NÓBREGA, MISSIONÁRIO DE CRISTO E DA COROA
Por: Pedro O.
16 de Agosto de 2018

NÓBREGA, MISSIONÁRIO DE CRISTO E DA COROA

História História do Brasil Brasil Colônia
  1.       Introdução

            Ao abordar a religião inserida nos povos, existem contextos, pessoas que não podemos desconsiderar. No Brasil, que ainda hoje tem sua maioria cristãos, uma figura tem singular importância, o Pe. Manuel da Nóbrega. Iremos buscar compreender, neste trabalho, se ele foi um missionário de Cristo e/ou da Coroa. Se o objetivo dele era fazer dos evangelizados, “almas” dignas do céu e/ou súditos da Coroa. Mas antes, é importante relembrarmos que no século que esse padre se encontra, é impossível separar religião e Estado, ou poderíamos dizer, religião e poder. Pensando em poder como a capacidade de exercer uma vontade sobre a de alguém.

            O Brasil foi descoberto no início do séc. XVI, século marcado pelo poder da religião na vida do homem. As ações das pessoas tinham como plano de fundo, Deus. Do contato que os navegadores, colonos tiveram com os indígenas, duas impressões foram sendo geradas na primeira metade desse século. A primeira é que essa terra era tal qual o paraíso. (COLÓN, 1498: 216). A segunda, que o demônio, tendo fugido da Europa, tinha vindo para cá. Por isso, a presença da Igreja era mais que necessária, seja para expulsá-lo, seja para salvar as almas dos pagãos, os indígenas (SOUZA, 1993: 30).

            D. João III diferente de seu pai, D. Manuel I, não foi um desbravador, guerreiro, mas um colonizador. Aquilo que já havia sido conquistado pelo Venturoso, seu antecessor, ele buscou povoar colonizando e, com isso, através de seu espírito religioso que lhe garantiu o apelido de Piedoso, levou a Igreja para Ultramar, dentre os quais o Brasil era apenas mais um.

            Tardiamente a evangelização ganhou importância nessa colônia Lusa. Apenas em 1549, junto com nosso primeiro Governador Geral, Thomé de Sousa, foram enviados os missionários jesuítas, que se tornaram os grandes pioneiros do cristianismo, e sendo mais específicos, do catolicismo no Brasil. Pe. Leonardo Nunes, Pe. João de Azpilcueta Navarro, Ir. Vicente Rodrigues, Pe. Antônio Pires, Ir. Diogo Jácome e, o superior, Pe. Manoel da Nóbrega, esses foram os primeiros evangelizadores.

            Nóbrega, escolhido por Cristo e pela Coroa como missionário e superior da Companhia de Jesus nessas terras, é, segundo o que ele nos apresenta em suas cartas, assim como seus historiadores, um exemplo de homem de fé e obediência. Para compreendermos esse trabalho é necessário buscarmos abandonar os conceitos que criamos ao longo dos séculos que se passaram contra algumas posturas da colonização, da Igreja, dos missionários. Não olhando de modo anacrônico para história, mas entrando na mentalidade do século XVI, convidamos a cada leitor à conhecer o mundo desse jesuíta e assim, discernir pelos fatos, qual tipo de missionário ele foi.

 

  1.       Contexto

            Cabe a nós nesse contexto, tocar de modo sucinto em alguns aspectos fundamentais para compreensão da mentalidade que havia na época de Nóbrega. Por isso, não iremos nos aprofundar em detalhes sobre cada um desses aspectos, evitando assim, uma desnecessária explicação histórica e debates conceituais sobre.

 

Após o Tratado de Tordesilhas de 1491, que foi validado posteriormente pelo papa Júlio II em 1506 com a bula Ea quae, determinava que 300 léguas ao leste da ilha de Cabo Verde, havia ficado como posse de Portugal (PONTIN, 2012: 188). Nessas léguas, o Brasil foi encontrado em 1500. Primeiramente não foi visto como foco para os lusos, já que esse tinha como foco maior as Índias, centro do monopólio comercial, de onde se comercializava especiarias, ouro e marfim (HANSEN: 2010, 58). Através do mercantilismo, os portugueses expandiam e fortaleciam o reino.

            Nesse período, o governo do Brasil foi dividido em Capitanias, essas que eram hereditárias, ou seja, passadas de pais pra filhos. As Capitanias eram um dos problemas começavam a preocupar D. João III, pois não estavam dando certo. Haviam as invasões francesas que ao invés de cessar aumentavam, as guerras contra os indígenas e a ausência de Cristo nessa terra. Além disso, o governo espanhol havia encontrado ouro e posteriormente pérolas, prata e mercúrio, trazendo consequentemente um maior interesse para descobertas das riquezas do Brasil e, também, o perigo de uma invasão maior de outros países da Europa (DEVEZA, 2006: 79).

            O envio do primeiro governador geral, foi realizado por dois motivos. Para sanar os problemas da Colônia e organizá-la como fonte de renda para coroa Lusa. Isso se deu através da exploração e defesa militar, agricultura extensiva e conquista espiritual (HANSEN, 2010: 79). Importante relembrar que ele era um homem treinado em guerra e descobertas nas Índias. Assim, cada Capitania que antes vivia independente, cada um ao seu modo, recebeu um ponto de unificação em sua terra, mais especificamente na Bahia, em Salvador, e na figura de Thomé de Souza.

            Outro aspecto importante, que fazia-se urgente a evangelização nessas terras, na visão de D. João III, era a crescente do protestantismo. A França aos poucos abandonava a tradição católica, mas não o cristianismo. Por isso, estando ela a invadir nossas terras, o perigo de que as “heresias” fossem fomentadas no Brasil, trouxe uma urgência de evangelização, evangelização da “verdadeira fé”, assim, missionários se fizeram necessários (SILVA, 2011: 113). Mas se por um lado o risco do protestantismo de vir para cá era um problema para os portugueses, os rituais antropofágicos dos indígenas, que foram considerados bruxaria, era um problema importante à ser combatido, ainda mais se considerarmos o espírito da Inquisição que ainda se respirava na Península Ibérica. 

            Inácio de Loyola, que de soldado em guerras, se transformou em soldado de Cristo, com mais alguns amigos, fundou a Companhia de Jesus. Obedientes a Igreja e dispostos para defender e ensinar a fé, a qualquer custo, ainda que com a própria vida, os jesuítas deveriam fazê-lo. Nesse sentido, uma mentalidade de martírio era formada em cada novo membro. Quando lemos as histórias contadas sobre eles, ou por eles próprios, podemos de modo claro perceber a semelhança com a dos primeiros apóstolos citados na bíblia. Foi com esse espírito paulino, de evangelização e obediência, que Loyola e os seus, aos poucos conquistaram espaço na Europa.[1] Principalmente porque fortaleciam os ideias que estavam surgindo no Concílio de Trento e eram patrocinados pela Coroa Lusa, não só no Brasil, mas em outras missões.

            Ainda um ponto necessário para entendermos o contexto no qual se situa Nóbrega e suas posturas, é o Padroado. Desde o início do séc. XV, o rei de Portugal era pelo Padroado, considerado um representante do papa em suas terras.[2] Desse modo, a nomeação de bispos, a fundação de dioceses, a criação de ordens religiosas, tudo passava pelas mãos do rei. Assim, nem tudo o que o papa ordenasse para os católicos, necessariamente aconteceria nas terras do rei, já que deveria passar pela sua aprovação. Com isso, para um cristão seguir as ordens do rei, era seguir as ordens do papa e, consequentemente, estaria seguindo as ordens do próprio Cristo. Ou seja, é impossível desvincular na cosmovisão do homem moderno religião e poder, já que caminhavam de “mãos dadas”.

            Após uma breve contextualização do período que estamos abordando, poderemos compreender melhor as posturas de Nóbrega. Isso não quer dizer que concordaremos com elas, mas se ao menos compreendermos de modo profundo e não apenas taxativamente a história, já teremos êxito com esse trabalho. Porém, se conseguirmos nos colocar como espectadores dessa história, buscando experienciar com a mentalidade lusa, colonial, cristã, católica e missionária teremos certamente, outra visão da história. Visão essa que pode ser de um jesuíta fiel a sua missão, seja de Cristo e/ou da Coroa, mas de modo mais profundo será o compreendimento da mesma. Nesse percurso, escolheremos metodologicamente alguns fatos de sua vida, cientes que poderíamos citar muitos outros, mas, para obedecermos as normas pedidas para esse artigo, será impossível.

           

  1.       Missionário de Cristo

            Quem foi Manuel da Nóbrega? Sabemos que foi o primeiro superior jesuíta no Brasil. Também que era padre. E com as informações dadas já no decorrer desse trabalho, que veio junto com Thomé de Sousa para essas terras. Para explicitarmos como ele foi missionário de Cristo em nosso solo, apresentaremos um parágrafo, apenas, de sua vida antes de sua vinda para Colônia. Buscaremos também apresentar o que fez dele um missionário da Coroa, para depois podermos concluir missionário de Cristo e/ou da Coroa ele foi.

            O Gago, como era conhecido devido sua gagueira, nasceu em 1513, filho de Balthazar de Nóbrega, desembargador, e sobrinho do chanceler-mór do Reino. Estudou nas Universidades de Salamanca e de Coimbra, onde se formou como bacharel em Direito Canônico e Filosofia. Teve como mestre o doutor Martim de Azpilcueta Navarro, que o considerou seu melhor pupilo. Animado por esse para ser professor devido suas capacidades, tentou em vão por duas vezes a cátedra, já que passando pelas provas teóricas, sua gagueira foi vista como empecilho. Em 1544 foi ordenado sacerdote na Companhia de Jesus, fazendo missões no território luso e também hispânico. Ainda que poucos conhecessem seu nome, o Gago, começou a ficar famoso no reino, já que carregava um ardente zelo por Cristo, aliado ao lema inaciano que ele vivenciava, “tudo para maior glória de Deus!”.

            Em 1549, o Padre Mestre Simão Rodrigues de Azevedo, um dos fundadores da Companhia de Jesus e superior da mesma em Portugal, a pedido do rei Dom João III, formou o primeiro grupo de missionários que seriam enviados para o Brasil. Nóbrega foi escolhido como superior dessa missão, que não começou quando chegaram em nossas terras. Uma viagem de dois meses, era tempo bastante para, alguém que cria em Deus como a causa e o fim de tudo, evangelizar todos que estavam nas embarcações, ensinando os “bons modos cristãos” com o auxílio de seus companheiros.

“No tempo que durou a navegação, fez grande fructo em toda a nau capitanea, á qual se passou, desterrando jogos e juramentos e fazendo muitos exercícios de devoção, com os quaes foi de muito proveito a todos os da nau. Nesta jornada traz a historia da nossa província e delia a do Brasil, o caso da cabeça de um peixe, que dizia succedera com o governador Thomé de Sousa.” (NÓBREGA, 1931: 31)

            Segundo o próprio Nóbrega, nessa mesma carta, o governador geral também foi atingido por essa evangelização. Ele era devoto de São João Batista, e por isso, não comia cabeça de peixe como penitência. Quando o capitão do navio fez esse prato, ele não quis comer. O padre por sua vez, insistiu que ele comece, dizendo que haviam outras penitências que agradariam mais a Deus do que aquela. Mas mesmo assim, ele não quis comer. Incansável, o padre pediu para que se lançasse um anzol ao mar, pois Deus responderia se aquela devoção de Thomé de Sousa era válida. Para surpresa de todos, menos do jesuíta, o peixe pescado, não tinha corpo, era apenas uma cabeça. Com isso, sua fama se espalhou ainda mais e ele ganhou o respeito e amizade do governador (VASCONCELOS, 1865: 20).

            São inúmeros os fatos ocorridos na vida desse primeiro superior dos jesuítas no Brasil. Mas não iremos nos deter a contar esses fatos detalhadamente, a não ser que seja fundamental para compreensão de como ele veio a ser um exemplo de missionário de Cristo em nossas terras.

            Ao chegar no Brasil, começou a construção de casas de barro, para morarem, e da Capela de Nossa Senhora da Ajuda. A primeira carta enviada pelos jesuítas foi do próprio Nóbrega ao mestre Simão, que era responsável pela Província do Brasil. Ela foi escrita com menos de dois meses de missão, mas contém a síntese daquilo que seriam os trabalhos e dificuldades nessas terras. Apenas os métodos de aproximação que eles utilizaram com os índios e as dificuldades encontradas com os clérigos e o bispo, que não estavam presentes nessa carta. Eis os aspectos tratados nela (NÓBREGA, 1931: 71-76):

  •          O povo da terra está pecado mortal;
  •          Deu-se início a uma escola onde o Ir. Vicente ensina;
  •          Alguns jesuítas foram morar nas aldeias para aprender a língua brasílica para depois facilitar a doutrinação, e o Pe. Navarro [que era sobrinho de seu mestre] já está adiantado nessa arte;
  •          Algumas amizades foram feitas com pessoas importantes no Brasil;
  •          Os cristãos não se confessam há anos e que esse estado de pecado deve ser comunicado ao rei;
  •          A terra é boa e auxilia para uma boa saúde;
  •          E que os índios andam nus, menos os batizados que receberam a partilha das roupas dos jesuítas, também tem vários ídolos, comem carne humana mas que querem se tornar cristãos e temem os jesuítas, o que para Nóbrega, era muito bom.

Os jesuítas tinham como regra da própria ordem, escrever de dois em dois mesespara a cede deles em Roma. As cartas eram lidas e traduzidas para outras línguas, sendo enviadas para outras missões, de modo que uma missão motivasse a outra. Assim também, os superiores teriam melhor conhecimento de como estava cada uma delas (HANSEN, 2010: 111). Sendo assim, os outros missionários que vieram com Nóbrega e depois dele, também escreviam, mas apenas explicitaram aquilo já dito pelo seu superior na primeira carta ou exemplificaram com fatos ocorridos sobre esses casos acima relatados. Importante ressaltar que até receberem as respostas das cartas enviadas, iam longos meses, ou seja, havia certa autonomia no modo pelo qual os jesuítas agiam, ou melhor, no modo que o superior conduzia a Companhia.

A missão dos jesuítas no Brasil, ficou dividida entre os colonos e negros, modo como também eram chamados os indígenas naquele tempo. Sobre o trabalho com os colonos, que eram cristãos-velhos,[3] não nos aprofundaremos, mas apenas mencionaremos o fato que para Nóbrega, eles estavam em pecado mortal, pecado esse que não eram denunciados pelos clérigos que aqui se encontravam, já que esses, eram mais sacerdotes do demônio que do próprio Cristo (Cartas Avulsas, 1931: 76). Expressão pesada, mas que fez o padre pedir o Tribunal da Inquisição nessas terras, bispos, para que esses cristãos, conhecedores do amor de Cristo, não mudando seu mau comportamento, talvez pelo medo e pela dor abandonariam o estilo de vida blasfêmico. (NÓBREGA, 1931: 75). Vida essa que comportava do pecado da luxúria, aos jogos de cartas e dados.

Para compreendermos esse ponto, temos que entender que ele não está apenas preocupado com a salvação dessas almas cristãs. Mas, com o mal que esses falsos cristãos faziam para a imagem da Igreja. E como era prejudicial para evangelização indígena, já que os batizados deveriam ser testemunhos de como viver a fé para os negros e não, de como não se deve viver. “Cá ha clérigos, mas é a escoria que de lá vem; omnes qucerunt qum sua sunt. Não se devia consentir embarcar sacerdote sem ser sua vida muito approvada, porque estes destruem quanto se edifica.” (NÓBREGA, 1931: 77).

Na missão com os índios outras dificuldades foram encontradas para doutrinação. Poderíamos considerar o fato deles não terem fé, lei e rei (GÂNDAVO, 1980: 14). Mas como centro das dificuldades, sintetizaremos em outras três:  os feiticeiros; o nomadismo; e a antropofagia. Para podermos compreender como os jesuítas buscaram superar esses empecilhos, vamos aprofundar cada um desses pontos. Para isso, precisamos compreender que alguns índios desejavam o batismo. Não podemos afirmar se o interesse era de serem católicos e irem para o “céu”, ainda que o padre Nunes nos diga diferente em uma de suas cartas: “...têm grandíssimo desejo de conhecer a Deus e de saber o que hão de fazer para se salvar, porque temem muito a morte e o dia de Juízo e o Inferno, de que têm já alguma notícia.” (Cartas Avulsas, 1931, 66) mas apenas que o fato de ser cristão trazia consigo a possibilidade de participar da realidade colonial, de ser alguém. Índios batizados no início eram mal vistos pelos seus companheiros de tribo, mas eram bem vistos pelo governador e eram cuidados pelos jesuítas, o que gerava certo descontentamento da parte dos colonizadores, que perdiam possíveis escravos.

Através desses índios, os jesuítas foram cada vez mais tentando fazer com que a fé cristã fosse propagada. Nas tribos, encontravam a dificuldade de fazer com que um índio já velho acolhesse aquela nova verdade, que ia, em muito, contra o que esse cria. Para ajudar a atrapalhar, os feiticeiros[4] propagavam em meio as tribos que o batismo era fonte de desgraça e que aqueles batizados corriam risco de vida.

Outra dificuldade para missão, era o nomadismo. Os índios não tinham o costume de ficar muito tempo em um lugar. Não tendo o costume de cuidar da terra, quando essa deixava de dar o que eles necessitavam, buscavam outro lugar para aldeia, o que ocorria anualmente, fora as vezes que punham fogo em suas próprias casas quando bêbados (Cartas Avulsas, 1931: 51). Isso dificultava na sequência da doutrinação, catequese. É importante dizer que alguém só era batizado sem a doutrinação em risco de vida.

A última dificuldade, pontuada por nós, é a antropofagia. Diferente do canibalismo que se come a carne pelo sabor da mesma, os índios além do gosto pela carne humana, que consideravam como um manjar dos deuses, comiam uns aos outros, de tribos diferentes, após serem capturados em guerra como um modo de vingança (VASCONCELOS, 1865: 32-33). Ao comer a carne desse, o índio estaria adquirindo as virtudes do mesmo. Incluindo em seu nome, o nome daquele que acabara de ser comido. Quanto mais nomes um índio tinha, mais respeitado ele era.

Para superar essas dificuldades, as escolas e as Reduções foram fundamentais. A escola não surgiu como um meio de ensinar gramática ou aritmética, mas como meio de doutrinação. Um programa de “catequese e escola”, onde o índio ainda pequeno, que está em fase de aprendizagem, aprende os bons costumes cristãos. Este vai questionar os modos de vida dos seus familiares, vai ensinar o que aprendeu, gerando uma visão diferente sobre a fé cristã a partir de dentro da tribo e não de fora, fomentando a criação de uma nova cultura. Além disso, os pais evitariam mudar, para que seus filhos permanecessem estudando e com isso, os jesuítas ganhavam concomitantemente a proteção dos índios.

As Reduções, faziam com que várias tribos, até mesmo rivais entre elas, viessem a morar juntas, recebendo o nome de Aldeia d’El Rei. Isso ocorria com um mandato do governador, que se não obedecido, poderia gerar guerra. O índio que não quisesse viver na Redução, ou seria escravo ou fugiria para o Sertão. Já os que aceitavam o mandato do governador, conviviam em paz, plantavam, cultivavam, aprendiam novos ofícios e, o mais importante, eram facilmente doutrinados (SANTOS, 2005: 7). É importante lembrar que eles eram apenas seis, só em 1550 vieram mais quatro e em 1553 mais sete, ou seja, no início a messe era grande e os operários, poucos. Se por muito tempo os jesuítas, foram mediadores de paz entre as tribos e a Colônia, com esses aldeamentos, auxiliaram muito, não só para paz, como facilitador da catequese, pois assim, eles conseguiram alcançar um número maior de negros. Além disso, vivendo em Reduções, que eram governadas pelos próprios jesuítas, abandonavam o estilo nômade de viver e, mais que isso, acabavam sendo vigiados quanto as práticas antropofágicas entre eles próprios. A pedagogia do amor, aos poucos foi sendo substituída pela do medo, onde um erro que era apenas admoestado, passou a ser digno de castigo, veio a se tornar de morte (HANSEN, 2010: 37.110).

Não iremos abordar as implicações de tais posturas jesuíticas para cultura indígena, para nós. Fato é que muitos índios viviam uma dupla vida. Pois por mais que fossem batizados, casados, não abandonavam seus costumes, fazendo então uma nova antropofagia. Antropofagia cultural, já que fazia proveito daquilo que era necessário para subsistir e no mais, permanecia com a sua cultura. Poderíamos buscar descobrir se essa é a raiz do “jeitinho brasileiro”, mas não é nosso intuito nesse trabalho. Porém, essa grande acolhida do cristianismo que os índios tiveram, veio a ser um grande empecilho para permanência dos índios na vivência da fé, após sua “conversão”, pois eram abertos a tudo que lhe fosse útil, ainda que temporariamente.

 Um fato notável, e digno de nota, é o encontro de Nóbrega com o maior dos feiticeiros daquele tempo, esse que se dizia filho do Criador do Céu e da Terra. Segundo Léry, “...os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim...” (LÉRY, 1998: 38). O padre, estava ciente de que se desmascarasse o feiticeiro, os indígenas iriam tentar entender o porquê, e com isso, acabaria ganhando muitos fiéis. Após um longo diálogo com esse, a vista de todos, conseguiu desmascará-lo e com ele, mais de oitocentos índios se converteram. Interessante é o fato de apenas cem desses terem sido batizados, enquanto outros setecentos permaneceram no caminho catecumenal (NÓBREGA, 1931: 35). O abaré, nome dado aos padres pelos índios, ao batizar esse pequeno grupo, escolhido a dedo, fez com que esses se tornassem responsáveis da formação cristã desses outros.

Se o grupo de jesuítas era pequeno, a inteligência não era. Assim como no caso acima, da formação de liderança, outros fatos são notáveis. Como o da utilização da música para aproximação com os indígenas. Um índio que soubesse tocar bem, podia entrar em qualquer tribo, ainda que essa fosse inimiga. A música porém era proibida em meio aos jesuítas por Loyola (WITTMANN, 2008: 6). Mas ante a necessidade de métodos para aproximação, essa regra não veio a ser problema. Tanto que um ano depois do começo da missão, sete meninos órfãos de Lisboa foram enviados ao Brasil (HANSEN, 2010: 27), para que com cantos auxiliassem a missão.

Outro método importante foi o uso de línguas, pessoas que eram utilizadas como tradutores. Se o padre João Navarro logo aprendeu a língua, diz-se que Nóbrega morreu sem conseguir falá-la, talvez pela sua gagueira. Mas com essa dificuldade da língua, o uso de intérpretes auxiliou muito na missão. Até mesmo em confissões, eles começaram a utilizar línguas,[5] o que ajudou a criar uma contenda maior com D. Pedro Fernandes Sardinha, o primeiro bispo do Brasil. Para ele, os índios não eram capazes de receber a fé. Por outro lado, Nóbrega, fazia de tudo para conversão destes, seja o uso dos tradutores para conversa e confissão, o corte de cabelo dos meninos órfãos como das crianças indígenas, utilização de teatros para catequese, a acolhida dos povos da terra como noviços para auxiliarem nas missões, a tradução de músicas e orações para língua tupi, etc. (WITTMANN, 2008: 3-4). Tal divergência entre eles, resultaram em algumas cartas, que tiveram por fim, a criação da Província do Brasil, onde Nóbrega não precisaria mais prestar contas ao bispo, senão ao seu superior geral da Companhia e ao Rei (HANSEN, 2010: 28-30).

As dificuldades mencionadas e os métodos utilizados para buscar superá-las, aconteceram desde o começo da missão do jesuíta no Brasil e não cessaram com sua morte. É importante compreender que eles viviam em contínuo risco de vida, seja por conta dos colonos, que os viam como empecilho para fazer do índio escravo e lucrar com ele, seja pelos próprios índios, como narra Anchieta ao ter que carregar Nóbrega já doente em suas costas para fugirem da morte. (ANCHIETA, 1933 :211-212) Contudo, não iremos mencionar as datas e locais que foram sendo criados Escolas, Igrejas, Missões, assim como não iremos nos aprofundar nas problemáticas vividas pelos jesuítas, desde a miséria à grandes posses. Já que nosso intuito é apresentar o meio pelo qual religião e poder estavam ligados no início do cristianismo em nossas terras, especificamente pela figura do primeiro superior jesuíta. E buscar averiguar se essa figura serviu mais a Cristo, a Coroa, ou a ambas.

 

  1.       Missionário da Coroa

            Nesse aspecto, não podemos nos esquecer que durante o século XVI, o rei era um vice-rei de Cristo. A escolha de Nóbrega como superior em nossas terras, foi dita acima ter sido pelo Mestre Simão, mas não foi apenas dele, já que o rei era quem autorizava ou não as coisas referente a Igreja. Quando o padre foi escolhido, ele estava em missão e não chegaria a tempo para a data prevista da saída da embarcação de Thomé de Sousa. Ainda assim, o rei não aceitou nenhum outro para superior. Talvez pela influência familiar que Nóbrega tinha no reino, ou pela fama que crescia, de um missionário que expulsava demônios e que era zeloso pelas almas, que se espalhava pela Europa.

            Escolhido pelo rei, tinha a missão de, além de como missionário de Cristo que era trazer o catolicismo para essas terras e expulsar o demônio, ser os olhos de Dom João III. Tudo aquilo que acontecesse nas terras brasílicas deveria ser comunicado. O pedido desse rei, permaneceu com seus sucessores, tanto que Nóbrega ao escrever ao Cardeal D. Henrique de Évora, deixa claro que está lhe escrevendo o que sabe porque este lhe pediu (NÓBREGA, 1931: 220). Com essa missão adicional, podemos perceber que ele era um homem de confiança dos monarcas. Tanto que, em suas cartas, além de descrever problemas na Colônia, dava sugestões de como poderiam ser resolvidos. Alguns de seus pedidos foram: mulheres e órfãs para serem dadas em casamento, pois os homens vivem em pecado da carne; um bispo; homens para povoar a terra, dando menos espaço para invasões; mais jesuítas para messe; que o próximo governador geral viesse com sua família. (NÓBREGA, 1931: 133-135). Digno de nota é que todos os pedidos foram no tempo, concedidos.

            O jesuíta tinha como grande fonte de poder, as cartas. O que era uma obrigação, parte das regras de vida de um jesuíta, se tornou o melhor meio de conseguir o que queria. Por outro lado, Nóbrega não concordava com o fato de esperar tudo da Coroa, de ser dependente dessa. Por mais que tinham o apoio dos reis, acreditava na capacidade de se sustentarem, não precisando ser um “peso” para o governo (HANSEN, 2010: 40). Mas, mesmo assim, os reis sempre os auxiliaram, seja financeiramente, seja com trabalhos.

            Se o relacionamento de Nóbrega com o Dom João III era bom, com Thomé de Sousa não foi diferente. Desde o caso da cabeça de peixe, a estima do governador com o padre havia aumentado. O relacionamento deles chega a se tornar amizade. Essa afirmação se dá em base na carta que o superior jesuíta escreve para ele em 1559, quando já não era mais governador geral. Na carta, o modo íntimo com que escreve, demonstra verdadeiro afeto (NÓBREGA, 1931: 191).

            Importante ressaltar que as escolas jesuítas, tinham a finalidade, além da de doutrinação, fazer com que o aluno compreendesse sua participação no Estado político português. Para isso, a compreensão de que o rei, era um vice-rei de Cristo, que seguir seus pedidos era viver aquilo que era necessário para alcançar o “céu”, ser um súdito do monarca era o caminho mais seguro à seguir. Desse modo, o batizado, além de confessar de todo coração crer em Jesus, que estava disposto a abandonar os vícios de sua vida pagã, substituindo-os pelos bons costumes cristãos e tinha que estar aberto para acolher e viver as leis da Coroa Lusa, se tornando além de cristão, um súdito da Coroa (BORIS, 1995: 49).

Podemos também chamar a doutrinação jesuítica, de domesticação. Algumas exigências eram impostas sobre os índios cristãos, tais como: construir capelas, igrejas; ter leis políticas similares as dos portugueses; ter aldeia fixa; e não comer mais carne humana. (VASCONCELOS, 1865: 55). Além de fazer dos indígenas, uma extensão da colônia lusa, acabaram por fazer uma europeização de nossas terras, seja no sentido intelectual quanto ético (SANTOS, 2005: 5).

            Com o fim dos quatro anos de governo de Thomé de Sousa, D. Duarte da Costa foi enviado como segundo governador do Brasil. Este demonstrava antipatia por Nóbrega. Talvez não tivesse nada contra ele pessoalmente, mas fato é que tinha como amigo o Pe. Luís da Grã, que veio junto com ele na embarcação em 1553. Luís da Grã, que tinha em alguns aspectos pontos de vista distintos de Nóbrega, veio com a missão de ser seu colateral, um vice-provincial (SOUZA E SILVA, 2012: 8). Não foi apenas por isso, que o novo governador teria gerado antipatia com o padre. O Mestre Simão, grande apoiador do superior jesuíta no Brasil, havia sido substituído pelo pe. Diogo Mirão, que queria romper com as ações de seu antecessor e, para isso, enviou da Grã como emissário (HANSEN, 2010: 32-33). Concomitante a essa nova realidade, ainda havia a inimizade com o bispo Sardinha, que além de inimigo de Nóbrega, o era de D. Duarte.

            D. Sardinha virara comida de índios Caetés, em 1556. D. Pedro Leitão é enviado como novo bispo, apenas, em 1559, mesmo ano que Nóbrega, já doente, deixa de ser provincial. Mas em 1557, um novo governador geral foi enviado. Mem de Sá, que diferente de D. Duarte e similar a Thomé de Sousa, se tornou grande amigo de Nóbrega. É dessa amizade que queremos ressaltar um aspecto histórico que evidencia a importância do padre como missionário da Coroa. Se anos antes ele havia fundado, com mais doze irmãos, uma Vila, um Colégio em homenagem ao apóstolo de todos os povos, a Vila de São Paulo de Piratininga, hoje a famosa cidade de São Paulo, com Mem de Sá, ele veio a fundar outra importante cidade brasileira.

            A rainha D. Catarina de Áustria, pede para Mem de Sá atacar os franceses, isso em 1560. Ele então recorre a Nóbrega, pedindo seu conselho sobre a ordem da rainha. Visionário que era, no desejo de expulsar os “hereges franceses” de Villegagnon, que pretendiam fundar a França Antártica, e os índios Tamoios, diz ser certa a vitória naquela “guerra santa”, também conhecida como “guerra justa”. O padre foi então com o governador e os soldados para batalha contra do forte de Coligny, onde adquiriu um novo apelido, o de “pai dos necessitados”, devido o auxílio que prestava aos soldados, trabalhando sem cessar. Após essa conquista, que durou pouco, Nóbrega escreve, em 1562, ao Cardeal D. Henrique que ocupava o trono, pedindo que aquelas terras fossem povoadas, ou seja, que os franceses fossem expulsos para sempre. Sabemos que foi Estácio de Sá, sobrinho do governador, quem fundou a, hoje, cidade do Rio de Janeiro, mas pouco se fala da importância do padre nessa fundação.

Quando em 1564 Estácio de Sá é enviado pelo tio para expulsar os franceses e povoar a terra, tanto ele quanto os soldados estão com medo da guerra. Porém, o governador havia pedido que seu sobrinho ouvisse os conselhos do padre, como se fosse ele próprio a lhe falar. Nóbrega, o motivou para guerra e fez um sermão para motivar todos guerreiros para batalha. Como sabemos, em 1 º de Março de 1565 foi fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, mas a escolha do no nome foi realizado por Nóbrega, em honra ao rei D. Sebastião.

Com a morte de Estácio de Sá em batalha, Salvador Correa de Sá, também sobrinho do governador assume o governo do Rio de Janeiro. Assim como seu antecessor, tinha a recomendação do tio de seguir os conselhos de Nóbrega. O que esse fez até a morte do padre em 18 de outubro de 1570, dia de São Lucas. Com sua morte, perde-se o reitor do novo colégio, o provincial da cidade e das Capitanias do Sul, e até mesmo, o pai de São Sebastião do Rio de Janeiro, além do conselheiro do Governador e o olhos da Coroa.

 

  1.       Conclusão

            Ao longo desse trabalho buscamos apresentar a vida do padre Manuel da Nóbrega, o primeiro superior da Companhia de Jesus no Brasil e como sua vida foi uma amostra da relação entre poder e religião em nossas terras. Após uma breve introdução histórica de seu tempo, apresentamos como ele viveu como missionário de Cristo. As dificuldades encontradas e os métodos buscados para solucionar tais problemas. Se houveram problemas na evangelização indígena, não foi diferente com os colonos, clérigos e até mesmo o bispo. Num segundo momento, apresentamos o apoio que ele teve de alguns governadores e com outros nem tanto, assim como com seu colateral, o padre Luís da Grã, mas em todo tempo que viveu no Brasil, foi um apoio para Coroa Lusa em nossas terras.

“Não sabeis o que dizeis; eu faço isto para os que hão de vir, por que ainda há de haver grande multidão de Padres e Irmãos no Brasil que ajudem as almas.” (NÓBREGA, 1931: 61). Visionário, incansável, fundador da Companhia de Jesus no Brasil, co-fundador de Salvador, São Paulo de Piratininga e São Sebastião do Rio de Janeiro, conselheiro de governadores, precursor do cristianismo em muitas terras de nosso chão brasileiro, teve em todos momentos, o apoio dos monarcas que pelo trono passaram.

Para concluir esse trabalho, não podemos nos abster da pergunta: Nóbrega foi missionário de Cristo e/ou da Coroa? De acordo com o que pesquisamos e apresentamos, é impossível separar a figura de um missionário católico no século XVI de Cristo ou da Coroa. Sendo assim, ele foi missionário dos dois! Porém, o que nos levou a dizer no resumo sobre esse trabalho que não era o intuito de Nóbrega a domesticação dos nativos? O fato de ele, assim como os seus, arriscarem suas vidas para a missão. O desejo de “salvar” almas, fez com que ele se tornasse padre, jesuíta. Já o meio para isso, foi uma consequência dessa escolha inicial. Assim, como missionário de Cristo, ele não poderia deixar de ser missionário da Coroa.

Contudo, essa figura tão importante para o cristianismo nas terras brasileiras, não é por nós muito lembrado. Mas se pudéssemos dizer o que fez dele alguém tão importante para fé cristã no Brasil, certamente foi a capacidade de ser submisso, seja a fé, seja as regras da ordem, seja ao rei. Viveu intensamente o lema jesuíta “perinde ac cadaver”, ou seja, obedientes até a morte. Foi da vivência desse lema, que a religião se espalhou em nossas terras com tanto poder. Fazendo dos negros da terra, pessoas submissas, como ele mesmo era, a Cristo e a Coroa.

 

6. Bibliografia

            6.1. Livros

ANCHIETA, José de. Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões do Padre Joseph de Anchieta, S.J.: (1554-1594). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1933.

BORIS, Fausto. História do Brasil. 2. ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1995.

CARDIM, Fernão. Tratados da Terra e Gente do Brasil. Rio de Janeiro: Editores – J. Leite & Cia., 1925.

Cartas Avulsas: 1550-1568. Rio de Janeiro: Officina Industrial Graphica, 1931.

COLÓN, C. Relación del Tercer Viaje (1498). Madrid: Alianza Universidad, 1984.

HANSEN, João Adolfo. Manuel da Nóbrega. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Ed. Massangana, 2010.

NÓBREGA, Manuel da. Cartas do Brasil: 1549-1560. Rio de Janeiro: Officina Industrial Graphica, 1931.

SOUZA, Laura de Mello e. O Inferno Atlântico: demonologia e colonização: séculos XVI-XVIII. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

VASCONCELOS, Simão de. Chronica da Companhia de Jesu do Estado do Brasil. v. 1. Lisboa: Em casa do editor A. J. Fernandes Lopes, 1865.

 

6.2. Internet

DEVEZA, Felipe. O caminho da prata de Potosi até Sevilha (séculos XVI e XVII). Disponível em: <http://www.revistanavigator.com.br/navig4/art/N4_art6.pdf>. Acesso em 13 de Setembro de 2015.

GÂNDAVO, Pero de Magalhães. Tratado de Terra do Brasil. Disponível em: <http://www.psb40.org.br/bib/b146.pdf>. Acesso em 13 de Setembro de 2015.

LÉRY, Jean. Viagem à terra do Brasil. Série Documentos Históricos. Caderno nº 10. Disponível em: <http://www.rbma.org.br/rbma/pdf/Caderno_10.pdf>. Acesso em 13 de Setembro de 2015.

PONTIN, Rafael de Almeida Leme. As bulas e tratados dos séculos XV, XVI e XVIII na história do direito brasileiro: seus reflexos na américa portuguesa. Disponível em: <http://www.salesianocampinas.com.br/unisal/downloads/art07cad04.pdf>. Acesso em 13 de Setembro de 2015.

SANTOS, Bruno Machado dos. Os Primeiros Jesuítas e o Trabalho Missionário No Brasil. Disponível em: <http://www.ufjf.br/lahes/files/2010/03/c1-a7.pdf>. Acesso em 13 de Setembro de 2015.

SILVA, Mariana Maciel da. A chegada do protestantismo no Brasil. Disponível em: <http://periodicos.est.edu.br/index.php/nepp/article/download/162/269>. Acesso em 13 de Setembro de 2015.

SOUZA E SILVA. Emãnuel Luiz. O padre Luís da Gram e a Inquisição no Brasil colonial quinhentista. Disponível em: <http://www.revistahistoria.ufba.br/2012_1/a01.pdf>. Acesso em 13 de Setembro de 2015.

WITTMANN, Luísa Tombini. A música nos primeiros anos de presença jesuítica no Brasil. Disponível em: <http://www.ifch.unicamp.br/ihb/luisawittmann.pdf>. Acesso em 13 de Setembro de 2015.

 

[1] É ainda hoje, a maior ordem religiosa do mundo.

[2] Esse é um pensamento tomista, onde tanto o papa quanto o rei, são vice-reis de Cristo. Cf. In: Hansen, 2010: 59-60.

[3] Cristãos-velhos são aqueles que tinha descendência cristã. Não tinha em seu sangue o paganismo. Diferente dos índios, judeus, negros africanos, que ao serem batizados ficavam conhecidos como cristãos-novos.

[4] Eles eram os mestres para os índios, donos da vida e da morte. Iam de anos em anos nas tribos, dando conselhos de guerra e profetizando prosperidade.

[5] Importante ressaltar que segundo Cardim, os línguas faziam juramento de sigilo sacramental. In: p. 394.

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