Transformando ambientes... sem querer!
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Por: Marco A.
04 de Outubro de 2014

Transformando ambientes... sem querer!

História da Arte

O quanto você percebe a aleatoriedade no seu dia-a-dia?

Muito embora às vezes tentemos nos planejar para nos sentirmos donos de nossas vidas acadêmicas, profissionais, amorosas, familiares etc., nosso presente está a todo instante sendo influenciado por eventos aleatórios. E isso aconteceu comigo no trem há pouco tempo.

Quando queremos transmitir alguma mensagem que julgamos importante, ficamos atentos à nossa audiência, tentando sentir ressonância, querendo descobrir se o que estamos falando está surtindo algum impacto. Às vezes queremos falar para as pessoas comerem menos batatas fritas do McDonalds, às vezes queremos incentivar as pessoas a serem transformadoras. Como se pode imaginar, há grandes barreiras em ambos os casos.

O mundo ideal seria buscar atingir o Ponto da Virada (veja também o começo do post Cai pra Cima ou Sai de Baixo), atingindo primeiro as pessoas inovadoras e então se espalhando para o resto do público. Existe muita gente por aí estudando como fazer isso para atingir os mais diversos objetivos, desde transformar o modelo de educação até deflagrar uma epidemia de consumo de um novo produto. E não é uma tarefa simples.

Agora, veja como é estranhíssimo mesmo esse nosso mundo. Alguns ambientes podem ser transformados sem o esforço consciente de ninguém. Apenas por uma questão aleatória. Tive o deleite de perceber uma “mini-epidemia” de leitura acontecendo por breves instantes.

Pessoas no trem – foto encontrada aleatoriamente na internet

Entrei eu no trem em Pinheiros (estamos na cidade de São Paulo), em um vagão não tão cheio, com algumas pessoas em pé. Consegui me sentar em um dos extremos do vagão e tirei um livro (talvez o Made to Stick, dos Chip & Dan Heath) para ler. Foi então que percebi que uma mulher próxima a mim também estava lendo – era uma revista. Quando olhei para ela, vi que o homem ao lado dela lia um livro. Estendendo o olhar, percebi que mais 3 pessoas também liam próximas a nós. Foi curioso como as pessoas que estavam em pé meio que ajudaram a delimitar uma pequena “ilha de leitura” dentro do vagão. Em menos de duas estações, mais 4 pessoas retiraram livros ou revistas de suas bolsas e mochilas e se puseram a ler também.

Resultado: por um instante, breve mas não insignificante, de 19 pessoas no canto de um vagão, 10 delas estavam a ler. Não sei se isso prosseguiu, pois tive que descer para ir dar uma aula. Porém, marcou-me o fato de eu ter participado, sem querer, dessa mini-epidemia.

Você pode explicar o acontecido da maneira que quiser: tempo frio (não foi o caso), horário mais propício à leitura (conte-me mais…), pressão do meio (o que ,de fato, também aconteceu), mas é inegável como o acaso atuou e fez com que pessoas desconhecidas e aleatórias se pusessem em um mesmo extremo, de um mesmo vagão, e se pusessem a ler.

Eventos aleatórios acontecem o tempo todo. Talvez você tenha chegado à esse post de maneira aleatória, não-planejada, por exemplo. O que acho válido deixar de reflexão é que eventos aleatórios podem fazer parte de nossa vida para nos ajudar, nos atrapalhar, ou simplesmente não nos infuenciar at all. Mas acredito muito que se estivermos atentos para as oportunidades (imprevistas) que nos surgem no meio do caminho, temos muito mais chances de alcançar aquilo que vivíamos planejando alcançar.

Então, tenha em mente onde quer chegar. Agora, o caminho até lá… é construído ao longo do caminho até lá.

Marco A.
Marco A.
São Paulo / SP
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Ensino Médio: Exatas (Colégio Bandeirantes)
Professor de Matemática, Física, Excel

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