SISTEMA RENAL | ANATOMIA
Por: Leonardo F.
15 de Novembro de 2021

SISTEMA RENAL | ANATOMIA

VISÃO GERAL

Medicina Anatomia humana Anatomia Curso superior Nefrologia Rins

Introdução: o rim é um dos órgãos mais bem diferenciados do corpo. Ao final do período de desenvolvimento embrionário, cerca de 30 tipos diferentes de células formam uma profusão de capilares filtrantes e nefrons segmentados circundados por um interstício dinâmico. Essa diversidade celular modula diversos processos fisiológicos complexos. Basicamente, os mecanismos complexos que conjuntamente chamamos de função renal desempenham funções endócrinas, regulam a pressão arterial e a hemodinâmica intraglomerular,  realizam o transporte de solutos e água, mantêm o equilíbrio acidobásico e eliminação dos metabólitos dos fármacos. 

 

Anatomia: são órgãos retroperitoneais, pares, localizados lateralmente às vértebras lombares superiores. Em geral, o rim direito se localiza 1 a 2 cm abaixo do rim esquerdo, pois seu desenvolvimento ascendente é bloqueado pelo fígado. Na posição supina relaxada: polo superior nivelado com a 12ª vértebra torácica e o polo inferior com a 3ª vértebra lombar. Na posição ortostática, durante inspiração profunda: nivelados com a crista ilíaca.

Encontram-se próximos à aorta abdominal e à VCI. Esses vasos principais estendem ramificações que entram/deixam em cada rim pelo hilo renal, juntamente com o sistema coletor. Essa região em forma de "meia-lua" leva a uma espaçosa cavidade no interior de cada rim conhecida como seio renal. O parênquima renal é circundado por uma membrana conhecida como cápsula fibrosa verdadeira. Córtex renal: borda externa do parênquima renal. Possui coloração rosa acastanhada. Medula renal: numerosas pirâmides de coloração vermelha escura (altamente vascularizada), cujas bases se direcionam para periferias e os ápices se direcionam para o centro. Os ápices são conhecidos como papilas renais (duas ou mais pirâmides podem se fundir na região da papila, portanto, há mais pirâmides do que papilas em cada rim). 

A região cortical sobrejacente às bases das pirâmides são chamadas de arcos corticais, já as áreas corticais que se projetam para o interior da medula são chamadas de colunas corticais. Apesar de os limites entre as pirâmides e as colunas corticais serem bem definidos, as pirâmides projetam estrias para o interior dos arcos corticais, conhecidas como raios medulares. Essas estrias representam os ductos coletores, que se estendem a partir do córtex até a papila renal, fundindo-se com os ductos papilares. Os ductos papilares drenam para o interior do cálice menor (de uma a três papilas drenam para o interior de cada cálice menor). Os cálices menores drenam o interior do cálice maior (de dois a quatro cálices menores drenam para o cálice maior). Os cálices maiores se unem para formar a pelve renal, que se transforma em ureter ao deixar o hilo. Ureteres: são ductos musculares pareados que conduzem a urina a partir dos rins em direção à bexiga. Cada ureter se inicia medial ao rim ipsilateral como uma continuação da pelve renal, e termina com a inserção na parede posterior da bexiga. Os ureteres são retroperitoneais em todo o seu comprimento, que é de aproximadamente 30 cm. Os ureteres variam em diâmetro de 2 a 8 mm, aumentando em tamanho na área lombar inferior. Eles são geralmente mais estreitos em sua origem a partir da pelve renal, ao atravessar a borda ilíaca (na frente da artéria ilíaca) e em sua passagem pela parede da bexiga. Como resultado, os cálculos renais geralmente comprimem essas três áreas ou as regiões próximas a elas.

 

Vasculatura renal | Artérias renais: em repouso, entre 20 a 25% do DC circulam pelos rins (um indivíduo adulto de 70 kg, o DC for de 5.000 mL/ min, os rins recebem um aporte sanguíneo de 1.250 mL/min pelas artérias renais direita e esquerda). As (1) artérias renais são ramos pares principais da aorta abdominal na altura dos discos intervertebrais L1/L2. Próximo ao hilo, cada a. renal se divide em (2) pequeno ramo posterior e um (2) grande ramo anterior. Tais ramos principais originam as (3) artérias segmentares. Na maioria dos rins, de três a cinco artérias segmentares suprem o parênquima de uma forma característica. As aa. segmentares não se anastomosam. Dessa maneira, a oclusão ou lesão de um ramo segmentar causará isquemia renal segmentar. Cada ramo das aa. segmentares se ramificam em (4) artérias lobares que suprem uma pirâmide renal (ou pirâmides que dividem um ápice comum). Em seguida, as aa. lobares se dividem em (5) duas ou três artérias interlobares, que viajam nas colunas renais em direção aos arcos corticais. Assim que cada a. interlobar se aproxima da base da pirâmide adjacente, ela se divide em várias (de quatro a seis) (6) artérias arqueadas. Tanto as interlobares quanto as arqueadas dão origem às (7) artérias radiadas corticais. O principal propósito das aa. radiadas corticais é fornecer (8) arteríolas aferentes aos glomérulos. Cada arteríola aferente forma um enovelado dentro da cápsula de Bowman (células epiteliais), denominados (1) capilares glomerulares (o conjunto formado pela cápsula de Bowman e pelos capilares glomerulares localizados no seu interior é chamado de glomérulo). As arteríolas aferentes que se localizam próximo ao córtex externo dão origem aos glomérulos superficiais e médio-corticais, associados a néfrons de alça curta, enquanto as arteríolas aferentes localizadas no córtex interno dão origem aos glomérulos justamedulares, associados a néfrons de alça longa. Em ambos os tipos de glomérulos, a continuidade dos capilares glomerulares fora da cápsula de Bowman é chamada de (9) arteríola eferente. Como o leito dos capilares glomerulares se encontra entre duas arteríolas, a pressão através das paredes desses capilares pode ser finamente ajustada em resposta às demandas homeostáticas. O padrão de ramificação das arteríolas eferentes difere com base no tipo de glomérulo. Glomérulos superficiais: as arteríolas eferentes se dividem em um denso plexo de (2) capilares peritubulares, os quais envolvem e se ancoram aos segmentos corticais dos néfrons de alça curta, permitindo a troca de elementos entre si. Tais capilares peritubulares drenam seu conteúdo para (1) veias radiadas corticais. Glomérulos justamedulares: algumas arteríolas formam um (3) plexo capilar que circunda os segmentos corticais dos néfrons de alça longa, no entanto, a maior parte desce diretamente em direção à medula como longos ramos em forma de alça, que viajam paralelamente às alças de Henle e aos ductos coletores. Os vasos dos (10) vasa recta (descendentes) se transformam em (0) venulae recta (ascendentes), os quais retornam à junção corticomedular e drenam seu conteúdo diretamente no interior das (2) veias arqueadas e, por fim nas (3) veias interlobares. Os vasos retos representam a zona de transição do sangue arterial para o venoso. O sangue que passa por esses vasos apresenta fluxo contrário ao do ultrafiltrado que passa no interior da alça de Henle. Essa característica forma o substrato anatômico para o sistema de troca em contracorrente, que é crítico para a produção de urina concentrada.

Veias renais: as veias capsulares e perfurantes, assim como as numerosas veias subcapsulares, chamadas de veias estreladas, drenam seus conteúdos para as veias (1) radiadas corticais  interlobulares, que por sua vez, drenam seus conteúdos nas (2) veias arqueadas, e então, nas (3) veias interlobares. As veias interlobulares drenam para as (4) veias lobares, que em seguida se unem em quatro a seis troncos que convergem para o interior do seio renal, drenando para as (5) veias segmentares, quando finalmente formam a (6) veia renal. Diferente do sistema arterial, a rede venosa intrínseca possui colaterais e anastomoses.

Em síntese, os rins apresentam uma complexa rede vascular, haja vista que promovem a eliminação de metabólitos celulares, fármacos e substâncias tóxicas, além de regularem o volume e a composição de água e eletrólitos do sangue.

 

Inervação | Simpática: A inervação simpática do sistema urinário começa nos segmentos torácicos inferiores e lombares superiores (T10-L2 ou L3). A via da inervação simpática para os rins e ureteres superiores tem início em fibras pré-sinápticas originadas nos níveis T10-L1 da IML. Essas fibras viajam através dos nervos esplâncnicos para realizarem sinapses com neurônios do gânglio mesentérico superior, gânglio aorticorrenal e com os pequenos gânglios no plexo periarterial renal. Fibras pós-sinápticas alcançam o rim e o ureter superior via plexo periarterial e seus ramos. Função: efeitos tanto na vasculatura quanto nos túbulos renais. Receptores adrenérgicos estão localizados por todo o córtex renal e na faixa externa da zona externa da medula renal, com maior densidade na região justaglomerular do córtex interno. O aumento gradual do tônus simpático renal ocasiona liberação de renina das células granulares justaglomerulares, o que provoca aumento da reabsorção tubular de sódio e queda do fluxo sanguíneo renal (por constrição das arteríolas aferentes). Esses efeitos combinados podem contribuir com o desenvolvimento e a manutenção da hipertensão. A função renal não é afetada por dopamina, nem por agentes anticolinérgicos. Parassimpático: nos rins, o papel da função vagal (colinérgica) não é claro. Aferências: A inervação aferente do sistema urinário, carrega sensações de dor e também desempenha um papel crítico nos reflexos intrínsecos. A dor referida a partir desses órgãos é conhecida nos dermátomos correspondentes aos níveis onde as fibras pré-sinápticas entram na cadeia simpática. A dor da pielonefrite, ou de uma pedra comprimida na pelve renal ou no ureter abdominal, é experimentada nos níveis T10-L1. A sensação de bexiga distendida corresponde aos níveis T12-L2.

Drenagem linfática: exceto por ser visto como uma via metastática potente, o sistema de drenagem linfática renal é geralmente esquecido. O volume de linfa que é drenada a partir do rim, entretanto, é de aproximadamente 0,5 mL/min, valor próximo do volume urinário. Sua função primária é de, provavelmente, retornar ao sangue as proteínas reabsorvidas no rim. Alguns pesquisadores determinaram que a concentração de renina é maior na linfa renal do que no plasma da veia renal.

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