INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS PULMONARES
Por: Leonardo F.
19 de Dezembro de 2021

INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS PULMONARES

Medicina Curso superior pneumologia Fisiologia

A maioria das manifestações de doença respiratória está presente na ausculta pulmonar. Os sibilos são uma manifestação de obstrução das vias aéreas. Embora na maioria das vezes seja um sinal de asma, o edema peribrônquico em quadro de insuficiência cardíaca congestiva também pode resultar em sibilos difusos, assim como qualquer outro processo que cause estreitamento das vias aéreas de pequeno calibre

Os roncos são uma manifestação de obstrução das vias aéreas de médio calibre, muitas vezes com secreção. Em quadros de doença aguda, os roncos podem ser sinal de bronquite viral ou bacteriana. Roncos crônicos sugerem bronquiectasia ou DPOC.

Os estertores, ou crepitantes, frequentemente sinalizam doença alveolar. Processos que preenchem os alvéolos com líquido podem resultar em crepitantes, incluindo edema pulmonar e pneumonia. Os crepitantes no edema pulmonar são geralmente mais proeminentes nas bases. É interessante observar que as doenças que resultam em fibrose intersticial (p. ex., FPI) também produzem estertores que soam como a abertura de velcro.

A ausência ou a redução do murmúrio vesicular ajudam a determinar a etiologia da doença respiratória. Pacientes com enfisema costumam se apresentar com tórax silencioso com redução difusa do murmúrio vesicular. O paciente com pneumotórax ou derrame pleural pode se apresentar com uma área do murmúrio vesicular abolido.

O edema de membros inferiores, quando simétrico, sugere cor pulmonale e, quando assimétrico, pode ser causado por trombose venosa profunda associada à embolia pulmonar.

INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA 

FUNÇÃO PULMONAR | A prova inicial de função pulmonar é a espirometria. Esse exame é um teste dependente de esforço usado para avaliar se o paciente apresenta fisiopatologia de padrão obstrutivo, característica dos casos de asma, DPOC e bronquiectasia. A identificação de redução na relação volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) / capacidade vital forçada (CVF) (em geral definida como inferior a 70%) é diagnóstica de padrão obstrutivo. 

Além da medição do VEF1 e da CVF, o médico deve avaliar a curva fluxo-volume (que depende menos de esforço). A presença de platô nas curvas inspiratória ou expiratória sugere obstrução, respectivamente, extratorácica e intratorácica de grandes vias aéreas.

Uma espirometria com reduções simétricas em VEF1 e CVF determina a necessidade de outros exames, incluindo medição dos volumes pulmonares e da capacidade de difusão pulmonar de monóxido de carbono (DCO). Uma capacidade pulmonar total < 80% do valor previsto para o paciente define o padrão restritivo. A restrição pode resultar de doença do parênquima, doença neuromuscular com perda de força ou doenças pleurais ou da parede torácica. O padrão restritivo com prejuízo na troca de gases, indicado pela redução na DCO, sugere doença do parênquima pulmonar. 

A medida de gasometria arterial com frequência é um exame útil na investigação das doenças respiratórias. A hipoxemia, geralmente evidente à oximetria de pulso, pode ser mais bem avaliada com a medição da PO2 arterial e com o cálculo do gradiente de oxigênio alveolar-arterial ([A – a]DO2). Os pacientes com doenças que causem desequilíbrio na relação ventilação/perfusão ou shunt fisiológico apresentarão aumento do (A – a)DO2 em repouso. A gasometria também permite mensurar a PCO2 arterial. A hipercarbia pode acompanhar distúrbios da ventilação, conforme visto na obstrução grave das vias aéreas (p. ex., DPOC) ou no padrão restritivo progressivo.

IMAGEM | Os médicos geralmente devem iniciar com uma ultrassonografia torácica ou radiografia simples do tórax, de preferência nas incidências posteroanterior e perfil. A ultrassonografia costuma estar prontamente disponível e pode ajudar a diagnosticar pneumotórax, derrame pleural e consolidação do parênquima pulmonar. As radiografias de tórax fornecem detalhes adicionais e podem revelar achados que incluem opacidades do parênquima, apagamento dos ângulos costofrênicos, lesões expansivas e perda de volume. Entretanto, muitas doenças do sistema respiratório, particularmente aquelas nas vias aéreas e na vascularização pulmonar, estão associadas a radiografias normais do tórax.

A TC de tórax também pode ser útil para o delineamento de processos parenquimatosos, doença pleural, massas ou nódulos e das vias aéreas de grande calibre. Se o exame for realizado com administração de contraste, a vascularização pulmonar poderá ser avaliada com utilidade principalmente na verificação da presença de embolia pulmonar. 

 

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