e as melhores e mais seguras formas de aplicação; desenvolvimento de tecnologias no diagnóstico de doenças que afetem direta ou indiretamente à população humana; melhoramento do solo, ar, água e outros (micro)ecossistemas através de técnicas desenvolvidas ou a serem exploradas; produção de enzimas ou substâncias menos agressivas ao ambiente capazes de melhorar produção de alimentos e outros tipos de cultura; otimização de processos bioquímicos, visando economizar energia e, consequentemente, reduzindo danos ao ambiente; implementar processos de tratamento e recuperação de (micro)ecossistemas e de biorremediação; produção e obtenção de produtos de menor impacto ambiental.