
Pâncreas endócrino: insulina e diabetes mellitus

em 01 de Janeiro de 2022
PROPEDÊUTICA GINECOLÓGICA
Compreende a análise de sinais ou sintomas referentes ao aparelho reprodutor feminino com o objetivo de diagnosticar ou prevenir alguma afecção, excetuando o ciclo gravídico-puerperal. Divide-se em três etapas: anamnese, exame físico geral e exame físico ginecológico.
Deve-se estabelecer uma adequada relação médico-paciente, criando um vínculo que permita abordar as queixas da paciente e realizar o EF, causando o mínimo de desconforto ou constrangimento.
Anamnese
Identificação: correta identificação e delimitação de perfis epidemiológicos. Por exemplo, sabemos que mulheres com menos de 30 anos e sem parceria estável estão mais susceptíveis à ITU, bem como IST. Por outro lado, o CA de mama já é mais prevalente em mulheres acima dos 40 anos. Essas informações, portanto, podem embasar nossas hipóteses diagnósticas.
Nome |
Idade (infância, puberdade, menacme, climatério e senilidade) |
Sexo |
Etnia |
Naturalidade/ Procedência |
Estado civil |
Ocupação/ Grau de instrução |
Religião |
Modelo:
M.S.F, 27 anos, mulher, parda, natural e procedente de São Paulo (ZL), solteira, auxiliar administrativo, católica.
Queixa e duração: espaço destinado para anotar a queixa principal da paciente, utilizando a transcrição fiel de suas palavras. Três perguntas precisam ser respondidas: Qual a queixa? Quando teve início? Qual a duração da queixa?
Modelo:
“Ferida na vagina há 2 semanas”
Nesse momento, várias perguntas têm que surgir em nossa cabeça visando descrever melhor a Q&D da paciente. Para isso utilizamos a HPMA, que é justamente a elaboração dessa queixa, explorando melhor os caracteres propedêuticos do sintoma, inclusive investigando se existe concomitância de sintomas. Alguns sintomas possuem diversos caracteres propedêuticos.
Inicio |
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Duração |
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Qualidade (pulsátil, cólica, pontada, etc.) |
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Intensidade |
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Fatores de melhora/ piora |
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Fatores desencadeantes |
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Períodos de semelhança/ dessemelhança |
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Evolução |
Cuidado:
- Ex.: Metrorragia = sangramento uterino fora do ciclo menstrual normal.
Modelo:
Paciente refere que há 2 semanas notou pequena lesão, indolor, de aspecto crostoso em pequeno lábio esquerdo. Também refere nódulo doloroso em região inguinal de mesma duração.
IC e ISDA: revisão dos sistemas a fim de encontrar demais sinais e sintomas que possam contribuir com a suspeita atual e até novos diagnósticos não relacionados à queixa atual.
Sintomas gerais |
Febre, astenia, perda de peso, sudorese, calafrios e câimbras. |
Segmento cefálico (olhos, aparelho auditivo, nasofaringe, orofaringe, laringofaringe) |
Cefaleias, acuidade visual, auditiva, olfativa e gustativa, epistaxe, halitose, dor no dente, nódulos cervicais, descarga de secreção, dor, etc. |
Cardiovascular |
Palpitações, intolerância aos esforços, síncope, cianose. |
Mamas ** |
Dor, nódulos, alterações cutâneas, descarga espontânea, etc. |
Pulmonar |
Dispneia, tosse, sibilos. |
TGI |
Pirose, disfagia, dispepsia, distensão abdominal, diarreia, esteatorreia, constipação, flatulência, enterorragia. |
TGU ** |
Disúria, polaciúria, Nictúria, oligúria, hematúria, polúria, alterações na coloração e odor da urina, lesões genitais, nódulos, prurido, ardência, amenorreia, dismenorreia, metrorragia, dispareunia, sinusorragia, etc. |
Neuropsico |
Cefaleia, vertigem, desmaios. |
Osteomuscular |
Artralgia, artrite, astenia, mialgia, rigidez, espasmos, convulsões, ausências. |
Endócrino |
Hipersensibilidade ao calor/ frio aumento/ diminuição da sudorese, perda/ ganho de peso, tremor, irritabilidade, insônia, astenia, exoftalmia, obstipação intestinal, ginecomastia; unhas quebradiças, pele seca, rouquidão. |
**Requerem atenção especial
Antecedentes familiares: sabe-se que algumas ginecopatias tendem a se repetir entre membros de uma mesma família, como por exemplo, os leiomiomas. Todavia também devemos investigar histórico neoplasias ginecológicas, antecedentes cardiovasculares, endócrinos, autoimunes, doenças infectocontagiosas antecedentes psiquiátricos.
Antecedentes pessoais:
Diagnósticos prévios (* se for relevante, incluir doenças da infância como rubéola, toxoplasmose, sarampo, caxumba, etc.). |
Tratamentos farmacológicos (ou não farmacológicos) |
Cirurgias/ procedimentos prévios/ transfusão |
Alergias |
Vacinação |
Antecedentes epidemiológicos |
Hábitos de vida:
Tabagismo |
Etilismo |
Demais drogas (injetáveis ou não) |
Atividade física |
Dieta |
Antecedentes menstruais:
Menarca |
DUM |
Intervalo e duração do ciclo |
Fluxo (Coloração? Coágulos? Volume? Quantidade de absorventes?) |
Sintomas pré-menstruais (edema mamário, mastalgia, distensão abdominal, dor do meio, dismenorreia) |
Antecedentes ginecológicos:
Atividade sexual |
Telarca, frequência, libido, orgasmos, dispareunia, sinusorragia, práticas sexuais diversas, anticoncepção. |
Corrimento |
Início, duração, volume, coloração, odor, variações com o ciclo e tratamentos |
Cauterização/ procedimentos |
- |
Demais queixas |
Prurido, tumores, fístulas, prolapsos. |
GPA |
G- número de gestações (independente do número de fetos, assim como independente se a gestação foi levada até final) P- número de vezes que que a gestante entrou em trabalho de parto. A - número de abortos (Aborto: feto com < 500g/ 16,5 cm ou abaixo de 22 semanas de gestação) |
Vias de parto |
Obstétrica/ Normal/ Vaginal ou Cesariana/ Via cirurgica/ Via alta |
Complicações |
Pré natal Intraparto Puérperio |
Vitalidade do RN |
Apgar Peso ao nascer |
Puerpério |
Vide complicações |
Amamentação |
- Aleitamento exclusivo? - Introdução da fórmula |
EXAME FÍSICO
Exame físico geral: Será avaliado o estado geral da paciente. Serão mensurados os sinais vitais e dados antropométricos. Também devemos avaliar pele, fâneros, mucosas, varizes, edemas, ausculta pulmonar e cardíaca, abdome (inspeção, palpação, percussão e ausculta).
Exame ginecológico:
EXAME DAS MAMAS
ETAPA |
POSIÇÃO |
AVALIAÇÃO |
Inspeção estática |
Sentada c/ braços soltos ao longo do corpo |
Número de mamas, forma, volume, contornos e simetria. Com relação à pele, observar cor, brilho, cicatrizes, vascularização, edema, lesões e complexo aréolo-mamilar. |
Inspeção dinâmica |
1º tempo: Sentada + elevação até o segmento cefálico (tensionar a pele) 2º tempo: sentada + extensão dos braços para frente + flexão do tronco (mamas pêndulas) 3º tempo: sentada + maõs na asa do ilíaco + contração dos músculos peitorais. |
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Palpação
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1º tempo: sentada *Braço homolateral da axila apoiado sobre o braço contralateral do médico. 2º tempo: DD + mãos na cabeça (atrás da nuca) |
1º tempo: cadeias cervicais, supra e infraclaviculares e cadeias axilares* 2º tempo: palpação das mamas (utilizar a ponta e a polpa digital) em movimentos de dedilhamento em busca de nódulos, espessamentos, consistência do parênquima, temperatura e dor. |
Expressão das mamas |
- |
Presença de descarga mamilar |
Para a descrição mais acurada do local onde a alteração se encontra na mama, dividimos a mama em quatro quadrantes: QSL, QSM, QIL, QIM e quadrante central. Também adotamos o sistema “em horas” para descrever as alterações.
EXAME PÉLVICO
Recomendações gerais
- Evitar período menstrual
- Recomendar não manter relações sexuais na véspera do exame
- Evitar exame antes de duchas vaginais
- Medicamentos intravaginais
- Oferecer vestuário apropriado à paciente
- Explicar previamente os procedimentos que serão realizados e suas finalidades
- Paciente em posição ginecológica
OGE (VULVA)
Pelo risco de contaminação do examinador e da paciente sugerimos que este exame seja efetuado com luvas. Estas deverão ser mantidas durante todo o exame e trocadas quando da realização do exame especular e toque vaginal. A inspeção dos órgãos genitais externos é realizada observando-se a forma do períneo, a disposição dos pelos e a conformação externa da vulva (grandes lábios). Realizada esta etapa, afastam-se os grandes lábios para inspeção do vestíbulo vulvar. Com o polegar e o indicador prendem-se as bordas dos dois lábios, que deverão ser afastadas e puxadas ligeiramente para a frente. Desta forma visualizamos a face interna dos grandes lábios e o vestíbulo, hímen ou carúnculas himenais, pequenos lábios, clitóris, meato uretral, glândulas de Skene e a fúrcula vaginal. Deve-se palpar a região das glândulas de Bartholin; e palpar o períneo, para avaliação da integridade perineal. Poderá ser realizada manobra de prensa abdominal (Valsalva) para melhor identificar eventuais prolapsos genitais e incontinência urinária.
Monte de púbis: coxim gorduroso que recobre a sínfise púbica. Contém pelos com distribuição triangular. Mulheres com hirsutas apresentam distribuição semelhante à masculina.
Grandes lábios: são análogos embriológicos do saco escrotal. Variam em sua aparência, principalmente quanto ao conteúdo adiposo.
Pequenos lábios: são análogos embriológicos ao eixo ventral do pênis. Se unem superiormente para formar o frênulo e o prepúcio do clitóris. Inferiormente, se unem para formar a fúrcula. Apresentam grande variação de tamanho entre as mulheres. A superfície externa dos pequenos lábios é coberta por epitélio queratinizado e a interna por epitélio não queratinizado.
Clitóris: principal órgão erógeno feminino e é homólogo erétil do pênis. Localiza-se abaixo do prepúcio e acima do frênulo. É ricamente vascularizado e inervado.
Vestíbulo: contém seis orifícios uretra, vagina, dois ductos das glândulas de Bartholin e dois das glândulas parauretrais. A posição posterior do vestíbulo, entre o introito vaginal (vagina) e a fúrcula, localiza-se a fossa navicular, visível geralmente apenas em nulíparas.
Hímen: hímen é uma membrana que circunda o introito vaginal parcialmente. A abertura do hímen intacto varia desde uma ponta de agulha até um ou dois dedos. Já o hímen imperfurado causa a retenção do fluxo menstrual, requerendo intervenção cirúrgica. Em gestantes, o hímen fica espesso e rico em glicogênio, assumindo conformação multinodular após o parto (carúncula himenal).
OGI
É realizado em duas etapas:
Especular: Para a introdução do espéculo, considerando um indivíduo destro, o examinador afastará os grandes e pequenos lábios com o polegar e o 3º dedo da mão esquerda para que o espéculo possa ser introduzido suavemente na vagina. A mão direita, que introduzirá o espéculo, deverá pegá-lo pelo cabo e borboleta. O espéculo é introduzido fechado. Apoia-se o espéculo sobre a fúrcula, ligeiramente em um angulo de 45º em relação ao eixo longitudinal (para evitar lesão uretral), e faz-se sua introdução lentamente; antes de ser completamente colocado na vagina, quando estiver em meio caminho, deve ser rodado, ficando as valvas paralelas às paredes anterior e posterior; posição que ocupará no exame. A extremidade do aparelho será orientada para baixo e para trás, na direção do cóccix, enquanto é aberto. Na abertura do espéculo, a mão esquerda segura e firma a valva anterior do mesmo, para que a mão direita possa, girando a borboleta para o sentido horário, abri-lo e expor o colo uterino.
Devemos observar a parede vaginal (coloração, rugosidade, trofismo, elasticidade, fundo de saco, secreção e corrimento), presença de secreção fisiológica e o colo uterino (coloração, forma, volume, e forma do orifício externo).
A seguir é coletado material para o exame da secreção vaginal, para o exame citologia oncótica, e é realizado o teste de Schiller. A Colposcopia e biópsia são realizadas quando há indicação.
A retirada do espéculo é efetuada em manobra inversa à da sua colocação; durante sua retirada, deve-se examinar as paredes vaginais anterior e posterior.
Toque bidigital bimanual: utilizam-se os dedos indicador e médio, ambos estendidos. Devemos avaliar o tônus muscular perineal, superfície da parede vaginal, realizar exploração da bexiga, do reto, paredes pélvicas, fundos de saco e palpação do colo uterino (situação, forma, comprimento, consistência, superfície). Por último, devemos palpar corpo uterino (situação, orientação, forma, volume).
EXAMES LABORATORIAIS
Dosagem hormonal (plasma) |
Estradiol, progesterona, FSH, LH e hCG |
Hemograma e sorologias |
HIV, sífilis, hepatites, rubéola, toxoplasmose, etc. |
Radiológico |
Mamografia |
USG |
Órgãos pélvicos e mamas |
Urina e Fezes |
Utilidade depende da hipótese diagnóstica |
Colposcopia |
- |
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Biópsia (anatomopatológico) |
Geralmente é realizada em pacientes com suspeita de neoplásia intraepitelial de alto grau (CA colo úterino) |
EXAMES A FRESCO
Medida do pH vaginal |
Determinação da acidez do ambiente vaginal que está relacionada com a composição da microbiota vaginal. A vagina saudável possui pH entre 3,8 -4,5. |
Teste das “Aminas” |
Esfregaço vaginal acrescido de solução contendo KOH. Em presença de KOH, há liberação de aminas voláteis sintetizadas pelas bactérias anaeróbicas. |
Teste de Schiller |
Lugol – iodo impregna em tecido rico glicogênio (hígido). O contrário indica célula com metabolismo atípico – indicado para suspeitas de lesões subclínicas por HPV. |
Citologia a fresco |
Esfregaço acrescido de solução fixadora e levado ao microscópio para análise das células do epitélio vaginal. |