O que é estratégia
em 05 de Novembro de 2023
Sabemos que em projetos é necessário que tenha um alinhamento, geralmente esse alinhamento é executado préviamente ao início do projeto, no entanto também sabemos que é essencial que os responsáveis e partes participantes do projeto consigam se comunicar e compreender os diferentes pontos de vista existentes, tendo conhecimento que há fatores além dos pontos de vista que vão influenciar.
Segundo Vygotsky (1995), pessoas carregam consigo valores que vão se consolidando durante as fases da vida e que representam a absorção do meio em que vivem somados às suas características naturais e biológicas. Estes valores, também denominados modelos mentais, freqüentemente afetam a compreensão do indivíduo sobre as coisas que o cercam, fazendo com que as pessoas transformem os mesmos dados em diferentes informações. A proteção destes modelos mentais e sua existência subconsciente podem gerar um pré-conceito das pessoas sobre os dados a que são submetidas e, impedir que elas reavaliem seu modo de pensar, fazendo-as incapazes de processarem novas idéias.
De acordo com Verma (1996), os conflitos podem ocorrer, no projeto, em quatro níveis diferentes: intrapessoal, interpessoal, dentro do grupo e entre grupos. Verma (1996) afirma que o conflito intrapessoal decorre de expectativas intrapessoais e profissionais não atendidas.
Um dos principais motivos que levam ao surgimento de conflitos em projetos corporativos é a diversidade cultural dos membros das equipes destes projetos. Megginson, Mosley e Jr (1986) citam como diversidade cultural os seguintes aspectos: etnocentrismo, uso impróprio de práticas gerenciais, percepções diferentes e, comunicação errônea.
Segundo Robbins & Coulter (2007), os conflitos podem trazer diversos fatores positivos, quando indicam que algo não está bem e precisa ser “tratado” ou quando motivam pessoas a resolverem problemas em conjunto e, induzem à descoberta de novas idéias e tecnologias.
Robbins & Coulter (2007) ressaltam que os conflitos podem trazer fatores negativos, dificultando o alcance das metas e objetivos dos projetos, quando geram tensão excessiva entre os envolvidos, desviam a atenção dos reais objetivos dos projetos e, criam situações que resultam em desperdício de tempo e esforços.
O não gerenciamento de conflito pode resultar em problemas maiores de curto e longo prazo, sendo assim cada pessoa pode reagir de um modo e é importante conhecer os tipos de comportamento dos envolvidos: Conforme Gillen (2001), são quatro os tipos de comportamento: passivo, agressivo, passivo/agressivo, assertivo. É preciso também entender que o comportamento nada mais é que o resultado do somatório de vários fatores pessoais, tais como: medos, emoções vivenciadas, experiências adquiridas pelas pessoas no transcorrer de sua existência, crenças, culturas, preocupações, auto-estima.
Segundo Moscovici (1998), o conflito passa por cinco estágios, com crescente dificuldade para sua resolução: antecipação, conscientização, discussão, disputa aberta, conflito aberto. E possui três níveis de gravidade, denominados por Chiavenato (1999) como: conflito percebido ou latente; conflito experienciado ou velado; conflito manifestado ou aberto. Quanto antes os conflitos são identificados, maior a probabilidade de mais facilmente serem resolvidos, uma vez que no início de um conflito as partes envolvidas ainda não estão emocionalmente abaladas e ainda não se instalou a rivalidade entre elas.
Gerenciar conflitos é entender que as situações de conflito podem ser proveitosas e com senso de oportunismo conduzi-las para o benefício do projeto. Mas também é perceber quando essas situações não têm nada para contribuir e tratá-las com precisão.
Dinsmore (1993) enfatiza a importância do papel do gerente de projetos no estímulo à existência dos conflitos, demonstrando que os questionamentos são bem vindos, analisados e revelados. A falta de indagação, conforme Senge (1990), é um limitador para o aprendizado. A maneira como as pessoas reagem quando questionadas e como usam os argumentos para defenderem sua posição, possibilitará que os envolvidos no projeto conheçam uns aos outros e estabeleçam uma relação de confiança. Segundo Senge (1990, p. 266), “coletivamente, podemos ter mais novas idéias, sermos mais inteligentes que poderíamos ser individualmente”. Se a equipe tiver comunicação ativa e conflitos produtivos, irá construir uma inteligência coletiva.