No 1° post da série Roma, disse que criei para meus alunos um roteiro que divide a cidade em 3 breves roteiros:
1) Vaticano, Lungotevere e Piazza del Popolo.
2) Roma barroca (que dividirei em Igrejas, Palácios, Praças e Fontes)
Resolva exercícios e atividades acadêmicas
3) Roma antica
Sobre a Roma Barroca, vou começar falando das igrejas
ROTEIRO 2: Roma Barroca: Igrejas
Encontre o professor particular perfeito
Em meu blog OsAmigosdeMochila, escrevi um post bem interessante sobre as igrejas romanas (algumas pertencentes à época romana ou renascentista), que são, para mim, uma das maiores representações artísticas da cidade.
Você pode entrar em uma igreja renascentistas e encontrar afrescos e quadros barrocos, ou simplesmente uma igreja da época romana com uma fachada barroca.
Para facilitar a visitação, fiz uma lista das igrejas que considero interessantes (claro que existem outras mil por Roma) e coloquei em ordem segundo o mapa abaixo, iniciando na Piazza del Popolo (o roteiro 1 final).
A - Igreja "Santa Maria del Popolo": Vou começar pela minha igreja favorita em Roma, a Santa Maria del Popolo, que se encontra na praça homônima, perto da estação de metro Flamínio e ao lado da Villa Borghese, com a famosa Galeria Borghese.
Essa igreja foi construída em 1099 no local onde Nero foi sepultado, mas foi restaurada por Bernini, dando-lhe a aparência barroca que ainda permanece.
Aqui dentro encontramos afrescos de Pinturicchio (la Natività con san Girolamo dell’altare); esculturas de Bernini e afrescos de Rafaello e 2 obras primas de Caravaggio: "Conversione di San Paolo" e "Crocifissione di San Pietro";
B - Chiesa di Sant'Agostino in Campo Marzio: Esta igreja está fora do circuito turístico, mas em seu interior se encontram muitas obras de arte, como a Madonna di Loreto, ou Madonna del Pellegrini, de Caravaggio, um afresco do Profeta Isaia, de Raffaello, a estátua da Madonna col Bambino de Andrea Sansovino e, no altar maior, a Madonna del parto de Jacopo Sansovino que, segundo tradição popular, seria milagrosa.
C - Chiesa San Luigi dei Francesi: Conheci esta igreja em minha última visita a Roma. Não sabia de sua existência até um colega italiano me levar até ela e conhece-la foi uma grande surpresa para mim.
Esta igreja, do ponto de vista artístico, exalta a França através da representação de santos e de personagens históricos como estátua de Carlos Magno, São Luís, Santa Clotilde e Santa Joana de Valois. Porém, o que atrai turistas nesta igreja renascentista e que me surpreendeu é a capela Contarelli, que abriga 3 obras primas de Caravaggio, a famosa tríade caravagesca com: Martirio di San Matteo, San Matteo e l'angelo e Vocazione di San Matteo. Três belíssimos quadros!
;)
Meu conselho: Entrem na igreja e sigam devagar sentido o altar, parando a cada 10 passos e sempre olhando o teto e a cúpula. Depois parem exatamente em baixo da cúpula e a admirem!
A capela mais famosa é a Carafa, no final do transepto direito, devido aos afrescos de Filippino Lippi. É uma das mais belas decorações de capela em toda Roma. Lippi pintou os afrescos em honra da Virgem Maria e de São Tomás de Aquino. A parede atrás do altar mostra a Assunção da Virgem. Na parede à direita, cenas da vida e apoteose do santo. É muito grande em Lippi a impressão de ilusão espacial e a parede atrás do altar dá impressão mesmo de se abrir para o mundo espiritual.
Outra grande atração da igreja, seu maior tesouro, é a grande estátua do Cristo Ressuscitado por Michelangelo, esculpida em mármore em 1519, mas desvendada apenas em 1521. O próprio escultor a achava tão feia, que se propôs a trocá-la por outra. O que é incomum é a combinação de um assunto como Cristo combinado com a imagem idealizada de um herói da Antiguidade, pois Cristo está de pé, inteiramente nu (o pano sobre os rins é uma adição barroca), sem feridas, numa atitude forte virando a cabeça. Agarra a cruz e os instrumentos de seu martírio nas duas mãos, num gesto que demonstra a natureza voluntária de sua morte na cruz.
Dos mosaicos, o mais famoso está na abside e é de Pietro Cavallini, que representa a morte da Virgem Maria. O ciclo da vida de Maria tem início no arco triunfal, com seu nascimento; seguem-se a Anunciação, o Nascimento de Jesus, a Anunciação aos pastores, a Adoração dos Magos, a Apresentação de Jesus no Templo e a Morte de Maria. No centro, Maria aparece com os Apóstolos São Pedro e São Paulo, e o patrono da igreja, o cardeal Bertoldo Stefaneschi, ajoelhado a seus pés com seu brasão e uma inscrição relativa a sua doação.
No interior há colunas dóricas, provavelmente reutilizadas, tiradas de algum edifício da Roma imperial. No entanto, o que atrai inúmeros turistas a essa igreja é uma das mais perfeitas esculturas feita por Michelangelo: Moisés.
O monumento foi encomendado pelo próprio Papa em 1505 e nele Michelangelo trabalhou durante 40 anos. A própria falta de interesse do Papa e encomendas que o artista recebia, tornaram mais lento o projeto.
A figura central do túmulo é Moisés, e por seu tamanho (235 cm) se pode imaginar quão enorme seria o túmulo, como projetado.
Ela fica próxima da estacão Roma Termini, e foi criada dentro da antiga Terma de Diocleciano. O trabalho foi elaborado por Michelangelo, porém, com novos projetos que surgiram, o projeto oficial de Michelangelo pode parecer despercebido.
A parte interna é imensa e recheada de pinturas, afrescos e esculturas.
A escultura representa a experiência mística de Santa Teresa de Ávila trespassada por uma seta de amor divino por um anjo. A capela é constituída de um altar convexo que abre para um espaço oval, de onde uma luz desce da janela no teto, criando um efeito sobrenatural. As esculturas em mármore são iluminadas com uma luz que "chove" do alto, como se fossem raios metálicos dourados ao fundo. O altar parece um palco teatral e a contraposição ao mundo cênico é explicitado por Bernini nos relevos da parede lateral, com alguns personagens da família Cornaro, que assistem a cena da “plateia”. Todo o conjunto é decorado com ouro, afrescos e mármore.
Na fachada, Borromini a divide em duas ordens: uma superior e outra inferior. A parte inferior é caracterizada por ter uma superfície côncava - convexa – côncava; enquanto a superior apresenta 3 partes côncavas, sendo que a parte central hospeda uma edícula convexa. O arquiteto joga com a concavidade e convexidade das paredes criando uma fachada dinâmica e cheia de movimento.
Curiosidade: Do lado de fora, a igreja abriga uma das 4 fontes deste cruzamento (a fonte que representa o rio Tevere).
O próprio arquiteto a considera uma de suas maiores obras primas.
A igreja de Sant'Andrea ao Quirinale fica nas proximidades da San Carlo e é considerada uma grande referência do puro barroco italiano. Foi encomendada pela companhia de Jesus após seu sucesso com a igreja de San Carlo.
Neste trabalho, Bernini a projetou em forma elíptica, com um eixo mais curto na entrada que no altar.
Em um próximo post, falarei dos outros roteiros por Roma. Mas enquanto isso, visitem meu blog: OsAmigosdeMochila ou o site Turistando.in!