
Como aprender mais rápido do que o outro

em 18 de Novembro de 2019
Eu não poderia fazer uma música no lugar de um exercício? Sim e não.
Os bons exercícios têm uma finalidade prática que muitas músicas não têm. Fazer um exercício para uma coisa específica muitas vezes resolve uma série de outros problemas antes mesmo deles ocorrerem.
Por exemplo, um dos maiores problemas do estudante que está começando é a construção das pestanas e troca entre um acorde sem pestana para um com pestana. A dificuldade em realizar a mudança com eficiência é um produto direto da falta de organização dos dedos no braço do instrumento, bem como a falta de força e de postura correta.
Normalmente, uma boa série de exercícios para as articulações dos dedos trabalha essas três coisas ao mesmo tempo, sinergicamente, e você pode começar a fazê-los muito antes de ter que lidar com a pestana. Assim quando chegar a hora em que precisa de fato de fazer uma troca entre acordes com pestana terá menos dificuldade e conseguirá de maneira mais segura do que outro estudante que não se importou em fazer qualquer exercício.
Quando sim:
A resposta para a substituição de um exercício se torna sim quando a música tem características de treino. No Violão Erudito é como haverem estudos compostos com um objetivo específico e esses estudos também são boas músicas. Pegue o Estudo em Sí Menor do Sor, por exemplo, uma peça que trabalha, além da destreza dos dedilhados, a dinâmica do volume entre as notas da melodia.
Na música popular, alguns solos são bem-vindos como materiais didáticos. O solo de Stairway to Heaven, do Led Zeppelin, para guitarra é um ótimo exemplo de estudo dos formatos da Escala Pentatônica e transição entre eles.
Existem exemplos para cada um dos estilos musicais, afinal os bons exercícios são pensados seguindo padrões que ouvimos e usamos em músicas. Mas lembre-se: exercícios, apesar de às vezes um pouco chatos, resolvem problemas e criam bons hábitos técnicos.
Renato Verissimo é educador e coach em Guitarra e Violão.